O problema dele não é ser novo,
é ser cego, surdo e ignorante !
Aquele a quem tenho chamado o engraçadinho de serviço à ultima página do Público escreve hoje que (sublinhado meu) «Apenas Paulo Portas se atreve a sugerir, nas suas intervenções, que há uma dimensão patriótica na luta que o país está trvar para sair da situação de resgate em que se encontra. Infelizmente, todos os outros partidos fogem deste género de formulação como o diabo da cruz, com medo do espectro do Estado Novo».
Ora, eu até admito que, por razões de idade, João Miguel Tavares não saiba que jamais o PCP na sua longa história permitiu que os conceitos de nação, pátria e patriotismo fossem exclusivamente apropriados ou instrumentalizados pelo fascismo. E, embora menos, também posso compreender que João Miguel Tavares nunca se tenha encontrado com um daqueles blogues ou bloggers que passam a vida a criticar o PCP por se referir ao patriotismo e que tão deliberada como desonestamente chamam «nacionalismo» ao que o PCP refere como «patriotismo». Tudo bem. O que já não acredito é que na rádio, na televisão, na imprensa ou na propaganda do PCP que está presente nas ruas de Portugal, João Miguel Tavares nunca tenha marrado com a invocação pelo PCP do conceito de patriotismo, ontem tão diametralmente diferente do do fascismo como hoje tão diametralmente diferente do de Paulo Portas (ou de João Miguel Tavares).
Avante! de Maio de 1947