25 julho 2012

Ai, estas maneiras de dizer

Sustenta ???

A generoso benefício do jornalista, editor ou chefe de redacção que tenha redigido esta manchete do DN de hoje, apresso-me a explicar duas coisas muito simples, mas pelos vistos muito obscurecidas em algumas meninges:


-a primeira é que, falando em nome de centenas de milhar de outros portugueses, eu estou reformado, após 42 anos de carreira contributiva formada no sector privado, e não sou de forma alguma «sustentado» pelo Estado mas sim pelas contribuições que eu e as minhas entidades patronais fizeram durante esse tempo para a segurança social;


- a segunda é que mesmo os trabalhadores da administração pública no activo não são «sustentados» pelo Estado, recebem sim uma retribuição pelo trabalho que prestam.


Custará assim tanto perceber a diferença radical que há entre estas duas maneiras de dizer ?

23 julho 2012

E depois de uma entrevista destas...

... segue-se o silêncio ?


O Público de hoje  inclui uma importante entrevista (sem link) com Vítor Veloso, Presidente do núcleo do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro cujo título no jornal, bem como o destaque inicial dado à sua afirmação de que «o que se está passar nesta área é perverso e perigoso», já fornece uma indicação precisa sobre o sentido geral das suas declarações.
Entre muitas outras, a entrevista inclui afirmações como a de que «a nível da acessibilidade há muitos problemas.As pessoas não têm dinheiro para pagar os transportes. Uma senhora contava-me que gastava todo o dinheiro que o Estado dá só no táxi da sua casa até ao transporte público que precisava  de apanhar até ao Porto. Isso é dramático. O governo  fixa a isenção na base do  mínimo mas, para as pessoas,  que têm rendimentos um pouco acima disso e que não estão isentas é muito difícil de aguentar. São muitas consultas e tratamentos.» Acrescenta também que «uma espera de um ano num serviço hospitalar de urologia para uma consulta,existindo já a suspeita de um diagnóstico de cancro na próstata não é aceitável». 
Face a isto e muito mais que é dito na entrevista, por estranho que pareça, não fico à espera de esclarecimentos de burocratas instalados no Ministério da Saúde nem do contabilista-mor que detém a pasta. Acho sim que uma entrevista com este conteúdo por alguém que ocupa um lugar responsável na Liga Portuguesa contra o Cancro devia abrir um vivo debate público sobre esta matéria e que os oncologistas que prestam serviço no SNS, antes de chegar Agosto, nos viessem dar também o seu testemunho.

Espanha

A cultura entra na luta


Núria Espert, Pedro Almodovar e outros
neste vídeo aqui em El País


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21 julho 2012

Hoje só me apetece...

... desconversar com
o venerando Chefe de Estado


Esta manchete do Sol sobre uma entrevista ao Presidente da República não me desperta nenhuma vontade de alinhar conhecidos argumentos económicos, alguns dos quais de natureza óbvia.

Assim, quanto ao «recuperámos o crédito», só acho que o venerando Presidente da República devia ser mais cuidadoso nas palavras ou termos não vá alguém, cá dentro ou lá fora, pensar que, depois de amanhã, Portugal vai já regressar aos «mercados».

Quanto à presidencial pergunta «mais tempo para quê ?» decido igualmente não responder com aquilo que se mete pelos olhos adentro. Prefiro antes salientar que, com mais tempo ( e outras diferentes condições) para atingir metas de défice e outras impostas externamente ao país com vastas colaborações e conivências internas, ficaria o PR vantajosamente liberto de tanta necessidade de, de vez em quando, se desunhar em fingidas preocupações com os níveis e consequências da austeridade ou de arengar tão cinicamente sobre a necessidade do impossível casamento entre austeridade e crescimento económico e emprego. 

Porque hoje é sábado (281)

Shawn Colvy 


A sugestão musical deste sábado é
 dedicada  à cantora e songwriter
norte-americana 
Shawn Colvy, cujo último
 álbum se intitula
All Fall Down.



19 julho 2012

Mesmo numa quinta-feira

A Espanha combatente

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Um bando de garotos ou coisa pior

E se parássem de gozar connosco ?

Podia falar de como seria simpático os mais próximos na fila do supermercado olharem-nos de sobrolho cerrado por causa da demora no pagamento provocada pelo ditar do NIF à empregada, podia falar de como seria prático, por cada imperial ou café bebidos, sacar do cartão de cidadão ou do cartão de contribuinte, podia falar das malditas máquinas automáticas que muitas vezes nos comem as moedas mas talão nunca dão.E também podia falar da aconselhável visita a uma loja de 300 para comprar umas boas caixas de cartão capazes de guardar as facturas correspondentes a despesas de 21.750 euros anuais. Poder podia mas não falo.  Fico-me apenas pela imensa quantidade de agregados familiares cujos rendimentos mensais nem sequer chegam tristemente aos 1750 euros. E fico-me também pela observação de João Ramos de Almeida no Público de hoje segundo a qual «pelas estatísticas de IRS de 2010, a despesa exigida é muito superior ao próprio rendimento médio dos consumidores, de 16 mil euros anuais».
E se estes magníficos cérebros que nos (des)governam  fossem antes brincar às casinhas ou, muito melhor, se ralassem a sério com este dado terrível ?.