O fim da crise só com o fim
desta política e do governo
que a põe em prática!
(...)Portugal enfrenta a mais grave crise económica e social com
consequências trágicas para o país e dramáticas para a vida dos
portugueses: desemprego brutal; profunda e destruidora recessão
económica; um processo de empobrecimento generalizado; regressão
drástica das condições de vida das classes e camadas populares; aumento
das injustiças e desigualdades; alastramento das situações de pobreza e
de exclusão social, acentuação da dependência do país face ao
estrangeiro.
Vivemos hoje uma situação de brutal retrocesso do país em todos os
domínios. Uma situação que é o resultado acumulado de anos de política
de direita ao serviço dos grandes grupos económicos e financeiros e de
um Pacto ilegítimo que tudo agravou, estabelecido entre aqueles que
governaram o país em todos estes últimos anos – o PS, PSD e CDS-PP e a
troika estrangeira do FMI/BCE/UE.
Dissemos há um ano a partir desta mesma tribuna que o Pacto imposto
pelos banqueiros, os especuladores e o grande capital para seu próprio
proveito era um desastre que o país pagaria caro e que o caminho era
outro e que havia uma alternativa capaz de defender o país e as
condições de vida dos portugueses. Dissemos que este continha um
programa inaceitável de exploração do trabalho, de extorsão dos
portugueses e dos recursos nacionais. Que tal Pacto não era um programa
de ajuda, mas um Pacto de Agressão ao país e aos portugueses.
Dissemo-lo e a vida confirma-o. A dimensão dos problemas atingiu
níveis inimagináveis. Se o país há muito estava mal, tudo ficou pior.
As medidas de ataque aos salários, às reformas, aos rendimentos e
condições de vida dos trabalhadores e do povo. O aumento dos impostos
sobre o trabalho e consumo. A deliberada e drástica redução do
investimento público e privado. A renúncia a uma política de
desenvolvimento e de promoção da produção nacional. O aumento
desmesurado e generalizado dos preços da energia, transportes e de todos
os factores de produção – sectores dominados pelos grandes grupos
económicos –, bem como o estrangulamento financeiro das micro, pequenas e
médias empresas, são os negros traços de uma política de rapina ditada
pelo dogmatismo ideológico ao serviço dos grandes interesses, cujas
consequências negativas para o país e para a vida dos portugueses estão
para lá das previsões mais pessimistas. (...)
Agora, aí os temos a dizer que nem tudo correu como previam!
E com um descaramento inacreditável a anunciar novas e mais brutais
medidas, em nome da solução dos problemas que deliberadamente agravaram e
continuam a agravar. Ultrapassando tudo o que era imaginável e todos os
limites da desfaçatez e do cinismo, acabámos de ver o primeiro-ministro
Passos Coelho com ar pungente a anunciar um descarado roubo nos
salários dos trabalhadores e reformados, em nome do combate ao
desemprego! Desemprego que promoveram e deixaram crescer para pressionar
os salários para baixo e impor a lei da selva no mercado de trabalho!
Há quem diga que, perante o fracasso desta política de desastre
nacional, estamos perante aprendizes de feiticeiro, vítimas do ricochete
do seu próprio feitiço.
Puro engano!
Eles não são principiantes! Eles são mestres na arte da exploração
dos trabalhadores e dos povos, para servir os senhores do dinheiro. Na
sua maioria cursaram e fizeram tirocínio nas escolas do pensamento
neoliberal, nos alcatifados da União Europeia e nas mais afamadas
administrações dos grupos económicos e das grandes instituições
financeiras, cujas portas estão sempre abertas a um regresso, depois de
uma “sacrificada comissão de serviço público”. Eles são peritos na arte
da mistificação. Eles nunca se enganam na receita e o feitiço nunca se
vira contra eles, nem contra os interesses que servem, mas contra os
trabalhadores, contra o povo.(...)»
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