29 janeiro 2013

Fim de dia com a britânica

Laura Mvula



À atenção de Mário Crespo ou...

... os esplendores do Relvas (*)



António-Pedro Vasconcelos hoje no Público:«(...) Pretendendo sempre agir em nome do interesse público, Relvas não hesita em continuar a manipular os números: a RTP diz ele, custou, no ano passado 540 milhões aos contribuintes. É preciso dizer com clareza que estes números são falsos. E das duas uma: ou Relvas sabe - e é grave, porque mente; ou não sabe e é igualmente grave , porque revela que o ministro é ignorante. Com os seus 15 canais, de rádio e TV (nacionais e internacionais, generalistas e temátic os), a RTP custou aos portugueses em 2012, 145,78   milhões de E. de contribuição  audiovisual audiovisual (CAV),mais 73,171 milhões de E. de indemnização compensatória e 339 nil euros de subsídio à exploração. Nem mais um cêntimo. O resto (45,315 milhões) foram receitas comerciais . Incluir nesses custos o pagamento voluntário de uma parte substancial da dívida (344,5 milhões), que estava a ser paga através da publicidade a um sindicato bancário internacional, desde o tempo de Morais Sarmento, e que o actual ministro decidiu antecipar (perguntem-lhe porquê), é um exercício de demagogia que cai mal a um responsável político. Por duas razões: primeiro, porque o défice de mais de mil milhões de euroas  que a RTP tinha em 2005 era o efeito de uma dívida contraída pelo Estado que, durante anos, não pagou à empresa as «indemnizações compensatórias» a que se havia obtigado, primeiro pela perda da taxa, depois pela perda substancial de publicidade [ aqui acrescento eu, também por estúpidas limitações à publicidade impostas por um governo do PS]. Segundo, porque a RTP, como todas as TV públicas recebe fundos públicos (da taxa ou/e do Orçamento para pagamento das obrigações  e limitaç~ies a que está obrigada   pela prestação do serviço público. Acresce que, se a publicidade  tivesse constituido, como devia, uma receita da empresa e não um encargo para pagar a dívida, a RTP (a segunda mais barata da Europa) teria tido lucro desde 2005. (...)»     

Depois disto, só me  resta dizer que quem não for capaz de rebater estes números e entretanto continuar a fantasiar sobre as contas da RTP, além de mentiroso relapso, é sobretudo cobarde.

(*) Os direitos de autor desta expressão são, como tenho dito, de Clara Ferreira Alves.


28 janeiro 2013

Podem passar todas menos esta

Uma senhora nódoa
na primeira página do
Público


Como, em regra, não sou dado a «ajustes de contas» na hora da morte de ninguém, só mesmo uma chamada de 1ª página como esta do Público de hoje me faria escrever sobre o Coronel Jaime Neves (que o Público me lembra ter sido o único participante do 25 de Abril a ser, já na reforma, promovido por distinção a general). Com efeito, a este respeito só quero dizer que, mesmo dando de barato a ideia do «manter Abril no 25 de de Novembro», então isso se podia aplicar a muitos militares (com destaque para Melo Antunes, Ramalho Eanes [este, muito pelo apreço e respeito que tinha pelo primeiro, como pude testemunhar pessoalmente durante as negociações do 2º Pacto MFA-Partidos] Vasco Lourenço e outros) mas nunca por nunca ser a Jaime Neves.

Na verdade, nem é necessário mais do que procurar nos arquivos da RTP ou quem sabe mesmo no Youtube e encontrar as imagens e o som da visita aos Regimento Comandos do Presidente da República Costa Gomes e de Eanes na noite de 25.11.75, onde figura um Jaime Neves a manifestar quase insubordinadamente o seu descontentamento com o rumo dos acontecimentos e a reclamar, por estas ou palavras parecidas,  que se fosse «mais além».

P.S. lateral: Certamente para enxovalhar mais o meu ego e deixar bem claro aquilo que eu próprio sei, ou seja que vou morrer clamorosamente derrotado no meu combate de quase 30 anos contra esse abuso e essa palermice não inocente, o editorial do Público de hoje, volta a chamar «líder da oposição» a António José Seguro (tomara ele ser líder incontestado do PS quanto mais da oposição !). E isto no mesmo jornal onde em  17.11.2006 eu enunciei toda a série dos meus argumentos (falhados e não escutados) para se evitar esta patente falsificação que leva centenas de pessoas alfabetizadas a, na comunicação social, confundir «líder do PS» ou «líder do PSD» (conforme as épocas) ou «líder do maior partido da oposição» com «líder da oposição». Ainda assim, só para sinalizar que perco mas não me rendo, volto à sugestão que dei numa crónica escrita e publicada em 2003: um post-it afixado em cada computador das redacções dos meios de comunicação social e que podia rezar assim:


26 janeiro 2013

O direito à pequena maldade

Aldrabando declarações 
de Passos Coelho no Chile


Manifestação de professores ou...

... como o regresso à luta vale
cem vezes «o regresso aos mercados»





Até já cansa e chateia !

Um truque com barbas brancas


O dossiê  que Marianne destaca nesta sua última capa é toda ele dedicada aos oito meses de mandato de François Hollande e ao PS francês. E, no entanto, como tem sido feito milhares de vezes em toda a parte, incluindo por vezes em Portugal, o que nesta capa se pode ler é «Aqueles que continuam a empanturrar-se sob a esquerda». Há mais de 20 anos que escrevo que a imprensa, sempre tão aflita com o número de letras ou caracteres, tinha todas as razões para escrever PS e assim, como neste caso, poupava logo quatro preciosos caracteres (em português poupava seis). Mas ninguém me liga e ninguém me ouve. Porque será ?

Porque hoje é sábado (310)

Yurodny




A sugestão musical de hoje descobre

 o conjunto Yurodny, fundado em 2007
pelo saxofonista e compositor Nick Roth.



25 janeiro 2013

Pedro Zandinga Coelho ou...

... as quatro palavras que faltaram



Assim teria ficado melhor :

«Raúl, la foto es falsa o verdadera ?» ou...

... quando o El País
pede um trapo encharcado




Na manhosa, sinuosa e habilidosa prosa (isto é que é rimar  !) que hoje publica para compôr o ramalhete depois da imprudência, morbidez e preconceito político de publicar uma falsa foto de Hugo Chavez entubado, o El País consegue a proeza de gastar vinte-linhas-vinte a descarregar para cima das «restricciones informativas aplicadas por el régimen cubano» e das dificuldades e riscos em recorrer à sua correspondente naquele   país, a   blogger Yoanni Sanchez. Decididamente, não há limites para a desfaçatez.