05 setembro 2012

Portas - já se sabe, campeão da coerência

Ora ora



Parece que o «i» resolveu fazer um pequeno frete ao PSD ao vir lembrar uma antiga posição de Paulo Portas sobre a televisão pública. Ora, o «i» poderia encher páginas sobre as mudanças de opinião de Paulo Portas ao longo dos anos, quer como «cérebro» do «Independente» quer como líder partidário. Desde logo, a começar sobre as questões europeias, depois sobre o sistema eleitoral para a AR (disso tenho fotocópias para o momento oportuno) e passando ainda por uma campanha eleitoral não muito distante em que proclamava que o IVA (agora, com ele, nos 23% !!!) era o imposto mais injusto do mundo precisamente porque era o mais cego. Quem não tenha andado a dormir na forma nas últimas décadas, já tinha todas as razões para perceber que «o pequeno lorde» enche a boca de valores mas a sua única bússola são os interesses e o poder.

Qual Alasca ou Gronelândia

Um país de luvas em
todas as estações do ano



04 setembro 2012

Esta noite, vontade de voltar a

Dolores Solá




mama llevame pal pueblo

Finalmente...

... uma boa notícia
mas que entristece o PS !



A boa notícia fica ainda melhor porque o PS anuncia que, face a isto, não apresentará o seu projecto embora lembre, e com total verdade, que o PS sempre foi o grande campeão desta ideia de acabar coma eleição directa da Câmara Municipal e instituir os executivos homogéneos, varrendo a oposição das Câmaras Municipais. (antecedentes aqui e aqui).

Um livro estrangeiro por semana

Economix: How and Why
Our Economy Works
(and Doesn't Work), 
in Words and Pictures 

13,29 $
Apresentação do editor:«Stimulus plans: good or bad? Free markets: How free are they? Jobs: Can we afford them? Occupy Wall Street . . . worldwide! Everybody’s talking about the economy, but how can we, the people, understand what Wall Street or Washington knows—or say they know? Read Economix. With clear, witty writing and quirky, accessible art, this important and timely graphic novel transforms “the dismal science” of economics into a fun, fact-filled story about human nature and our attempts to make the most of what we’ve got . . . and sometimes what our neighbors have got. Economix explains it all, from the beginning of Western economic thought, to markets free and otherwise, to economic failures, successes, limitations, and future possibilities. It’s the essential, accessible guide to understanding the economy and economic practices. A must-read for every citizen and every voter.»

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03 setembro 2012

Na mudança do dia, serenemos com o trompete de

Marcus Belgrave



Violets for Your Fur

Não vão ao médico, não !

Viva o M.N.S.R.R. !




Continua a desenvolver-se dia após dia o impressionante Movimento Nacional de Solidariedade com Rui Ramos (MNSRR). Entre outros exemplos em que não terei reparado ou de que não falei, já tivemos no Público um P.S. de José Manuel Fernandes, hoje temos outro P.S. desta vez do sempre magnífico J. C. Espada e, coisa mais articulada, no mesmo jornal, temos uma carta do incontornável António Barreto.

Sobre o teor dessa carta, só quero registar duas coisas:

- a primeira é que Barreto comete o infame truque de fazer de conta que é toda a História de Portugal coordenada por Rui Ramos que tem estado a ser criticada quando sabe perfeitamente, até pela sua referência exclusiva a Manuel Loff que, até agora, o que tem estado em polémica é, no essencial, a análise feita sobre o período da, para mim, ditadura fascista, o que não quiser dizer que não possa haver outras épocas ou períodos tratados nessa obra que causem divergênccias ou polémicas;

- a segunda é que, reveladora e significativamente, António Barreto termina afirmando que (sublinhado meu) «um dos feitos desta História consiste na «normalização» do século XX, marcado por rupturas e exibindo feridas profundas. Por isso me curvava diante dos seus autores, homenageando a obra que ajuda os portugueses dos seus fantasmas». É claro que do actual António Barreto tinha de sair um parágrafo assim, não tendo sido por acaso que, há cinco anos, eu escrevi sobre «a evidência de que, em relação a um vasto conjunto de acontecimentos e problemas da história contemporânea, está em curso um atrevido processo de revisão e rasura, muitas vezes convenientemente mascarado com poses de “distanciamento”, “pacificação”, “bom senso”, “relativismo político”, “neutralidade” e “isenção”. E, nessa altura também exprimi a preocupação de que, «se não se fizer frente desde já, com coragem e convicção, a esta “onda” de real branqueamento de coisas sinistras e de quase absolvição de pesadas responsabilidades, então não se estranhe que, daqui por uma década ou duas (ou mesmo antes), (...) alguns comecem a dizer que, quanto ao derrubamento da ditadura fascista em Portugal e à Revolução de Abril, é muito difícil saber, passado tanto tempo, se eram os derrotados ou os vencedores que tinham a razão do seu lado ou a proclamar que, em retrospectiva, entre fascistas e democratas tudo se equivalia e todos merecem o mesmo respeito histórico».

E termino sublinhando apenas que triste sinal dos tempos é este em que um conjunto de personalidades quer transformar Rui Ramos no Grande Sacerdote da História de Portugal e em que toda a crítica, divergência e polémica cometem o horroroso delito de estragarem a pintura da tal «normalização»

Vou propor que o Pingo Doce passe a vender também uns pacotes de cultura democrática.

Adenda em 4/9: nas páginas do Público prossegue o MNSRR, hoje com um artigo dos outros autores da História de Portugal coordenada por Rui Ramos e com uma crónica de última página de Pedro Lomba. O que só vem provar que os médicos ainda devem estar de férias !