25 fevereiro 2012

Recorde do descaramento

No pelotão da frente, sempre !

Estas são as previsões de crescimento ou recessão recentemente divulgadas no «El País». Pois eu juro-vos que ainda há dias ouvi na TSF um funcionário da troika a declarar em puríssimo inglês que, quanto a Portugal, não havia qualquer relação entre as políticas de austeridade e a recessão económica.

Porque hoje é sábado ( )

Mirel Wagner

 A sugestão musical de hoje destaca a cantora
finladesa-etíope Mirel Wagner,
cujo primeiro álbum se intitula No Death
.
 

24 fevereiro 2012

É pena, bastante pena

Público de Espanha despede-se (republicanamente) assim

Fundos de pensões da banca ou...

... a abstenção como
forma de vida do PS


Embora pela imprensa pareça que ontem não aconteceu nada na AR, a verdade é que ontem foi lá discutida a iniciativa do PCP de apreciação parlamentar do Decreto-Lei n.º 127/2011, de 31 de Dez, que "procede à transmissão para o Estado das responsabilidades com pensões previstas no regime de seg. social substitutivo constante de instrumento de regulamentação coletiva . de trabalho vigente no sector bancário». Os que se dispuserem a ler a intervenção de Honório Novo não só ficarão mais habilitados a perceber o desastroso alcance desta operação como ficarão mais preparados para quando, daqui por uns anos, se falar muito do peso das reformas dos bancários sobre as despesas da Sewgurança Social. Acrescente-se que já esta manhã, o PS se absteve. Também não admira, deve estar mais preocupado com o «obrigar os espiões a declarar se são maçons» (manchete do DN), reconhecidamente um momentoso problema para o país e para o partido mais maçónico de Portugal (a Opus Dei fica de fora ?) que se reporta a declarações cuja verdade será sempre inverificável, além do mais porque, e muito bem, nenhum tipo de associação é obrigada a revelar os nomes dos seus membros.

Juan José Millás em «El País»

sobre as variações semânticas em
torno das contra-reformas laborais


Sob o título Retórica : «Si en los días anteriores a la consumación de la reforma laboral Rajoy predicaba de ella que sería amplia, profunda y equilibrada, una vez perpetrada ha dado en calificarla de justa, buena y necesaria. La tríada adjetival es la vaselina destinada a reducir los desgarros que la violación ha comenzado a provocar en el cuerpo social. ¿Que por qué siempre tres adjetivos y no uno o dos? Por una cuestión de ritmo, desde luego, pero también por un problema de carácter técnico con la verdad. Si hubiera afirmado de la reforma que era justa, y solo justa, siendo tan obvio su desafuero, éste habría resultado aún más evidente. Podría haber dicho solo que era buena, pero quizá se habría puesto rojo de vergüenza ante una mentira tan palmaria. De haberse quedado en que era necesaria, muchos nos habríamos preguntado para quién. Recitando que era justa, buena y necesaria construía una letanía en la que lo que se escuchaba, más que su significado, era su sonido, su cadencia, su música (su sonido, su cadencia, su música, ¿verdad que suena bien?). Pura trampa retórica al servicio de ocultar la basura. Observen la diferencia con De Guindos [ministro das Finanças] cuando se limitó a calificarla de extremadamente agresiva. Frente a la verdad, la retórica desaparece. Nada de tríadas que pudieran confundir o despistar. Podría haber dicho que era extremadamente agresiva, extremadamente belicosa y extremadamente pendenciera, pero la carga adjetival habría puesto en guardia a su interlocutor (¿de qué me quiere convencer?). Algo extremadamente agresivo es algo extremadamente agresivo y punto, al modo en que un cuchillo corta o no corta. Reparen también en el ejemplo de Rosell, el jefe de la patronal, cuando le dijo a su segundo que se aguantara la risa ante las cámaras. No le dijo aguántate la risa, reprime la alegría y disimula el contento. Entendemos por qué.»

A propósito de um voto

Declaração para a acta

Para os devidos efeitos e por razões de transparência, aqui declaro que lido mal, sinto-me dividido ou  tenho dúvidas e reservas em relação à adopção de crianças por casais homosexuais.
Esta minha honesta e sincera confissão, em que podem certamente pesar razões culturais e geracionais, é certamente um escândalo para todos aqueles que hoje acham que todos temos de ter opiniões firmes e claras sobre tudo e mais alguma coisa e que manifestamente não têm por opiniões diferentes o respeito que eu por elas procuro manifestar.
E, por causa de algumas confusões circulantes, é bom lembrar que, nesta matéria, os únicos sujeitos de direitos são as crianças (a ter uma família) não existindo para os cidadãos em geral qualquer direito à adopção.

PS correia de transmissão da UGT ?

Se for verdade...
 



23 fevereiro 2012

O cartaz de Sarkozy e...

... as justas e saborosas paródias
que está a desencadear na Net

(já há mais de 30 anos que, no pessoal
 da publicidade ou da propaganda
 política, vigorava a ideia de que
 «o mar vende sempre»)


O supremo masoquismo de evocar...

... um combate perdido



Em notícia de primeira página do Público de hoje, lá volta a qualificação desta vez de António José Seguro (o anterior foi Passos Coelho) como «líder da oposição». Os leitores mais antigos ou fiéis já conhecem, ao ponto do enjoo, a minha embirração e combate (sempre perdido por  ao longo de décadas) contra esta persistente, preconceituosa e talvez preguiçosa falsificação. Mais a pensar nos leitores mais recentes ou mais novos, volto por isso a dizer que talvez não fizesse mal aos actuais chefes ou responsáveis do Público lerem o meu artigo «Líder de quê?» publicado nesse mesmo jornal em 17.11.2006 . É que há lá uma série de bondosas e construtivas sugestões sobre como evitar a constante repetição do dislate.

Deixou-nos há 25 anos mas...


... está sempre connosco