01 setembro 2012

Polémica Manuel Loff- Rui Ramos ou...

... quando o assunto 
chega a Filomena Mónica

Ao coro direitista e anexos que se tem juntado em defesa de Rui Ramos contra os justas observaões de Manuel Loff. chegou hoje a vez, através de artigo no Público da historiadora ( e fala-barato) Maria Filoménica Mónica. Como era de prever, aos quesitos essenciais em debate , a senhora nada tem para dizer de novo, mas diz algo muito de greve e que não pode passar em claro. Afirma, por exemplo. que «dada a sua reputação, espanta-me que a direcção do do Público tenha dado voz a alguém como Manuel Loff, que assina-se, note-se. como historiador, . Melhor seria ter usado a palavra militante , pois os textos que aqui publicou, revelam uma fanatismo que eu julgava ultrrapassado na disciplina».


Neste ponto, obviamente que Maria Filomena Mónica se esquece que Rui Ramos também assina como historiador e nem por isso deixa de espalhar por diversos meios de comunicação as suas opiniões sobre os mais diversos assuntos e que ela própria, apresentada como socióloga ou como historiadora, nem por isso deixou de opinar no DN sobre o relevantíssimo tema dos penteados de Passos Coelho e de Vítor Gaspar.


Acrescenta  Filomena Mónica  que «nunca ouvira falar de Manuel Loff e teria vivido bem sem com ele me ter cruzado nas páginas deste jornal. Suponho que a direcção do jornal não o chama à pedra devido ao medo de ser acusada de censura». Pena, para a matéria em apreço. que Mónica não tenha lido o essencial ensaio de Manuel Loff intitulado «O Nosso Século é Fascista - Mundo Visto por Salazar e Franco (1936-1945)».

E Filomena Mónica  ainda conclui a sua crónica sentenciando que «só tenho pena que o meu jornal tivesse sido o veículo através do qual um «historiador» tenha podido mentir com  impunidade», o que constitui um indisfarçável apelo ao saneamento de Manuel Loff como colunista do Público

Ora, a este respeito, convém lembrar que, uma vez em entrevista José Manuel Fernandes anunciou com todas as letras que o jornal previligiava  as opiniões de pessoas do «bloco central», que salvo outras colaborações esporádicas, Manuel Loff é o único colunista de esquerda e quinzenal ( Paulo Rangel, Correia de Campos, Francisco Assis  e Pacheco Pereira são semanais) e que, em pouco mais de 20 anos de existência,  o Público só teve dois colunistas semanais comunistas - o Luís Sá e eu eu proṕrio, cerca de um ano cada um.

Mas, para a douta Maria Filomena Mónica, estará tudo bem assim e não poderia ser de outra maneira, como diria o ditador de Santa Comba.
(Os eventuais interessados numa matéria mais vasta que a abordada na polémica Manuel Loff-Rui Ramos, ou seja,  a natureza e qualificação do regime vigente de 1926 a 1974, podem visitar os revisitar aqui e aqui os meus artigos no Público em 2007 em  polémica aberta com Vasco Pulido Valente.)

Jerónimo de Sousa com os construtores da Festa

Um discurso certeiro


Porque hoje é sábado (288)


The Bewitched Hands

A sugestão musical deste sábado propõe-vos
a  banda francesa de rock
The Bewitched Hands.




30 agosto 2012

Qual Conselho, Comissão, Barroso, qual carapuça !

Surpresa só para ingénuos,
habemus Merkollande !


No El País

Há 22 anos também com o PSD

O primeiro golpe 
privatizador na RTP
Os anos passam e as gerações sucedem-se e, por isso, deve hoje haver centenas de milhar de cidadãos portugueses que julgam que toda esta polémica em torno da privatização ou concessão da RTP surgiu quase do nada e não tem antecedentes. É pena que nenhum órgão de comunicação social resolva oferecer ao público uma história mais completa  de toda esta, afinal velha, história, não deixando de mergulhar, como obrigatório seria, no imenso acervo de comunicados da Comissão de Trabalhadores da RTP ao longo destas décadas.
Na falta disso, o que está ao meu alcance é, por exemplo, relembrar o primeiro golpe privatizador na RTP ocorrido há 22 anos com um governo do PS e de Cavaco Silva e que há 10 anos evoquei retrospectivamente em crónica no Avante! de 23.5.2002.


«A
lguém, há onze anos

No panorama das muitas abordagens e tomadas de posição que têm sido expressas em defesa do serviço público detelevisão, muitos cidadãos terão encontrado, talvez pela primeira vez na vida, alusões à retirada à RTP, decidida por um governo do PSD em 1990, da propriedade e gestão da infra-estrutura técnica de transporte e difusão de sinal televisivo bem como às consequências financeiras dessa decisão.

Dado que alguns exaltados apoiantes da dementada política governamental que está em marcha, como é caso do director do «Público», até fazem gala de demonstrar a sua coerência exibindo citações do que escreveram ao longo de anos, também nós queremos lembrar um outro tipo de coerência e a pertinência de avisos oportunamente feitos.

De facto, no dia 3 de Janeiro de 1991, houve em Portugal alguém que disse, em conferência de imprensa, que aquela decisão
«vem afinal viabilizar a existência de televisões à custa de vultuosos investimentos públicos e da alienação sem contrapartidas conhecidas de bens e recursos próprios da RTP» com «o risco (conhecida a prática do Governo do PSD nestas matérias) de evolução para o controlo privado de um bem de importância estratégica e que pertence inequivocamente ao domínio público do Estado».

Nesse dia, alguém disse que tal decisão «implica forçosamente a transferência por parte da RTP a favor da sociedade a criar de um vasto património constituído pela sua actual rede, em vias de alargamento e expansão à expensas da própria empresa» e advertiu que «não está salvaguardado» o «caracter efectivamente público»
dessa nova sociedade. [Actualização: a transferência foi feita inicialmente para a TDP integrada na PT, que logo depois seriam privatizadas, pelo que durante 20 anos a existência em Portugal da infra-estrutura técnica que garantia a emissão em sinal analógico passou a estar absurdamente nas mãos de privados].

Nesse dia, alguém disse que a RTP «vai ser forçada a enfrentar uma situação de concorrência em condições de grande fragilidade: não foram asseguradas contrapartidas face ao natural desaparecimento das receitas provenientes das taxas; não estão a ser pagas as indemnizações compensatórias devidas pela transmissão para as Regiões Autónomas; não está a ser feita a justa avaliação da parte do seu património em risco de ser transferido para outras entidades (...) a apresenta-se como inevitável uma sensível redução das receitas de publicidade. Tudo isto sem que da parte do Governo haja o compromisso solene de que o serviço público de televisão possa enfrentar em condições de igualdade a concorrência das televisões privadas».

Nesse dia, alguém disse premonitoriamente que «uma política que sacrifique o serviço público de televisão em nome da viabilização de quaisquer canais privados é condenável e é contrária aos interesses dos próprios telespectadores».

Esse alguém falava contra a política do PSD e dos Morais Sarmentos da época que então se davam pelo nome de Marques Mendes (sim, é o mesmo!). Esse alguém era o PCP. »

Uma opinião no insuspeito "Bloomberg"

Louvor e genética do
sistema político americano



Paul Ryan forcefully attacked the Obama Administration tonight. But many of the criticisms he leveled against Barack Obama apply equally to his and Mitt Romney’s own records.
Ryan attacked Obama’s Patient Protection Affordable Care Act for being laden with “mandates, taxes, fees and fines that have no place in a free country.” He was talking about mandates such as the one Mitt Romney imposed in Massachusetts.
Ryan decried “$716 billion funneled out of Medicare by President Obama. An obligation we have to our parents and grandparents is being sacrificed, all to pay for a new entitlement we didn’t even ask for.” But the budget House Republicans passed this year, which Paul Ryan wrote, keeps Barack Obama’s Medicare cuts and adds another $205 billion on top.
It's true the Republican budget repeals PPACA, so it doesn’t use the Medicare savings “to pay for a new entitlement.” But if Medicare cuts constitute the abrogation of “an obligation we have to our parents and grandparents,” presumably they’re not OK even if they aren’t used to pay for Medicaid expansion.
Ryan criticized Obama for ignoring his own debt commission. “They came back with an urgent report. He thanked them, sent them on their way, and then did exactly nothing.” That urgent report? Technically, it wasn’t a report from the debt commission. Too many of its members dissented from the report for it to be adopted as the commission’s official report. One of those dissenters was Paul Ryan.
The central attack in the speech is one that I agree with: The Obama administration is out of ideas and adrift on economic policies. “They have run out of ideas. Their moment came and went. Fear and division is all they’ve got left.” But the speech did not make the case that Romney and Ryan would succeed where Obama has failed.
Ryan criticized the president for not addressing the housing crisis. But neither Ryan nor Romney have said what they would do about the housing crisis.
Ryan criticized the president for failing to foster small business and job creation. But the speech contained no concrete ideas to this end other than “tax fairness and regulatory reform,” which is terminally vague.
Ryan criticized the president for shying away from plans to fix the long-term budget gap. But Romney and Ryan do not have a viable plan for making the budget sustainable, and have made several irresponsible promises that will make it hard for them to balance the budget.
Romney and Ryan have promised not to raise taxes, called for a 20 percent cut in income tax rates, pledged to outspend the president by hundreds of billions of dollars on Medicare (reversing Ryan’s former position to the president’s right), and urged big increases in defense spending. How does that constitute being more responsible than Obama on the federal budget?
Ryan is right that Barack Obama has been, in many ways, an underwhelming leader. But he failed to make a case that he and Mitt Romney would do any better.

29 agosto 2012

28 agosto 2012

O sempre extraordinário PS

O derrotismo (ou coisa pior)
do PS em todo o seu esplendor


A anterior declaração de António José Seguro no sentido de que, quando o PS for governo, anularia as decisões governamentais do PSD e CDS sobre a RTP já era um desastrado exercício de derrotismo porque ainda agora mal começou a batalha política e de opinião pública para travar e derrotar os projectos governamentais, sejam quais forem as variantes que assumam.

Agora, se por acaso esta manchete do JN correspondesse à verdade, estaríamos perante algo pior do que derrotismo, estariamos perante mais uma forma de cumplicidade do PS com a direita que se traduziria na ideia de apenas salvar a RTP/2 e não contestar a concessão que o actual governo se propõe fazer do principal canal.

A manchete que eu queria ver era a seguinte mas nisso está Seguro quieto !





Editorial do "Público" de hoje

Quando se apagam todas as fotos
e se pratica a conveniente amnésia

Não é a primeira vez que acontece e já aqui denunciei com frequência esta desavergonhada rasura da realidade com que muitos media e muita opinião publicada têm procurado inventar uma alegada e geral «paz social» no nosso país. Repare-se bem outra vez: para a ou o editorialista do Público tudo tem acontecido «sem que os cidadãos tenham descido às ruas e manifestado a sua ira pelo empobrecimento e pelo desemprego». À esquerda, cada um de nós até pode desejar que fosse ainda mais intensa e mais ampla a contestação às medidas do governo mas isso não invalida em nada que, se não fosse por razões de espaço e de trabalheira de pesquisa, eu poderia matar a afirmação do Público publicando de seguida dezenas de fotos de manifestações, concentrações e outras acções do mais diverso tipo e com  variados motivos e objectivos, para além de duas greves gerais, realizadas no país no último ano.  Embora menos expressivo e muito longe da realidade, eu podia fazer ainda uma coisa mais cruel: era publicar todas as notícias ou fotos ainda assim publicados sobre estas matérias pelo Público, jornal que, pelos vistos (atenção Belmiro !), os seus mais  altos responsáveis não lêem.



Neste ponto, o meu comentário é mais breve pois limita-se apenas a assinalar que ao ou à editorialista do Público, certamente por um ataque de muito conveniente amnésia faltou acrescentar à citação acima, mais catorze palavras, ou seja, algo assim :«, como os partidos à esquerda do PS e a CGTP insistentemente advertiram desde início».


E, pronto, que durmam bem
os editorialistas do Público
porque vem aí mais «paz social»:

(clicar na imagem para aumentar)