10 novembro 2013

10.11.1913-10.11.2013

Nos 100 anos do
nascimento de Álvaro Cunhal


Porque pouco ou nada teria a acrescentar ao que têm sido escrito a propósito de Álvaro Cunhal pelo PCP e por muitos comunistas portugueses (embora naturalmente já tivesse muita coisa a escrever sobre o que outros por vezes têm dito) e porque jamais me passaria pela cabeça fingir que falo de Cunhal para falar de mim próprio (como já houve quem fizesse), então só me resta assinalar esta data com uma modesta e desinspirada  frase:«Obrigado, camarada, por tudo o que deste pelos trabalhadores, pelo povo e pela pátria portuguesa e que o melhor, o mais singular, o mais criativo e o mais profundo do teu legado continue a iluminar, a inspirar e impulsionar a luta e o trabalho dos comunistas do  presente e dos comunistas vindouros para dar concretização e garantir futuro aos grandes ideais humanistas que continuamos a viver e a sentir como os nossos mais honrosos compromissos de vida».

P.S.: E como o DN de ontem trazia isto


 eu respondo :

09 novembro 2013

O jornalismo e...

... a pulsão para sempre
«apimentar» os textos sobre
Álvaro Cunhal e o PCP



No DN de hoje, uma longa e densa peça do jornalista João Céu e Silva intitulada «A Segunda Vida de Cunhal » arranca assim (sublinhados meus e intercalações minhas): «Entre o emaranhado [ ?, era um prédio habitação adaptado para sede] de gabinetes que existem nos diversos andares da sede do Partido Comunista Português em Lisboa havia um que noutros tempos era muito reservado, o de Álvaro Cunhal. Situava-se no sexto andar do edifício da Rua Soeiro Pereira Gomes, quase num vão de escada, sem paredes [J.C.S devia querer dizer «sem divisões interiores»],rodeado de estantes repletas de pastas, livros em russo, [juro que a imensa maioria deles seriam noutras línguas a começar pela portuguesa], fotografias da filha e dos netos, um peluche e um pirilampo mágico, dois discos compactos de Chopin,  e uma secretária muito arrumada e sem nada para prender o olho... É essa a memória que tenho do vislumbre de poucos minutos permitido ao gabinete do então secretário-geral do PCP em 1991, para efeito de uma reportagem  sobre as sedes dos principais partidos. O «santuário», entretanto desmantelado, era onde o dirigente trabalhava. Inacessível a olhos extra-partido e que só muito excepcionalmente foi permitido observar e fotografar. Cunhal não estava presente.»

Ora acontece que fui eu que tratei com João Céu e Silva dessa visita, que a preparei e que acompanhei o jornalista no seu percurso pela Soeiro Pereira Gomes. E, nessa qualidade, o que eu posso testemunhar é que:

- o gabinete de Álvaro Cunhal no 6º andar da SPG era tão «reservado» com os outros dez que lá existiam e existem, incluindo aquele que ocupei durante quase 14 anos e que as regras de acesso interno a esse gabinete eram exactamente as mesmas dos outros gabinetes;

- que não tenho ideia nenhuma de João Céu e Silva ter pedido mais minutos para mirar o gabinete de Álvaro Cunhal, o que aliás se compreende porque o objectivo da visita era ter uma visão geral de diversos gabinetes ou áreas de trabalho e não propriamente bisbilhotar em estantes ou secretárias.

Mais esclareço que esta tendência para «apimentar» textos sobre o PCP e até sobre a sua sede já vem de muito longe. Lembro-me por exemplo de, com a contribuição importante de Maria João Avillez, muitos jornalistas terem passado a chamar ao rés-de-chão da SPG de «bunker» só porque as salas destinadas a receber os jornalistas estavam em grande parte tapadas para o exterior pelo mural que enriquece a fachada da sede do PCP. E, face a esta caracterização de «bunker», eu muitos vezes perguntei a jornalistas se eles me eram capazes de dizer qual era o partido que recebia jornalistas ou tinha encontros na sua sede, vendo-se tudo do passeio da rua, qual montra de pastelaria. Perguntar perguntei, resposta é que nunca tive.

Moral desta história: há quem conte as coisas assim e até invente «santuários» (mesmo com aspas no original) e depois os comunistas é que alimentam o «mito».

Porque hoje é sábado (349)

Nicole Mitchell

A sugestão musical de hoje incide
sobre a flautista e compositora
norte-americana Nicole Mitchell.




08 novembro 2013

Gincana semântica

Em português de gente,
"solidário 
com motivos" é um bocado esquisito mas, politicamente, deve querer dizer alguma coisa

Mas pode ser que esteja enganado e amanhã haja na imprensa um título assim:


Bloomberg e a sua herança dos sem tecto

Uma versão menos
conhecida de New York, New York



shelter- abrigo

mais informações aqui em
http://www.coalitionforthehomeless.org/ 

Madurezas ou a única explicação

Um ministro que não sabe
que o OE 2014 ainda não foi
aprovado nem entrou em vigor


Num dia, na presença de Passos Coelho, Durão Barroso ameaça com austeridade mais agravada caso o TC se porte mal, no outro, o ministro Maduro (maduro é favor) proclama que «o pior já passou». Conclusão: para eles, a reinação continua.

07 novembro 2013

E hoje os italianos do

Canzoniere Grecanico Salentino -
música para exorcizar os
demónios financeiros na Europa




 
Don't Stop
You’ve graduated, but there’s no work 
You have a masters, but there’s no work 
And you’re left with only your imagination
Wanting to buy a house, it’s agony, wanting 
a family, it’s crazy 
But if you stop, there’s melancholy 
Get up, find a way, keep on going, don’t stop 
Find a way, take a chance, your voice is strong,
make it heard.

Nu te fermare


Si laureatu ma nu ce fatìa

specializzatu ma nu ce fatìa
te resta sulu la toa fantasia ci uei catti na casa è n'agonia
ci uei faci famiglia è na follia

ma ci te fermi è na malencunia
ausate movite tira ca tira nu te fermare movite minate la voce è forte falla sentire
quannu vai fore cangia sinfonia

quannu vai fore pare na magia

ca te rispettanu per l'arte toa

nu te fermare
none nu te fermare

ausate movite tira ca tira nu te fermare

movite minate la voce è forte falla sentire

ulia cu me nda bau ma nu bulìa

ca me teni lu core e la sapìa
quantu si mara e duce terra mia
e mo sta cantu pe la vita mia
e mo sta sonu pe la vita mia
cu me la curu ieu sta malatìa

ausate movite tira ca tira nu te fermare

movite minate la voce è forte falla sentire

nu te fermare none nu te fermare
Sei laureato ma non c'è lavoro specializzato
ma non c'è lavoro
ti resta solo la tua fantasia
se vuoi comprare una casa è un'agonia
se vuoi fare famiglia è una follia
ma se ti fermi è una malinconia
alzati muoviti insisti ed insisti non ti fermare
muoviti lanciati la voce è forte falla sentire
quando vai all'estero cambia sinfonia
quando vai all'estero sembra una magia

che ti rispettino per l'arte tua
non ti fermare no non ti fermare
alzati muoviti insisti ed insisti non ti fermare

muoviti lanciati la voce è forte falla sentire
vorrei andarmene ma non vorrei

perchè mi tieni il cuore e lo sapevo

quanto sei amara e dolce terra mia
e ora canto per la vita mia
e ora suono per la vita mia
per curarmi io questa malattia

Há 96 anos

A Revolução de Outubro -
página que continua aberta,
raiz de um ideal com futuro

Peace - is the first conquest of the october!

Portugueses não nego que sejam, patriotas é que não são

Durão Burroso (G.W.B. dixit)
ou o cinismo sem limites 


Pior ou mais eloquente do que todos os títulos ou notícias nos jornais, foi ver ontem ao vivo nos telejornais e ao lado de um primeiro-ministro de Portugal nesta matéria calado que nem um rato (porque já têm dito e pensa o mesmo), um Durão Barroso a responsabilizar antecipadamente o Tribunal Constitucional por uma austeridade mais agravada caso chumbe normas do OE para 2014 e, logo de seguida, declarar que jamais ele ou a Comissão Europeia fizeram qualquer crítica ou pressão sobre aquele órgão, coitadinhos apenas não podem deixar de alertar para as respectivas «consequências» das decisões daquele alto tribunal. 
A verdade é que, se houvesse em Durão Barroso um grama de seriedade nem que fosse caída por acaso na lapela do casaco, ele, mesmo mantendo as suas opiniões favoráveis à desgraçada política que tem desabado sobre os portugueses e o país, o que deveria ter dito, respeitando a verdadeira sequência dos factos, é que o Governo, ao incluir no OE 2014 medidas claramente passíveis de declaração de inconstitucionalidade estaria a provocar uma «consequência» chamada «mais austeridade».
Como se vê não há pois nesta gente limites para a falta de vergonha e o para o vezo trafulha: de um passo, inventam uma alegada «consequência» e descarregam-na para cima do TC e, 30 segundos à frente, declaram que nem por sombras estão a fazer qualquer pressão sobre o dito Tribunal. George W. Bush chamou-lhe uma vez "Burroso" mas burro, convenhamos, ele não é, é mais o extremo cinismo, a insuperável hipocrisia e a desonestidade congénita levados para os altos cumes da Comissão Europeia.

06 novembro 2013

A crua verdade dos números ou...

... a prova de que o governo
imita o vendedor de castanhas
que apregoava "são podres mas boas!"



hoje no i