07 agosto 2013

Prémio da Prodigiosa Imaginação...

... para o jornalista que conseguiu
ver a bomba para a asma que Álvaro

Cunhal não usava porque disso
felizmente não sofria



No mesmo texto do Expresso que já  aqui, em adenda, referi, Henrique Monteiro deambula a certa altura sobre o «mistério» que grassava entre os jornalistas sobre o conteúdo da célebre pochette que Álvaro Cunhal usava, mistério que nunca percebi porque para mim devia ser evidente que comportava  documentos de identificação, apontamentos de trabalho, alguma caneta e elementos de informação política. E depois conta que, após muitas insistências, travou o diálogo acima e que reproduzo para melhor leitura:

«- O que traz aí, dr. Cunhal ?
Ele respondeu que me daria uma prova de confiança se eu jurasse não revelar a ninguém, coisa que cumpri até hoje. E então respondeu pondo um ar severo:
- Uma bomba !
Fiquei sem saber o que dizer, até que ele, já com um sorriso desconcertante me mostrou... a bomba de asma que transportava para o caso de ter uma crise.»

Acontece apenas que, não me querendo fiar nos meus quase 30 anos de convivência com Álvaro Cunhal (ou na viagem de 20 dias que fiz com ele pelo Extremo-Oriente em 1986), me dei ao trabalho de consultar vários  camaradas que com ele trabalharam e conviveram ou  mais décadas ou  mais de perto do que eu. E todos, mas todos, negaram em absoluto que Álvaro Cunhal sofresse de asma ou levasse alguma bomba para a asma na sua pochette.

E, pronto, tirando a observação de que, sem mostrar nada, Álvaro Cunhal pode muito bem ter resolvido brincar com Henrique Monteiro, de acordo com o meu amplamente reconhecido bom feitio, não acrescento mais nada. 

Ufa, já percebi

O nome não está no documento
mas a pessoa esteve nas reuniões





(...)



06 agosto 2013

Certas sondagens e ...

[O recente post sobre Henrique Monteiro tem agora uma Adenda]

... as opiniões
perturbadas e ambivalentes



Como há muitos e muitos anos não partilho nada a ideia de que situações de crise e de carências agudas e de  desespero e sofrimento sociais sejam automatica e obrigatoriamente o caldo de cultura ideal para uma especial clarividência política e eleitoral dos cidadãos ou criem imediatamente avenidas de facilidades para soluções políticas progressistas, estou à vontade para não esconder que uma sondagem hoje divulgada pelo «i» proclama que 77% dos inquiridos queriam que PSD, PSD e CDS se tivessem entendido no famigerado «compromisso de salvação nacional».

Entretanto, como prova de que nestes tempos nada é linear ou absolutamente coerente repare-se que, na mesma sondagem, 40,4% dos inquiridos dizem apoiar ou achar razoável a posição assumida pelo PCP, pelo BE e por Os Verdes de não entrarem (também ninguém os comvidou) nas negociações dos troikistas, o que representa o dobro das intenções de votos que as sondagens lhes vem atribuindo.

E já agora, no mesmo sentido, repare-se que, tendo sido Cavaco Silva o padrinho dessas negociações entre  PSD, PS e CDS, qual foram os resultados sobre a apreciação da acção de Jerónimo de Sousa, Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho na sondagem publicada pelo Expresso no último sábado:



A grande espoliação

Sem dó nem piedade

No Jornal de Negócios

Segundo é anunciado, o corte atingirá todas as reformas superiores a 600 euros e, como todos sabemos, é preciso ser muito perdulário para, incluindo renda de casa ou IMI, água,  luz, medicamentos  e etc., gastar 20 euros por dia !. Perdoem a brutalidade da frase mas só me apetece dizer que, por este desvairado e cruel caminho, muitos reformados vão morrer mais cedo do que seria normal.

05 agosto 2013

Missão cumprida !

Alguém me explica o que
é que isto tem a ver com
o défice e a dívida ?



E, enquanto não me explicarem,
volto a repetir palavras antigas


O grande e incurável ressabiamento

A vingança dos
derrotados do 25 de Abril


Eu podia pegar nesta frase de Ricardo Salgado e fazer uma cruel digressão assinalando que ela bate certo com toda uma longa e variada estirpe de empresários e banqueiros que conseguiram conviver durante décadas com o fascismo em pujante felicidade e harmonia, sem nunca por nunca ser terem soltado o mais tíbio pio de distância ou oposição. Podia também perguntar se os despedimentos que o BES também está a fazer são por as vítimas o quererem para mamar o subsídio de desemprego.  Mas não vou por aí, fico-me apenas com o lembrete para o Salgado de que, como há cerca de 60% de desempregados que não recebem qualquer subsídio, então haverá pelo menos uns 600 mil portugueses  que certamente preferiam o trabalho que tinham ao  subsídio que não têm.

04 agosto 2013

Grandes parvoíces

É exactamente ao contrário
do que diz Henrique Monteiro


Em mais uma das suas prosas no Expresso que atestam uma acelerada degenerescência política e intelectual, veio agora Henrique Monteiro  evocar denúncias à Inquisição, à PIDE e ao KGB a propósito das ondas de críticas a declarações de Isabel Jonet ou à Senhora da Comporta dos Pobrezinhos, tudo no quadro de uma suposta «polícia de pensamento» e tudo consistindo em, na falta desses istrumentos repressivos,  se recorrer às redes sociais e à comunicação social para fazer «assassínios de carácter»(achando eu que, em alguns casos  não se pode matar o que não há).
Não é preciso ser-se dotado de um invulgar  Q.I. para se perceber que Henrique Monteiro trocou tudo e tudo baralhou.
Com efeito, por razões de caridade democcrática, limito-mo  observar que se não fosse possível arrasar, discutir, enxovalhar ou ridicularizar as declarações da Jonet e da Senhora da Comporta então sim é que estariamos num tempo similar àquele em que a PIDE reinava sobre as consciências nacionais e nos impedia de publicamente gozar com a Cilinha Supico Pinto ou publicamente nos escandalizarmos com as festas de senhor Patiño em Cascais.



(imagem roubada de aqui)


Adenda em 6/8: Na mesma edição do Expresso mas na  sua Revista, em texto sobre Álvaro Cunhal, Henrique Monteiro junta-se às dezenas que teimosa e burramente têm efabulado sobre a chegada do Secretário-geral do PCP ao Aeroporto da Portela e escreve que «Quando chega o 25 de Abril não perde a oportunidade de uma magnífica encenação. Sem nunca esclarecer de onde viera (Cunhal jamais revelava esses dados ao certo), aterrou no aeroporto da Portela, proveniente de Paris a 30 de Maio [de Abril, seu incompetente!]. Logo ali saltou para cima de uma chaimite (carro de combate) assim recriando a chegada de Lenine, fundador da URSS, a São Petersburgo». Ora, para já não falar das vezes em que o fiz na primeira e desaparecida série deste blogue, informo que sobre essa alegadamente deliberada «encenação, pelo menos por duas vezes na actual série deste blogue  já pus os pontos nos is. Como se pode ler aqui e aqui.

Nobel do Cinismo

Lembre-se disto quando a
Lagarde soltar uns espirros
sobre a austeridade


Manchete do El País de ontem

Para o seu domingo, a espanhola

Carmen Paris






 e aqui pode ouvir as 12 canções
 do seu novo álbum «Ejazz con Jota»