27 junho 2012

às 18.45 hs.

A angústia da padeira 
antes da batalha
(22.26: ela estava com um
mau pressentimento)

Vá lá, pessoal blogueiro de extrema-esquerda, isto é só uma desinspirada brincadeira, não se ponham a afiar as facas para dizer que eu sou mesmo nacionalista.

As contas da segurança social e...

... o rumo para o colapso desejado




No Público de hoje, uma esclarecedora peça de João Ramos de Almeida explica com detalhe como «a austeridade está a degradar o saldo da segurança social». O interesse maior da peça está nos números e não no facto em si que foi devidamente previsto e que, na minha opinião, não ralará especialmente o governo que, daqui a algum tempo, voltará devidamente à carga com a «insustentabilidade» do actual sistema de segurança social e com a necessidade de uma sua considerável privatização.

Porque a memória é cada vez mais curta, é bom que esta peça venha lembrar os crescentes encargos com as pensões dos bancários, coisa de que o Governo quase se esqueceu  (a tal ponto que teve de fazer um orçamento rectificativo) aquando da transferência dos fundos de pensões da banca para o Estado para maquilhar o défice.

A este respeito, é bom recordar o que o PCP disse aqui e aqui
E, por causa da tosse, leia-se ainda aqui o seguinte:


26 junho 2012

Hoje, serão com

M. Ward em
A Wasteland Companion





para ouvir aqui


O "Público" e a moção de censura do PCP

Gasta está a tua tia !


Como aliás era de esperar, o Público acha em editorial que "o que vimos ontem em S. Bento foi uma soma de argumentos gastos", proclama pela enésima vez que o PCP e o BE não têm alternativa, coloca, no seu "sobe e desce", Jerónimo de Sousa a descer (mas esqueceu-se de colocar Pedro Silva Pereira, do PS,  a subir, como era justo segundo a imagem a seguir).

Entretanto, mistérios da vida jornalística, coloca na página 6 este título


que, só por si, parece demonstrar que alguma utilidade a moção de censura teve.

Dito isto, só quero dizer que


está esta mania jornalística de não ouvir, não ler e não estudar o que partidos como o PCP realmente  dizem, propõem e defendem .


está esta habilidade de sempre e sempre repetir que não há alternativa em vez de, como seria mais honesto e decente, dizerem que alternativa há, acontece é que, como é seu direito, não gostam dela ou acham que fere interesses a cuja defesa se consideram vinculados.

está esta continuada submersão no truque, na fuga ao debate do concreto e no preconceito como instrumentos cruciais do seu esforço para que tudo fique na mesma e a esperança de mudança morra nas consciências e vontades.

Da Venezuela para o Royal Albert Hall

A Orquestra Simon Bolívar ou
uma espécie de brisa neste dia





vídeo também  aqui 
(Beethoven e Britten)

25 junho 2012

O queixume de um colaboracionista

Outro armado em parvo





Remetendo para o que, a respeito do Público, já aqui afirmei (no 4º parágrafo), constato que hoje, no mesmo jornal, António Correia de Campos alinhava esta pérola : « A real surpresa do governo residiu na tolerância inesperada dos portugueses, na rua, face a estas medidas. Na verdade, o governo deve agradecer ao PCP e à CGTP toda esta pôdre «paz social».
Sem paciência para mais, registo apenas que Correia de Campos não fala da combativa e implacável UGT nem da pujante e incomparável contribuição do seu PS para a mobilização social contra a política do governo.

Agora, era para pedir desculpa pela crueza do paralelismo histórico que se segue mas afinal não peço, quero é que Correia de Campos se lixe. Na verdade, o que ele acaba de escrever é
um pouco como se, na França de 1942, os colaboracionistas com o regime de Vichy se queixassem publicamente que era fraca a resistência armada conduzida sobretudo pelos comunistas e pelos gaullistas.

Esta tarde na AR

A realidade censura o governo


Ver texto da moção de censura do PCP aqui

24 junho 2012

Fim de domingo com

Ken Peplowski em Poor Butterfly 




O «Público» e o 1º ano de governo PSD-CDS

Três no cravo e uma na ferradura


Em véspera da moção de censura do PCP, o Público assinala hoje de forma desenvolvida o que considera ser um balanço do 1º ano do governo que desgraçadamente temos.
A mim, não me passa pela cabeça esconder que um tal tratamento jornalístico inclui coisas de sentido diverso e sublinho a este respeito, por exemplo, a peça na revista de Paulo Moura com o título «Quando se perde a casa já se perdeu tudo».
Mas o sentido geral e aquele que mais influenciará os leitores   é de natureza diferente. Desde logo repare-se na distância que vai entre a ilustração escolhida e o título aposto que coloca o acento tónico nas «reformas por fazer» quando toda gente sabe, mesmo que o esconda, que de verdadeiras e vingativas contra-reformas se trata.
Depois o editorial considera que o governo tem sido «beneficiado pela paz social», o que me leva a crer que os que mandam no Público nem sequer  fazem o exercício elementar de multiplicar por cinco ou por dez o que o seu próprio jornal publica sobre lutas ou manifestações de protesto e descontentamento.
Por fim, o Público convidou «11 especialistas» a pronunciarem-se sobre o ano de governo e eles são, além do omnipresente troikista Paulo Trigo Pereira,  Silva Lopes, Loureiro dos Santos, Boaventura Sousa Santos, Augusto Santos Silva, João Machado (CAP), António Saraiva (CIP),  José Morgado, Pedro Pitta Barros, Sérgio Aires (falta aqui alguém, mas paciência, não altera) o que, deve ser esquisitice minha, mas, em termos de pluralismo social e político me parece por demais curto.
Tudo visto, desculpada a manhosice ou amadorismo gráficos, acho que a primeira página tinha ficado melhor assim.



Neste domingo, tempo de "soul" com

Lee Fields