Pois é, há uma maioria parlamentar PSD-CDS, numericamente sólida, embora conquistada, como muitos hoje melhor sabem, na base da mentira e da ocultação. E, no entanto, no Público de hoje oito páginas estão subordinadas à imagem acima.
14 setembro 2012
Um caso de cega teimosia
J. M. Fernandes e a Lua
Na sua página de opinião hoje no Público, a dado passo, José Manuel Fernandes perpetra esta maravilhosa pérola (sublinhado meu): «Há pouco mais de um ano ninguém em Portugal - à excepção dos lunáticos da esquerda radical - duvidava de que precisávamos de uma cura de austeridade e que fazer emagrecer um Estado que tinha crescido desmesuradamente ia ser um processo difícil e demorado. Passado pouco mais de um ano, todos gritam que "a austeridade falhou" e que o modelo "não funciona".»
Lido isto, nada mais tenho a dizer se não que só uma imensa desonestidade intelectual e política pode permitir a JMF chamar de «lunáticos» aos que avisaram bem e acertaram melhor em vez de chamar «lunáticos» a todos os que, como ele próprio, deviam eram confrontar-se honestamente com os desastrosos resultados daquilo que defenderam e apoiaram.
Canções de protesto para os dias que passam (2)
Sarah Harmer
em Encarpment Blues
em Encarpment Blues
If they blow a hole in my backyard
Everyone is gonna run
away
The creeks won't flow to the Great Lake below
Will the water in the
wells still be ok?
We'll need to build some new apartments
And I know
we're gonna have to fix the roads
But if we blow a hole in the escarpment
The wild ones won't have anywhere to go
If they blow a hole in the
backbone
The one that runs cross the muscles of the land
We might get a
load of stone for the road
But I don't know how much longer we can
stand
We'll keep driving on the Blind Line
If we don't know where we
want to go
Even knowledge that's sound can get watered down
Truth can get
sucked out the car window
We're two-thirds water
What do we really
need?
But sun, showers, soil and seed
We're two-thirds water
The
aquifers provide
Deep down in the rock
There's a pearl inside
If
they blow a hole in the backbone
The one that runs across the muscles of the
land
We might get a load of stone for the road
But I don't know how much
longer we can stand
13 setembro 2012
Conclusão de uma entrevista de Coelho
Afinal a Curiosity levou
um passageiro para Marte
um passageiro para Marte
O dono do restaurante onde eu estava, a meio da entrevista, já exclamava por sua exclusiva e espontânea iniciativa: «Afunda-nos a todos e está doido». E eu creio que quem tenha ouvido a entrevista de Passos Coelho à RTP tendo sempre presente as reais e concretas medidas anunciadas por este governo não pode deixar de sentir que, no essencial, se tratou de
Novinhas em folha
Esta gente não tem a noção
do ridículo ainda por cima
numa época destas ?
do ridículo ainda por cima
numa época destas ?
Ah grande cavadora ! Se bem repararem, a enxada e as luvas estão novinhas em folha, vieram directamente da loja para a sessão fotográfica que bem podia ser para um anúncio da AKI. (imagem roubada de aqui)
12 setembro 2012
Crueldade sobre os trabalhadores a recibo verde
Em que mundo
vivem estes governantes ?
vivem estes governantes ?
Andei vários anos a descontar, como trabalhador a recibo verde, 24,5% para a segurança social que só serviam para a a constituição da carreira contributiva e nem sequer davam direito a subsídio de doença, etc. e considerava isso uma absurda expoliação. Agora, o governo quer subir essa taxa, já entretanto por si aumentada, para uns incríveis e selváticos 30,7%. Com isso, e como há uma retenção na fonte no caso dos recibos verdes de 21,5% de IRS, uma coisa é certa: estes trabalhadores, se quiserem fugir a uma futura reforma de miséria, levarão para casa menos de metade do que a importância nominal que consta do seus recibos verdes.
Alternativa
Tavares dá a receita
Os tempos que vivemos de justa indignação, raiva e revolta também vão bons para todos os quiserem cavalgar a aspiração de mudança agitando meia dúzia de ideias simples, em rigor simplistas, com a vantagem de indirectamente apresentar como empecilhos ou sectários todos os que não estiverem dispostos a sacrificar a verdade, o rigor e a seriedade políticos.
Sem me deter em considerações sobre cada uma das ideias, no Público de hoje Rui Tavares oferece de borla a receita para a alternativa : primeiro, que «os partidos da oposição devem declarar-se preparados para substituir o governo»; segundo «os partidos da oposição devem concordar em em encontrar-se e falar»; terceiro que «os partidos da oposição devem construir a alternativa em público e, acima de tudo com o público » e «devem aceitar integrar-se numa sociedade mobilizada de que eles já não são a vanguarda» [embora, suponho eu, não haja alternativa sem os seus votos e os seus deputados e uma plural maioria parlamentar !].
Pelo meio, Rui Tavares faz referência a uma expressão muito em voga em certas áreas e pessoas que é «uma plataforma mínima de entendimento».
Por mim, confesso que nunca percebi este «mínima» e desconfio que este adjectivo é aqui aplicado para nela não caber a rejeição e revogação de tantas e tantas coisas cruciais com que o PS está comprometido (das alterações da legislação de trabalho ao Tratado Orçamental, etc,etc.).
Depois, digo eu, é mais que certo, que hipoteticamente uma vez alcançada «uma plataforma mínima de entendimento» e hipotéticamente formado um governo em condições de por ela se guiar, de cada vez que entrassem pela janela todas ou parte das coisas que muitos sempre combatemos de raiz, teríamos a seguinte cena: muitos dos que agora tanto clamam genericamente pelo entendimento seriam dos primeiros a reclamar o rompimento desse entendimento.
P.S.: Embora desta vez R.T. não o faça, informo que, mesmo depois de a voz me doer, continuarei a combater a viciosa dicotomia e contraposição entre «cidadãos» e «partidos», lembrando sempre que os partidos são a expressão organizada da livre e voluntária associação de cidadãos unidos por um comum ideário e projecto políticos.
P.S.: Embora desta vez R.T. não o faça, informo que, mesmo depois de a voz me doer, continuarei a combater a viciosa dicotomia e contraposição entre «cidadãos» e «partidos», lembrando sempre que os partidos são a expressão organizada da livre e voluntária associação de cidadãos unidos por um comum ideário e projecto políticos.
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