29 julho 2012

Eurobarómetro nº 77

Muitos dados falam que se
fartam 
mas quem manda não ouve


Já está disponível aqui o Eurobarómetro nº 77 com trabalhos de campo realizados em Maio passado. Alguns dados (clicar nas imagens para ver melhor):

Portugal no pelotão frente só se for aqui.



imagem da União Europeia



opinião sobre o euro



28 julho 2012

Nem tudo são más notícias

Venham mais cem !



Quem me tenha lido aqui, compreenderá que numa atitude nada interesseira e antes de grande objectividade, registe que, segundo o DN de hoje, Rui Rio disse ser contra a ideia de executivos homógeneos como visa o projecto do seu partido de alteração do regime eleitoral para as autarquias.
O mesmo jornal informa também que para Marques Mendes o desaparecimento da oposição dos executivos camarários é «um desastre democrático» porque se está a «eliminar a fiscalização política». Marques Mendes acrescenta ainda, com uma pertinência óbvia, que «dizer que essa fiscalização se fará na Assembleia Municipal [AM] é uma ficção. A AM não está para a Câmara como a Assembleia da República está para o Governo. Nem de longe nem de perto. Nem reúne todas as semanas nem os deputados municipais são políticos profissionais».
Em suma, para começar, já não é mau que apareçam estas vozes do PSD que criticam um projecto do seu partido cujos direitos de autor iniciais pertencem, em boa verdade, ao PS.
Mas continuo a esperar que as muitas e muitas dezenas de actuais vereadores do PSD em Câmaras de maioria do PS ou da CDU percebam que o seu partido lhes quer tirar futuramente o lugar, o papel e o relevo político local que actualmente têm ou exercem. Vá lá, acordem !

Porque hoje é sábado (282)

Jorge Retamoza


A sugestão musical deste sábado traz
até vós o saxofonista argentino
 Jorge Retamoza, cujo último álbum
se intitula Vientos de Tango.




27 julho 2012

De certeza que é ...

... para mais tarde recordar 



Público online

E agora a jazz singer mexicana

Magos Herrera




Despenalização do aborto em Espanha

Também neste assunto, é 
preciso um no pasaran !


Não sei se é a velha Espanha sempre a espernear, não sei se é uma nova demonstração do poder da incrivelmente reaccionária Igreja Católica de Espanha e também não sei se o governo de Rajoy e do PP terá pensado que, com a opinião pública mobilizada contra as terríveis  agressões socioeconómicas em curso, seria mais fácil concretizar o projecto já anunciado de retirar as malformações congénitas dos fetos (já contempladas na primeira lei portuguesa) das justificações para a legal interrupção voluntária da gravidez, o que tornaria o país vizinho num dos países europeus com uma legislação mais restritiva, à frente da própria Polónia.

A imensa maioria dos leitores deste blogue não precisa, mas andou bem o neurocirurgião infantil Javier Esparza ao publicar no El País esta devastadora carta aberta ao ministro da Justiça Alberto Gallardon, cuja fronha figura merecidamente lá em cima.



Por fim, creio bem que não será nem cedo nem tarde para começarmos a retribuir às organizações e movimentos de mulheres em Espanha a forte solidariedade que nos prestaram na nossa longa e áspera luta pela despenalização, em termos avançados, da interrupção voluntária da gravidez.


Não seria justo que o chefe ficasse de fora

26 julho 2012

À atenção da Caritas

Passos exige-lhes demais,
alguns já só almoçam sandes



 P.S.: Escusado será dizer que o título e antetítulo deste «post» tem que ver com a quebra referida na notícia como se pode ler a seguir:



E hoje a brasileira

Luísa Maita




ouvir aqui

A «refundação democrática» de Rui Tavares

Pronto, culpemos o Verão



Na opus que vem folhetinando nas suas crónicas no Público sobre «uma refundação democrática ?», Rui Tavares começou ontem por «arriscar, porém, que mais de 99% dos portugueses  desconhece o nome do chefe da missão portuguesa no Conselho Europeu, ao qual compete a representação de Portugal (...)». E explica-nos que a União Europeia não tem um Senado «mas tem um Conselho, onde estão os governos , mas onde cada missão nacional chamada «Representação Permanente» (REPER) é em geral dirigida por um burocrata ou diplomata de carreira».

Pois Rui Tavares, no seu afã de «refundação democrática», vem propor que Portugal passe a eleger (suponho que voto universal) o seu chefe de REPER e, esquecido de que para isso mesmo podem servir as eleições para o Parlamento Europeu e as legislativas, logo adianta que « essa eleição seria uma excelente ocasião para discutir a nossa estratégia europeia, para fazer perguntas aos candidatos sobre alterações aos tratados, convocação de uma Convenção Europeia, prioridades eurolegislativas, transparência das reuniões, cooperação com os governos, etc.»

Como já antes Rui Tavares tinha defendido vivamente que a União Europeia tivesse um chefe de governo eleito directamente e em simultâneo por todos os eleitores dos 27 países membros da UE, já são mais duas eleições que o eurodeputado ex-BE e actual Verdes propõe no espaço de pouco tempo.

Tudo visto, esta faiscante proposta de Rui Tavares levaria a que os portugueses, que não elegem directamente o seu governo (lembro que PSD e CDS nem sequer concorreram coligados às últimas eleições), passariam entretanto a eleger directamente, calcula-se que com uma impressionante participação eleitoral, o chefe da REPER portuguesa.

Rui Tavares termina a sua crónica de ontem no Público desta forma simultaneamente triunfal e calmante : «E o que é melhor: ninguém nos pode impedir de o fazer».

Por uma vez, dou-lhe inteira razão: com efeito, bastaria assassinar o bom senso, matar a lucidez política e alterar pelo menos a Constituição da República portuguesa já que esta dispõe claramente que a soberania popular se exerce nas formas previstas na Lei Fundamental.

Eu sei muito bem o que é estar a meia hora de ter de entregar uma crónica, olhar o ecrã do computador e não ter nem uma ideia sobre o que escrever, o que me dota de bastante tolerância sobre o que outros por vezes escrevem. Infelizmente, creio bem que não é uma situação desta que explica as «refundações» de Rui Tavares.