07 junho 2013

Ainda o 3º Congresso da Oposição Democrática

Brevemente neste blogue


Em boa verdade, há quase 40 anos que ando para escrever (*) alguma coisa mais articulada e cuidada sobre o que, periodicamente e por diversas vozes, tem sido referido, a meu ver por vezes de forma pouco rigorosa, sobre a interessante e valiosa comunicação «Da necessidade de um plano para a Nação» que o estimado José Medeiros Ferreira apresentou ao 3º Congresso da Oposição Democrática  em Abril de 1973.

Julgando ter finalmente encontrado a estrutura de texto e o tom de equilibrio que se me afigura essencial até para não suscitar no autor incompreensões quanto ao meu objectivo, creio poder anunciar que, dentro de não muito tempo, aqui publicarei um desenvolvido post sobre essa matéria acompanhada do serviço público que será a reprodução em fac-simile da parte dessa comunicação referente às Forças Armadas (até porque me parece haver quem fale dela sem nunca a ter lido).

Entretanto, e como mero exemplo de coisas que é preciso esclarecer, reparo que na última Seara Nova (Primavera de 2013, é comprar, leitores), o também estimado António Reis escreve a dado passo de um seu artigo o seguinte (sublinhado meu):«Não podia deixar de referir a importância de outra tese, a de José Medeiros Ferreira,  então exilado na Suiça, intitulada «Da necessidade de um plano para a Nação», na qual se preconiza em tom premonitório a imprescindibilidade da intervenção das Forças Armadas no derrube do regime, o que na altura era ainda visto com algum cepticismo nos meios oposicionistas. Não por acaso, a confirmá-lo, a afirmação no ponto 1.2. (regime político) das conclusões de que «o regime actual é um regime de cunho militarista, em que as forças armadas, após violentíssimas purgas, se encontram passivamente identificadas com o poder político» (p.130)». E estava-se a cinco meses do nascimento do movimento dos capitães!...».

Deixando para o texto futuro outras observações que este extracto de António Reis justificará, por ora só quero informar que na comunicação de Medeiros Ferreira, a par sem dúvida de outras nuances, é possível encontrar afirmações como (sublinhados meus) «embora o Exército seja efectivamente um instrumento da política das classes dirigentes, a instituição, esta, enquanto tal, é interclassista e nacional» e que «as Forças Armadas, enquanto instituição nacional, encontram-se assim enquadradas e controladas pelo regime».

E portanto, caro António Reis, também isto foi escrito «a cinco meses do nascimento do movimento dos capitães»!... 

(*) Ao intervir na sessão realizada em Aveiro em 4 de Abril deste ano, integrada também no Centenário de Álvaro Cunhal, sobre os 40 anos do 3º C.O.D., já abordei este assunto embora em termos não exaustivos, não estando ainda disponível o texto.

06 junho 2013

Ele escreve na última página do «Público» !

Azares de um engraçadinho
que também é um idiota chapado


Fazendo apelo às minhas cada vez mais diminuídas reservas de tolerância e boa-vontade, há duas coisas que eu até posso admitir: uma é que o Público, temendo que os seus leitores estejam fartos de desgraças, convide um engraçadinho ou humorista para  escrever na sua última página (escusava era de ser de direita como este João Miguel Tavares); a outra é que sou capaz de calcular o que isso de ter de escrever humor com prazo marcado e dia certo.
Em contrapartida, há uma coisa em que não estou disposto a colaborar, a saber, que escrever humor seja uma espécie de passaporte para a impunidade do dislate, da parvoíce e do reaccionarismo.
Acontece que João Miguel Tavares, no quadro de elegias aos direitos da propriedade privada, nos brinda hoje com o seguinte parágrafo a respeito do caso do quadro de Crivelli : « Antes que chovam comentários desagradáveis da esquerda trompe l'oeil, eu juro por todos os santos que não sou um neo-super-hiper.megaliberal. Percebo que, no limite, haja interesses nacionais que devam ser acautelados. Só que toda abordagem deste caso, dá omo natural o impedimento da saída deste quadro, quando num país decente tal decisão só pode: 1) ser considerada absolutamente excepcional; 2) vir acompanhada de um cheque de  três milhões à ordem de Pais do Amaral».

Acontece que o engraçadinho que o Público resolveu contratar há uns tempos teve o azar de, nesta mesma edição do jornal, se explicar detalhadamente que esta pintura está protegida legalmente desde 1970 e que essa protecção «dispunha já a impossibilidade de alienaçaõ definitiva com saída do território nacional» (condicionante que está presente com toda naturalidade na legislação da maior parte dos países). E o jornal até vem acrescentar que o preço da venda a Pais do Amaral do quadro pelos seus anteriores proprietários até terá sido mais baixo exactamente por causa dessa condicionante. Enfim, talvez se possa dizer que, mais do que realmente engraçado, João Miguel Tavares caiu na graça do Público.

FMI ou...

... quando muitíssimos pagam
com língua de palmo os erros de poucos



a ler aqui no Wall Street Journal


2018 ? 2020 ? 2030 ?

Ontem, na Amadora, Passos Coelho declarou «não ter medo do julgamento dos portugueses», afirmação que muito devia ajudar o Presidente da República a tomar a decisão  certa, e garantiu também que «vamos sair da crise». Esqueceu-se porém de acrescentar umas palavras que até têm tradição no PSD:



05 junho 2013

Fim de dia com os escoceses

Camera Obscura




'Fifth In Line To The Throne"
James

As sondagens e...

... a bela arte
de formular as perguntas


Provavelmente não faltará quem diga que sou miudinho, chato e embirrento. Mas, adiantando que não ponho as mãos no fogo sobre que opinião têm realmente os portugueses sobre o prolongamento da vida do actual governo, não posso deixar de registar que, na sondagem hoje publicada pelo i, a pergunta sobre se o governo deve completar o mandato contém a finalidade de «não se perder a imagem internacional conquistada até agora» (elemento apresentada como de conotação positiva) mas já a pergunta sobre se devem ser convocadas de imediato eleições antecipadas está apenas ligada à ideia manifestamente neutra de «para que um novo governo possa assumir os destinos do país».

Acho francamente que, para as perguntas serem identicamente "isentas", então a segunda devia por exemplo dizer «eleições antecipadas para acabar com a austeridade».


Se não sabia, fique a saber

Recorte este título e pague as
suas contas (impostos incluídos) com ele !


no DN


Entretanto, continuam os
«grandes êxitos» deste governo


no i

Uma atitude de exemplar coragem política

P.C.F. - um combate
sem tréguas à Fente Nacional



Palpita-me uma pena para servir de exemplo

Bradley Manning e
a opinião de um procurador



Aqui, o autor deste livro, Chase Nadar, «civil rights attorney» em Nova Iorque,  escreve sobre «sete mitos sobre Bradley Manning»


Se não, agradeça às «cerejas»

Já alguma vez tinha ouvido falar
sobre "the private prison industry" ?



a ler aqui