29 março 2013

28 março 2013

Mais uma que não pode passar em claro

Uma frase de
Passos Coelho que diz muito



seria mais decente se rezasses do que
andares a fazer chantagem

Segundo o Público de hoje, Passos Coelho disse ontem no Porto, reportando-se aos «tempos históricos» que vivemos que «todos nós temos responsabilidaes na forma como lidamos com isso: tem o governo que não se pode distrair com aspectos menores, as instituições democráticas todas, o Parlamento que tem de ter responsabilidade, o TC que também tem de ter responsabilidade nas decisões que vier a tomar e no impacto que elas possam vir a ter no país»

E hoje, na AR,  a    deputado do PSD Teresa Leal Coelho ( sim. é a «piquena» que disse há tempos que os deputados eram pagos pela troika) acrescentou mais molho ao estufado, salientando que o TC deve ter em consideração  « o contexto econímico, o contexto financeiro, o memorando de entendimento»  e não certamente por acaso em último lugar «o direito europeu, o direito nacional».

Feitas honestamente as citações, só quero observar, recusando-me a detalhadas explicações ou a fazer o boneco, que incluir o Tribunal Constitucional no mesmo plano de responsabilidade do «governo», das «instituições democráticas» e do «Parlamento» é não só não perceber o que é um Tribunal Constitucional e  a especificidade do seu papel como é demonstrar um claro incómodo com princípios básicos do Estado de Direito democrático de que fala a Constituição da República.

E tudo isto desvendando e redundando manifestamente numa óbvia, descarada, ilegítima e repugnante pressão sobre o TC e as suas próximas decisões sobre normas do último Orçamento.


27 março 2013

Por entre coisas erradas e algumas certas...

... o que eu retive de ...





No Dia Mundial do Teatro

Lembrando Fernanda,
Fernanda Alves



Andaram bem o Teatro Nacional de São João e, em sequência, o Público de hoje, ao associarem a celebração do Dia Mundial do Teatro à evocação da extraordinária mulher e grande actriz e encenadora que foi Fernanda Alves (1931-2000). Mesmo que com isso me tenham feito lembrar do devastador desgosto e adeus à vida do Ernesto Sampaio que, antes de partir, ainda escreveu esse sofrido mas luminoso livro com o título «Fernanda».

E hoje o cantor francês

Jean-Louis Murat


t



Si Je Devais Manquer de Toi

26 março 2013

Passaram oito dias e...

... aos quesitos
disseram nada, nicles, zero !


Passaram oito dias desde que aqui, não desejando fazer juízos definitivos antes de obter certos esclarecimentos, dirigi oito perguntas concretas aos redactores ou principais promotores (não em geral  aos seus subscritores) do "Manifesto pela Democratização do Regime".

Não acreditando que nenhum tenha tomado conhecimento daquele meu post, passado este tempo, não dei por qualquer resposta àquelas perguntas, seja na caixa de comentários deste blogue (como seria natural) nem em outro lado qualquer.

Se este facto fôr verdadeiro e exacto e não posso nunca garantir que o seja porque não há meios infalíveis para isso, creio que é legítimo colocar em cima da mesa duas hipóteses:

- a primeira é que pessoas que resolvem levantar a bandeira da «democratização do regime» não prezam especialmente o contraditório e o debate democrático de ideias  e não sentiram nenhum impulso ou dever de responder a perguntas formuladas de forma séria e serena;

-a segunda é que os principais redactores ou promotores do citado Manifesto, não tendo resposta para aquelas minhas perguntas, assim demonstram que andaram tristemente a falar de coisas de que não sabem e a propor coisas sem lhe medirem as consequências ou efeitos.

Escolha o leitor a hipótese que prefere.

Tão bonito de se ver

Afinal o "trabalho colectivo"
não é coisa só de comunistas



25 março 2013

«Media» e comentadores ou...

... voltando à vaca morna


Porque o assunto não morreu e porque muitos leitores, na voragem dos posts, podem não ter reparado nele reproduzo aí em cima com novo grafismo o que já tinha publicado aqui com a patente intenção de marcar uma assinalável diferença com muitas opiniões em relação à questão dos comentadores políticos nas TV's e designadamente à contratação pela RTP de José Sócrates.

De caminho, aproveito para quatro anotações suplementares:

- a primeira é que se me parece estuporada a iniciativa do CDS de pretender chamar o director de informação da RTP a explicar na AR a contratação de Sócrates, já entretanto me parece que será inteiramente legítimo e irrepreensível se, por queixa de cidadãos ou iniciativa própria, a Entidade Reguladora da Comunicação Social examine esta e outras questões sobre o ângulo da garantia de um efectivo pluralismo na RTP;

- a segunda é para lembrar uma coisa que está esquecidíssima: é que, no senso corrente, pode ter-se instalado a ideia de que em matéria de pluralismo, o serviço público de televisão tem mais deveres do que os canais privados e que portanto estes poderiam beneficiar de uma menor exigência por parte dos cidadãos; ora acontece que essa ideia não tem qualquer fundamento pela simples razão de que a Lei da Televisão, quanto a deveres de pluralismo, não estabelece nenhuma diferença entre o serviço público e os canais privados que, recorde-se, existem não por vontade divina mas por concessão estatal;

- a terceira é que não estou disposto a dar um cêntimo que seja para esse cínico peditório de que os políticos não podem ser comentadores por serem conhecidas as suas opções enquanto jornalistas, professores universitários ou politólogos já teriam caído em pequeninos no caldeirão da independência e da isenção; digo mesmo que me sinto mais avisado e prevenido com um comentador que sei o que é politicamente do que com outros que me escondem as opções, ideias e alinhamentos que realmente têm ( como se vê e sabe quando começaram a escrever em blogues ou a aceitar cargos de assessores nos governos).

- a quarta é que, com a contratação simultânea de Morais Sarmento, a RTP volta a interferir descaradamente no jogo político, favorecendo, com eleições legislativas no horizonte, uma «bipolarização» PS-PSD que, entre muitas outras, incluiu o não esquecido antecedente dos debates semanais entre José Sócrates e Pedro Santana Lopes.

Por fim, resta-me assinalar que hoje, em artigo no Público, Correia de Campos, julgando que é a melhor, consegue adiantar a pior e mais incrível razão para a contratação de Sócrates. Escreve ele que «enquanto todos os dias o ex-primeiro-ministro é insultado, pretende-se ainda retirar-lhe o direito de se defender». Pelos vistos, o que seria coerente com esta estapafúrdia finalidade dos comentários de Sócrates na RTP seria propor  em sede de próxima revisão constitucional, que os ex-primeiros-ministros têm direito a programas de comentário político no serviço público de televisão para defender a seu bom nome e a sua pretérita acção governativa.

Meus Deus, como a parvoíce alastra impetuosamente !

Nem um cisco de vergonha na cara

Por favor, primeiro
mandem destruir os arquivos todos


Em 4 de Janeiro deste ano :


Num acto de infinita caridade, já não vou
 citar nem as palavras que os deputados
do CDS disseram nesse dia.

24 março 2013