30 julho 2012

Voltando a Raquel Varela

Com razão e sem ela


Aqui, pode ler-se que “Aquilo que nós discutimos é que o conceito de transição para a democracia é um conceito absolutamente errado. Quando há um processo revolucionário nós não sabemos se ele vai acabar na transição para a democracia ou em outra coisa qualquer e, portanto, os historiadores não têm de dar conceitos sobre o que vai acontecer, têm que analisar o que é que aconteceu” disse à Lusa a historiadora Raquel Varela, da Universidade Nova de Lisboa, que coordena as investigações publicadas no livro sobre a Revolução de 25 de Abril de 1974.»

Neste ponto, não posso estar mais de acordo,com Raquel Varela, pois bem indignado tenho andado com  o recente ressurgimento entre historiadores  e temas de seminários da referência ao período 25.4.1974- 25.11.75 como a nossa «transição para a democracia», coisa em que não deviam alinhar até porque sabem que perfeitamente que o termo «transição para a democracia» está muito associado à experiência espanhola e não poucos a celebraram para  precisamente se distanciaram da «revolução democrática portuguesa» do 25 de Abril.

Mas como nunca há bela sem senão, já não estou nada de acordo com o que Raquel Varela a seguir afirma designadamente nas partes que eu próprio decidi sublinhar: “O 25 de Abril é a antítese da estabilidade e da transição. É um Estado que entra em crise. Não há elites, vai-se buscar o MFA para se tentar recompôr o Estado. O que há é literalmente o poder na rua. Os governos e os partidos políticos, incluindo os partidos políticos de esquerda andam atrás do que se passa nas ruas. A dinâmica das greves, das manifestações, das comissões de trabalhadores, do controlo operário das empresas nacionalizadas. Sistematicamente os partidos andam atrás do que se passa nas ruas. É justamente a antítese daquilo que é um regime estável”, diz Raquel Varela.»

Apetecia-me dizer que que só a idade pode explicar que Raquel Varela  espalhe esta visão totalmente espontaneista do curso da revolução portuguesa e   esta grotesca efabulação de partidos políticos de esquerda que «andam atrás do que se passa nas ruas». Mas eu sei que o problema de Raquel Varela não é ter menos trinta e dois anos que eu, é o de querer encaixar e torcer a realidade e os factos até caberem dentro seus esquemas e concepções ideológicas previamente definidos e enraizados no seu pensamento..

Supondo eu que a história oral também tem a sua importância e dignidade, só quero deixar a Raquel Varela  a informação de que ainda estão vivos uns larguíssimos milhares de portugueses que lhe poderão contar quanto trabalharam e organizadamente para tantas lutas e  avanços que ela imagina de geração absolutamente  espontânea.

A França e o Tratado Orçamental

Hollande quer resolver no
Parlamento 
mas 52% quer um referendo



sobre as divisões no PS francês
a este respeito ler
aqui.

Lançamento em Agosto

Ry Cooder em Election Special





 
The Wall Street Part of Town



Mutt Romney Blues

29 julho 2012

Para o seu domingo

Sara Leib






Eurobarómetro nº 77

Muitos dados falam que se
fartam 
mas quem manda não ouve


Já está disponível aqui o Eurobarómetro nº 77 com trabalhos de campo realizados em Maio passado. Alguns dados (clicar nas imagens para ver melhor):

Portugal no pelotão frente só se for aqui.



imagem da União Europeia



opinião sobre o euro



28 julho 2012

Nem tudo são más notícias

Venham mais cem !



Quem me tenha lido aqui, compreenderá que numa atitude nada interesseira e antes de grande objectividade, registe que, segundo o DN de hoje, Rui Rio disse ser contra a ideia de executivos homógeneos como visa o projecto do seu partido de alteração do regime eleitoral para as autarquias.
O mesmo jornal informa também que para Marques Mendes o desaparecimento da oposição dos executivos camarários é «um desastre democrático» porque se está a «eliminar a fiscalização política». Marques Mendes acrescenta ainda, com uma pertinência óbvia, que «dizer que essa fiscalização se fará na Assembleia Municipal [AM] é uma ficção. A AM não está para a Câmara como a Assembleia da República está para o Governo. Nem de longe nem de perto. Nem reúne todas as semanas nem os deputados municipais são políticos profissionais».
Em suma, para começar, já não é mau que apareçam estas vozes do PSD que criticam um projecto do seu partido cujos direitos de autor iniciais pertencem, em boa verdade, ao PS.
Mas continuo a esperar que as muitas e muitas dezenas de actuais vereadores do PSD em Câmaras de maioria do PS ou da CDU percebam que o seu partido lhes quer tirar futuramente o lugar, o papel e o relevo político local que actualmente têm ou exercem. Vá lá, acordem !

Porque hoje é sábado (282)

Jorge Retamoza


A sugestão musical deste sábado traz
até vós o saxofonista argentino
 Jorge Retamoza, cujo último álbum
se intitula Vientos de Tango.