16 fevereiro 2014

Minorias sem direito a sindicatos

Uma história americana
completamente incompreensível
para europeus


Esta história americana detalhadamente contada aqui  fez-me lembrar a estranheza que eu e muitos espectadores tivemos quando, por volta de 1984, logo no início do filme Silkwood ( Reacção em Cadeia) com Meryl Streep se viam trabalhadores a discutir o problema do próximo referendo sobre a existência ou não de sindicato numa empresa proprietária de um reactor nuclear. 10 anos sobre o 25 de Abril, para portugueses aquilo era completamente chinês, sobretudo para os que ainda não sabiam que nos EUA o patronato pode convocar referendos sobre a existência ou não de organizações sindicais na empresa, sendo que a minoria perdedora deixa de ter o direito a organizar-se sindicalmente dentro da empresa. Esta notícia sobre o que passou na Wolkswagen do Tennessee mostra que, 30 anos depois,  nada mufou na legislação sindical da «grande democracia americana». 712 trabalhadores votaram contra a existência sindical na empresa e os 626 que votaram a favor ao, contrário do que acontece na Europa, ficam impedidos de se organizarem sindicalmente. Muito educativo e democrático, como se vê.

Para o seu domingo, o baterista e compositor

Gustavo Cortiñas
e o seu Quinteto




 

15 fevereiro 2014

Porque hoje é sábado (361)

Novalima

A sugestão jmusical deste sábado traz-vos a
banda peruana Novalima.




Caso dos submarinos

Contrapartidas ao fundo
- a justiça e a política


Deixando propositadamente de lado as questões criminais ou de funcionamento da justiça, importa voltar a uma pergunta elementar e dar-lhe a resposta óbvia. É assim :





14 fevereiro 2014

Hoje, sabe-se lá porquê

Chico e Vinicius em Valsinha


 
Valsinha
Vinicius de Moraes - Chico Buarque/1970
 
Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

Não é cedo nem tarde para...

... combater uma perigosa
aldabrice e mistificação sobre
as próximas eleições europeias




Através de muitas iniciativas políticas  e de numerosas notícias muitas das vezes erróneas, desenha-se em toda  a Europa, e com origens políticas diversas, uma sofisticada operação de mistificação que consiste em fazer crer que o voto dos cidadãos nas próximas eleições europeias também vai eleger o Presidente da Comissão Europeia, estando em preparação por parte de anunciados "candidatos" métodos de intervenção eleitoral à escala europeia e nos países membros da UE (por meio de visitas, grafismos e slogans personalizados) que muito reforçarão a aparência mentirosa de que os eleitores desta vez iriam  eleger o Presidente da Comissão.


Porque os muitos promotores desta falsificação disso nunca falam com clareza e verdade,  comece-se por reparar bem no que diz o  número 7. do artº 9 D do Tratado de Lisboa:

(aqui na pág. 6)

Ora, o que resulta claríssimo
desta disposição sobre a
nomeação do Presidente
da Comissão Europeia ?
Sem dúvida que é ao  Parlamento Europeu que cabe eleger, em votação por maioria, o Presidente da Comissão Europeia;

 Mas o Parlamento Europeu não tem qualquer poder para  apresentar candidatos, cabendo-lhe apenas aprovar ou rejeitar o (sim, é no singular !) candidato que for apresentado pelo Conselho Europeu (que reune os Chefes de Estado ou de governo dos 27) «tendo em conta as eleições para o Parlamento Europeu» ( e Merkel já deixou claro a sua diferente interpretação do que é o «ter em conta»);

As eleições europeias podem trazer naturalmente alterações mais ou menos significativas e talvez até em sentidos contraditórios sobre a composição do Parlamento Europeu mas é de toda a evidência que não trarão nenhuma modificação na composição e orientação política do Conselho Europeu que, como acabámos de ver, é o único órgão com poderes e competência para propôr UM candidato.

Não é um acto de pessimismo mas sim de lucidez prever que, tal como no passado, quer pela composição política do Conselho Europeu quer pela previsão genérica dos resultados eleitorais à escala europeia, o candidato proposto pela Conselho Europeu ou será um social-democrata ou um membro do PPE, familias políticas (os sócios-gerentes desta integração europeia) que, elas sim, tem todo o interesse em fomentar em erigir como importante elemento da sua campanha para as europeias este tema da eleição do Presidente da Comissão Europeia. E é por isso que, boas intenções à parte, não posso deixar de considerar que o envolvimento de forças à esquerda da social-democracia nesta operação mistificatória corre o risco de favorecer o statuo quo e em nada beneficiar a verdadeira esquerda.

Na Torre do Tombo sobre Álvaro Cunhal

Dois últimos dias de
uma exposição a não perder


Uma concepção e organização de exposição muito original e interessante e numerosos elementos documentais que acrescentam ao que já se tenha visto. Últimos dias: hoje, sexta-feira das 09.30 às 19.30 hs. e sábado das 9.30 às 12.30 hs.

12 fevereiro 2014

Um símbolo da grandeza da nossa Pátria

Vá lá, não sejam miudinhos !


Temendo que quem leia esta chamada na primeira página no Correio da Manhã possa pender para desabafos hostis, aqui venho esclarecer três coisas essenciais ditadas pelo bom senso e sentido de justiça: a primeira é que a reparação destas autênticas jóias da coroa que herdámos dos governos de Sócrates, Durão Barroso e Paulo Portas,  custando 5 milhões de euros, representa trocos, amendoins ou peanuts como dizem os anglo-saxónicos num país onde todos os dias a comunicação social está cheia de referências a milhares de milhões de euros; a segunda é que devíamos estar todos gratos por o país estar dotado de dois submarinos que nos recordam que já houve um tempo em que Portugal não vivia acima das suas possibilidades; e a terceira é que ninguém deve estranhar  que um dos submarinos já precise de reparação (e na Alemanha) pois isso é mais que natural para um equipamento militar que repeliu ali ao largo das Berlengas a Armada do Almirante Nelson, participou galhardamente nas Batalhas do Atlântico na II Guerra Mundial e  acaba de fazer uma longa viagem de circum-navegação.

11 fevereiro 2014

Europa e opinião pública

Cepticismo e preocupação
continuam a dominar

Embora com algum atraso, como não me parece que a imprensa portuguesa tenha dado por ele, chamo aqui a atenção para o Eurobarómetro nº 80 divulgado pela Comissão Europeia em Dezembro e com trabalhos de campo realizados em Novembro de 2013. Está disponível aqui.




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