24 março 2012

Agora como há 50 anos e...

... muito melhor do que vários jornais


O PCP assinala condignamente no seu sítio a passagem hoje do 50º aniversário do Dia do Estudante em 1962. Em coerência com o que já havia feito há 50 anos, num tempo de censura, repressão e clandestinidade.


Por uma vez...

... faço minhas as
palavras de Passos Coelho




Portas no Congresso do PSD

Um desabafo de P. ao ouvido de P.





Porque hoje é sábado ( )

Giardini di Mirò

A sugestão musical deste sábado
vai para a banda italiana de post-rock
 Giardini di Miró,
cujo último álbum se intitula Good Luck.
Good Luck

Presidenciais francesas

Uma boa notícia





23 março 2012

A escolha de fotos para 1ª página

Estética ou ideologia ?


Por causa da imagem acima, é hora de falar claro: a mim, pessoalmente, não fosse saber de há muito que preconceitos e caricaturas ensopam certas meninges, não me incomodaria nada que a este trabalhador (provavelmente mais novo do que eu) fosse dado o centro do topo do Público de hoje. Sim, eu olho para esta imagem e o que vejo  é um rosto marcado por uma vida dura de trabalho e só sinto orgulho por todos os que, mais carregados de anos, continuam a honrar compromissos de vida e de luta que só os engrandecem e enriquecem a história da democracia portuguesa.
Mas eu sei, de longa experiência, que não são estas impressões ou estes sentimentos que, em geral, comandam, na imprensa a escolha destas fotos. E sei tanto ou tão pouco que, por causa destas e doutras, cheguei a escrever várias vezes a piada de que todos mas todos envelhecemos excepto nas redacções dos jornais.
E deve ser por isso que nunca lhes passaria pela cabeça ter feito um topo de página como, de forma mal amanhada, se segue aí em baixo.


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Não há pachorra !

Um dislate opinativo comentado
por uma minha ficção opinativa




O Público de hoje, para além de vários exercício de tiro ao alvo em Arménio Carlos, publica um breve texto de opinião sobre a greve geral da autoria de Nuno Ribeiro (por sinal, correspondente do jornal em Espanha e mais dado a escrever sobre o futebol espanhol) no qual consta a seguinte e inesquecível passagem (sublinhados meus): «(...) O secretário-geral da CGTP sentiu a necessidade de explicar as razões da greve geral. Lembrou os motivos, contextualizou o momento e negou outra alternativa que não fosse a forma suprema de luta. Não deixa de ser curioso que Arménio Carlos se sentisse obrigado a este exercício. Não por pedagogia mas, visto o que ontem se viu, por justificação. A urgência da greve geral , disse, é a iminente aprovação  do pacote de leis laborais  aprovado pelos parceiros sociais, à excepção da CGTP. Donde se conclui que o o ocorrido ontem seria de suficiente magnitude para mudar o sentido de voto da maioria. Arménio Carlos terá agora de explicar os motivos da aprovação, na próxima semana das novas medidas legislativas (...)»

Ora, este texto faz-me lembrar um texto de opinião que, há cerca de um mês, como convidado, escrevi para o Diário de Notícias, a propósito dos problemas laborais no Público. Só uma passagem:

«(...) Como é sabido e se encontra noticiado nesta edição, apesar da greve decidida pela Comissão de Trabalhadores do Público contra as reduções salariais e de efectivos e coberta por pré-aviso do Sindicato dos Jornalistas, aquele jornal esteve ontem presente nas bancas embora com um padrão de conteúdo e qualidade bastante inferior ao habitual. Não deixa de ser curioso que Nuno Ribeiro, porta-voz da CT daquele jornal tenha sentido a necessidade de explicar as razões da greve, sublinhando sobretudo que se estava a oito dias da entrada em vigor das gravosas alterações decididas pela administração do jornal dependente da SONAE. Donde se conclui que o recurso àquela forma suprema de luta tinha em vista obrigar a administração a revogar as suas decisões. Nuno Ribeiro terá agora de explicar os motivos da entrada em vigor daquilo que os trabalhadores do Público sempre consideraram uma intolerável agressão aos seus direitos e, bem assim, explicar a diferença entre o passo e a perna.(...)».

Não deveria ser necessário dizê-lo
mas este texto é mesmo,
 e por várias razões, uma ficção.