19 julho 2012
18 julho 2012
Coitado do Madoff !
Aposto singelo contra dobrado
que ninguém vai para a cadeia
que ninguém vai para a cadeia
Até há pouco, um pouco cansado destas notícias, julgava eu que o caso "Barclays (e outros) - fixação de taxas interbancárias" era coisa recente. Só agora percebi que realmente o escândalo da Libor é de 2008 mas só eclodiu a 27 de Junho passado, quando o Barclays revelou
que ia pagar cerca de 360 milhões de euros para pôr fim a dois
inquéritos dos reguladores britânico e norte-americano no âmbito de uma
investigação sobre manipulação das taxas interbancárias britânica, a
Libor, e europeia, a Euribor, entre 2005 e 2009. No Le Monde de 17/7 e aqui o economista e antropólogo Paul Jourion explica porque é que em 2008 quase ninguém falou e agora toda a gente fala. E conclui assim : «Sous le nouvel éclairage, la fraude à la petite semaine chez Barclays, révélée dans les attendus du FSA (Financial Services Authority), le régulateur britannique, cessait d’être de la malhonnêteté ordinaire, pour apparaître comme l’un des révélateurs parmi d’autres d’une classe dirigeante arrogante, ne s’embarrassant pas de règles et arrangeant les affaires selon son bon plaisir, tout en ne maintenant que le minimum d’apparences nécessaires.
L’affaire du LIBOR, c’est l’histoire du dévot qui a toujours accepté comme parole d’évangile les prêches de son prêtre, mais qui cesse soudainement de croire à tout ce qu’il a entendu parce qu’il découvre accidentellement que la barbe que celui-ci porte est fausse.
La question qui se pose maintenant est celle-ci : si la chute de la moins coupable des banques responsables du LIBOR a déjà provoqué un tel effondrement, à quoi faut-il s’attendre quand sera révélé le châtiment qui est promis aux autres ?»
16 julho 2012
15 julho 2012
O «Público» e António Borges
Quatro páginas quatro !
É certo que o homem tem no forro dos casacos as etiquetas retroactivas do FMI e sobretudo da famosa e poderosa Goldman Sachs. Mas, de qualquer forma, não é primeiro-ministro, não é ministro, não é secretário de Estado, não é líder ou destacado dirigente partidário, não é deputado. Chama-se António Borges e, além de executivo da Jerónimo Martins, é apenas (?) consultor (?) do governo para as futuras privatizações.
Isto tudo não impediu o «Público» de, em dia do Senhor, nos impingir uma entrevista com o senhor ao longo de quatro páginas quatro !
Não vou perder tempo com o sentido geral da entrevista que fica dado pelo seu título «Os resultados vão começar a chegar mais cedo do que se esperava» [eu até acho que já chegaram há muito !] e pelo lead da entrevista onde se pode ler que «o consultor do governo para as privatizações, banca, revisão das PPP, diz que os problemas da poupança e do défice externo estão em vias de resolver-se. Só falta regressar ao crescimento». Ou seja, acrescento eu malevolamente, só falta essa coisinha de nada que só ela pode permitir diminuir o desemprego, criar riqueza, aumentar as receitas fiscais e pagar dívidas.
Por mim e por ora, basta-me sim registar que este grande craque da economia afirma nesta entrevista que «convém lembrar que, em Portugal, nos últimos anos, subiram-se os ordenados da função pública muito mais do que no privado».
Acontece apenas que é do domínio público que, desde 2000, os trabalhadores da função pública têm vindo sucessivamente a perder salário em termos reais, cabendo a António Borges demonstrar que idêntica ou superior perda se verificou no sector privado (e, mesmo em tal caso, reconhecer então que o verbo «subir» só entra na sua entrevista a despropósito).
Justiça seja feita
Finalmente, um luminoso
horizonte de esperança
horizonte de esperança
Como se calculará, esta chafarica não nasceu para ser, nem mesmo parcialmente, uma espécie de hollywoodesco Passeio da Fama para os pensamentos mais cintilantes e deslumbrantes de outros blogues. Mas há sempre uma vez em que se justifica uma excepção: é o que faço com a citação integral de um «post» no «vias de facto» porque não é todos os dias que, em poucas linhas, um blogger não só me resolve todas as mais vivas preocupações sobre o presente como responde a todas as minhas interpelações e inquietações sobre a perspectiva. Bem haja o autor que bem merece a minha eterna gratidão.
Para o seu domingo
Dirty Projectors
A banda cujo último álbum, segundo Le Monde, tem raízes em Mahler e nos quartetos de cordas de Shostakovitch.
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