26 julho 2012

À atenção da Caritas

Passos exige-lhes demais,
alguns já só almoçam sandes



 P.S.: Escusado será dizer que o título e antetítulo deste «post» tem que ver com a quebra referida na notícia como se pode ler a seguir:



E hoje a brasileira

Luísa Maita




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A «refundação democrática» de Rui Tavares

Pronto, culpemos o Verão



Na opus que vem folhetinando nas suas crónicas no Público sobre «uma refundação democrática ?», Rui Tavares começou ontem por «arriscar, porém, que mais de 99% dos portugueses  desconhece o nome do chefe da missão portuguesa no Conselho Europeu, ao qual compete a representação de Portugal (...)». E explica-nos que a União Europeia não tem um Senado «mas tem um Conselho, onde estão os governos , mas onde cada missão nacional chamada «Representação Permanente» (REPER) é em geral dirigida por um burocrata ou diplomata de carreira».

Pois Rui Tavares, no seu afã de «refundação democrática», vem propor que Portugal passe a eleger (suponho que voto universal) o seu chefe de REPER e, esquecido de que para isso mesmo podem servir as eleições para o Parlamento Europeu e as legislativas, logo adianta que « essa eleição seria uma excelente ocasião para discutir a nossa estratégia europeia, para fazer perguntas aos candidatos sobre alterações aos tratados, convocação de uma Convenção Europeia, prioridades eurolegislativas, transparência das reuniões, cooperação com os governos, etc.»

Como já antes Rui Tavares tinha defendido vivamente que a União Europeia tivesse um chefe de governo eleito directamente e em simultâneo por todos os eleitores dos 27 países membros da UE, já são mais duas eleições que o eurodeputado ex-BE e actual Verdes propõe no espaço de pouco tempo.

Tudo visto, esta faiscante proposta de Rui Tavares levaria a que os portugueses, que não elegem directamente o seu governo (lembro que PSD e CDS nem sequer concorreram coligados às últimas eleições), passariam entretanto a eleger directamente, calcula-se que com uma impressionante participação eleitoral, o chefe da REPER portuguesa.

Rui Tavares termina a sua crónica de ontem no Público desta forma simultaneamente triunfal e calmante : «E o que é melhor: ninguém nos pode impedir de o fazer».

Por uma vez, dou-lhe inteira razão: com efeito, bastaria assassinar o bom senso, matar a lucidez política e alterar pelo menos a Constituição da República portuguesa já que esta dispõe claramente que a soberania popular se exerce nas formas previstas na Lei Fundamental.

Eu sei muito bem o que é estar a meia hora de ter de entregar uma crónica, olhar o ecrã do computador e não ter nem uma ideia sobre o que escrever, o que me dota de bastante tolerância sobre o que outros por vezes escrevem. Infelizmente, creio bem que não é uma situação desta que explica as «refundações» de Rui Tavares.


25 julho 2012

Hoje a voz de

Kat Edmonson


 

Ai, estas maneiras de dizer

Sustenta ???

A generoso benefício do jornalista, editor ou chefe de redacção que tenha redigido esta manchete do DN de hoje, apresso-me a explicar duas coisas muito simples, mas pelos vistos muito obscurecidas em algumas meninges:


-a primeira é que, falando em nome de centenas de milhar de outros portugueses, eu estou reformado, após 42 anos de carreira contributiva formada no sector privado, e não sou de forma alguma «sustentado» pelo Estado mas sim pelas contribuições que eu e as minhas entidades patronais fizeram durante esse tempo para a segurança social;


- a segunda é que mesmo os trabalhadores da administração pública no activo não são «sustentados» pelo Estado, recebem sim uma retribuição pelo trabalho que prestam.


Custará assim tanto perceber a diferença radical que há entre estas duas maneiras de dizer ?

23 julho 2012

E depois de uma entrevista destas...

... segue-se o silêncio ?


O Público de hoje  inclui uma importante entrevista (sem link) com Vítor Veloso, Presidente do núcleo do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro cujo título no jornal, bem como o destaque inicial dado à sua afirmação de que «o que se está passar nesta área é perverso e perigoso», já fornece uma indicação precisa sobre o sentido geral das suas declarações.
Entre muitas outras, a entrevista inclui afirmações como a de que «a nível da acessibilidade há muitos problemas.As pessoas não têm dinheiro para pagar os transportes. Uma senhora contava-me que gastava todo o dinheiro que o Estado dá só no táxi da sua casa até ao transporte público que precisava  de apanhar até ao Porto. Isso é dramático. O governo  fixa a isenção na base do  mínimo mas, para as pessoas,  que têm rendimentos um pouco acima disso e que não estão isentas é muito difícil de aguentar. São muitas consultas e tratamentos.» Acrescenta também que «uma espera de um ano num serviço hospitalar de urologia para uma consulta,existindo já a suspeita de um diagnóstico de cancro na próstata não é aceitável». 
Face a isto e muito mais que é dito na entrevista, por estranho que pareça, não fico à espera de esclarecimentos de burocratas instalados no Ministério da Saúde nem do contabilista-mor que detém a pasta. Acho sim que uma entrevista com este conteúdo por alguém que ocupa um lugar responsável na Liga Portuguesa contra o Cancro devia abrir um vivo debate público sobre esta matéria e que os oncologistas que prestam serviço no SNS, antes de chegar Agosto, nos viessem dar também o seu testemunho.

Espanha

A cultura entra na luta


Núria Espert, Pedro Almodovar e outros
neste vídeo aqui em El País


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