30 abril 2021

A mentira mil vezes repetida

 Henrique Monteiro
gostosamente prisioneiro de
 uma velha falsificação

Numa crónica de Henrique Monteiro hoje no «Expresso» (muito dedicada a «vender» a versão soarista sobre o 1º de Maio de 1975 ( sempre ocultando que foi Mário Soares que, desrespeitando compromissos prévios, decidiu fazer um desfile à parte), pode ler-se o seguinte:«A chegada de Cunhal [à Portela] já fora encenada de forma a assemelhar-se à de Lenine à estação de São Petersburgo. O líder do PCP subiu para uma chaimite (carro de combate) e ladeou-se de um soldado e de um marinheiro».

Um leitor que pesquise neste blog pela palavra «chaimite»encontrará todas as vezes que já aqui desfiz esta monumental mentira. 

Mas para não gastar muita cera com tão ruim defunto aqui fica apenas esta de 13 de Março de 2013 :

(clicar para ler melhor)

29 abril 2021

Descriminalização do CONSUMO de drogas

 Recordando o que
 já está esquecido 

(clicar para ler melhor)
«Largo consenso nacional» mas  «Não imediatamente» - escreveu e muito bem Daniel Oliveira no «Expresso». A tal ponto assim foi que, além da direita ter reclamado um referendo manhoso, vale a pena acrescentar que a página 497 do Diário da Assembleia da República de 20.10.2000 regista o seguinte:


28 abril 2021

Inadmissível !!!

 O INE anda a brincar com
 coisas terrivelmente sérias  ?

Um livro aberto

Uma significativa
 reescrita da história


(clicar para ler melhor)
Henrique Raposo no «Expresso»

Estas afirmações de um direitoso como Henrique Raposo falam com um livro aberto sobre como eram pobres e limitadas as aspirações "democráticas" da direita no dia 25 de Abril de 1974.
Na verdade:
1. Esquecem que se é certo que os spinolistas eram uma componente do movimento dos capitães, estavam entretanto longe de terem um papel e posição determinantes como rapidamente se viu nos desenvolvimentos subsequentes  ao «golpe» de 25 de Abril de 1974) (eu prefiro sempre dizer o "levantamento militar"), designadamente no chamado «golpe Palma Carlos».
2.São no entanto coerentes com a atitude assumida nos primeiros dias a seguir ao 25 de Abril por um destacado membro da Ala Liberal. Com efeito, basta lembrar que ainda estávamos só a 28 de Abril e já Sá Carneiro fazia no Porto uma declaração muito inquieto e preocupadocom o povo nas ruas.
3. São uma confissão claríssima de que estes sectores «liberais» detestam a revolução democrática e a ascensão dos trabalhadores e do povo ao primeiro plano da cena política nacional extraordináriamente consegrada no 1º de Maio de 1974. Eles apenas desejavam uma transição moderadíssima de regime que não tocasse nas estruturas fundamentais do fascismo e para isso alimentaram o projecto de eleger Spinola Presidente da República antes de eleições para a Constituinte.
4. Quanto ao «desgaste» causado pela «Ala Liberal= (apoucando a contribuição determinantes dos comunistas (e de outros democratas para o isolamento do fascismo), o que  Henrique Raposo nos vem dizer é que Marcelo Caetano foi um tonto pois em vez de andar a mandar prender e torturar comunistas devia era ter mandado prender Sá carneiro, Balsemão e Cª.
5.Apagam que não foi a «Ala Liberal» que organizou o 3º Congresso da Oposição Democrática em Abril de 1973 que tanta infkûencia exerceu sobre os redactores do Programa do Movimento das Forças Armadas. 

27 abril 2021

Na mouche !

 Sejam bem-vindos
 à lucidez

«Quando Marcelo nos pede para não “[exigir] aos que viveram esse passado que pudessem antecipar valores (...) agora tidos por evidentes, intemporais e universais”, persiste num dos mais velhos erros metodológicos da leitura reacionária do passado: o de inventar um tempo em que os valores dominantes seriam tão consensuais que nenhuns outros teriam sido enunciados. Em todas as épocas os valores dominantes tiveram alternativas; todas as ordens tiveram resistência; todas as verdades do tempo tiveram quem as denunciasse».

Quem puder que não deixe de ler hoje no «Público» o magnifico artigo de Manuel Loff.

Chama-se a isto ter razão antes de tempo

 Duas manchetes de
hoje e um post de há 10 anos


aqui em 17.9.2011

26 abril 2021

Dois pontos nos is

Um desabafo
contra a corrente

Correndo o risco de ser atropelado por um Alfa pendular mediático, é meu dever de consciência escrever que não alinho nos a meu ver excessivos deslumbramentos em voga com o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa no 25 de Abril. A esse respeito fico-me por duas anotações: a primeira é que peço muita desculpa mas não faz nenhum sentido falar do «bom» (colocado a par do «mau»)  em relação ao fascismo português e à sua guerra colonial (embora só nesse ponto esteja de acordo com Manuel Carvalho quando escreve no «Público» que  « A Guerra Colonial foi um horror, mas não podemos culpar a geração dos nossos pais que foi forçada a combatê-la» pois foi isso que os comunistas sempre fizeram); a segunda é que quando se fala na necessidade de não julgar o passado pelos olhos do presente, é necessário lembrar que muitos não precisaram de esperar pelo presente para denunciar e combater o fascismo e a guerra colonial, antes o fizeram desde o primeiro minuto, como muito bem lembrou o primeiro-ministro numa passagem censurada por algumas televisões. E também anoto que, ao contrário do que dizem todos os media, não vi todos os partidos a aplaudirem o discurso. Em concreto, vi Jerónimo de Sousa levantar-se sem aplaudir e ouvi o seu comentário apenas assinalando positivamente a elogiosa referência de Marcelo aos capitães de Abril. E,por fim uma pergunta venenosa: no habilidoso «nem isto nem aquilo» de Marcelo onde é que encaixa a sua ida ao funeral de Marcelino da Mata ?

Bravo, Boni !

 Se o ridículo da Bonifácio
pagasse imposto, o ministro
das finanças agradecia

«Não sei se é caso para festejarmos um brevíssimo lampejo de lucidez por parte do PCP quando das últimas eleições presidenciais. Por um lado, o partido teve o cuidado de arranjar um candidato bem apessoado, João Ferreira. Por outro, introduziu uma discreta novidade que não foi comentada mas que é muito significativa de um vislumbre de lucidez: pela primeira vez na nossa história democrática, os cartazes de João Ferreira não ostentavam a tradicional foice e martelo, subrepticiamente permutada pela neutralidade de uma espécie de pequena bandeira verde e vermelha.»

Este pedaço de prosa de Fátima Bonifácio hoje no «Público» ajuda a explicar porque é que o jornal mantém esta colunista. De facto, não é todos os dias que se encontra uma tão desatenta à realidade e tão lunática quanto reaccionária. Na verdade, no caso presente, ninguém na redacção do «Público» teve a coragem de advertir a colunista de que nunca houve foices e martelos nos cartazes de todos, mas de todos, os candidatos presidenciais apresentados pelo PCP. E também ninguém teve o desplante de avisar a Bonifácio que os cartazes tem naturalmente de ter em conta que nos boletins de voto das presidenciais aparecem não símbolos partidários mas sim as fotos dos candidatos. 

24 abril 2021

Intelectualmente velho e rezingão

 Barreto igual si
próprio, isto é, trafulha

«O debate sobre os festejos da liberdade tem tanto de desprezível quanto de perigoso. Mas também revelador. Mostra uma espécie de Cartel que decide quem comemora o 25 de Abril e festeja o Dia da Liberdade. Na verdade, que espera traçar as fronteiras da democracia.»

- António Barreto no «Público» de hoje

Cumpre informar caridosamente o dr. António Barreto que não há em Portugal nenhum cartel que «decide quem comemora o 25 de Abril e festeja o Dia da Liberdade». Cada português é obviamente livre de comemorar ou não comemorar e de comemorar das mais diversas formas que lhe apetecerem ( indo à praia, bebendo umas bejecas, estendendo.-se no relvado de um parque, indo a desfiles ou participando em comemorações de âmbito municipal). Dito isto, é no entanto necessário acrescentar um «pormaior»: é que os desfiles populares de Lisboa e do Porto não são ajuntamentos espontâneos que caem do céu aos trambolhões; eles só existem porque há organizações e cidadãos que, pelo menos desde há 42 anos, muito trabalham para eles,

No «Expresso»

 Uma manchete
enganadora

Foi com base nesta manchete que, ontem à noite no «Expresso da Meia Noite» da SIC Notícias, o presidente da Iniciativa Liberal, cuja lábia é tão grande quanto a sua desonestidade intelectual, desembestou numa tirada catastrófica sobre o estado da nossa democracia. Ora o que a sondagem mais concretamente nos diz é que além destes 10% que consideram que em Portugal há uma «democracia plena» (conceito passível de variadas subjectividades) há 47% que respondem haver uma «democracia com pequenos defeitos». Sobram depois 36% que acham que exciste uma «democracia com muitos defeitos» e 4% que não há democracia. E para se perceber que não há aqui nenhumas razões para alarmismos, talvez seja de dizer que eu, que valorizo devidamente a dimensão política da democracia, se fosse chamado a responder a esta sondagem, pensando nas dimensões social, económica e cultural, talvez não hesitasse em optar pela «democracia com muitos defeitos».

Como era de esperar

 As ameaças do Chega
deram em nada, a IL afinal
 sempre é de direita e o PAN
 juntou-se à confraria da direita


«Público»

Porque hoje é sábado ( )

 

Toumani Diabaté e The London Symphony Orchestra

23 abril 2021

Remédio santo

 Então façam o favor
de não pôr lá os pés

Direitosos como o historiador Rui Ramos andam há seculos a falar assim e sempre a acrescentarem que em Novembro de 75 é que foi bom. Mas já passaram 45 anos e nunca se atreveram a convocar uma manifestação no 25 de Novembro. Cobardolas !

21 abril 2021

Sinais de ódio

 Despropósito.

O editorial de Manuel Carvalho no «Publico» de hoje é dedicado à polémica entre a Iniciativa Liberal e a Associação 25 de Abril (melhor dizendo, a Comissão Promotora do desfile na Av. da Liberdade). Mas sem que nada no texto o justifique, leva este título. E, perante isto, eu só tenho a dizer duas coisas: uma é que num editorial desferido contra um alegado «sectarismo» Manuel Carvalho acabou dando sinais de um velho ódio a uma grande figura da revolução portuguesa; e a outra é que o pigmeu Manuel Carvalho devia pôr gelo nos pulsos antes de chamar à colação o honrado nome de Vasco Gonçalves.

Se fosse coerente, a Iniciativa Liberal esperaria por Novembro.


15 abril 2021

Viagem ao arquivo

 Recordação de uma capa
da revista do «Expresso»
 e mais alguma coisa

Como o personagem é incontornável nestes dias que passam, talvez se justifique remeter os sete leitores interessados para o que, apenas desde 2013, se escreveu neste blogue a propósito de José Sócrates, o que permitirá lembrar algumas coisas que se perderam na poeira do tempo. Como, por exemplo, que se é verdade que foi vítima de premeditadas e condenáveis violações do segredo de justiça, também é verdade que, já depois de rcbentado o seu caso, foi comentador na RTP.Ou que o seu caminho para primeiro-ministro também foi ajudado pelos seus debates televisivos semanais com Santana Lopes.  Para essa viagem ao arquivo basta uma pesquisa no topo desta página.


Entretanto aqui fica de seguida uma pequena amostra:



(se necessário, clicar nas imagens para ler melhor)

Água mole em pedra dura...

 Voltando à carga

«O PCP lembra que desde Fevereiro de 2007 tem vindo a propor a criminalização do enriquecimento injustificado e que, ao longo de vários anos e legislaturas, as propostas do partido “contaram sempre com os votos contra do PS, do PSD e do CDS”. (»Público» online)
«Esta é a quarta vez, em 14 anos, que o PCP faz este tipo de proposta, tendo sido rejeitadas com os votos do PS, PSD e CDS, assinalam os comunistas.» (RTP)

«Em síntese, o que se propõe com a criação do crime de enriquecimento injustificado é a criação de um dever geral de declaração às Finanças por parte de quem disponha de património e rendimentos de valor superior a 400 salários mínimos nacionais mensais e, posteriormente, um dever de declaração sempre que esse património registe um acréscimo superior a 100 salários mínimos, havendo nesse caso o dever de justificação da origem desse enriquecimento.Esta solução constitui uma medida de grande importância para a prevenção e detecção de crimes de corrupção, não sendo violadora de princípios e normas constitucionais, designadamente por inversão do ónus da prova.»  (João Oliveira aqui )

13 abril 2021

Não há pachorra

 Julgamento
 do regime?

Uns por pura perfidia e outros por congénita ligeireza, não falta quem ande para aí a clamar que a operação Marquês é «o julgamento do regime». Peço muita desculpa mas Sócrates, Santos Silva, Salgado, Bava e tutti quanti não são o regime. O «regime» de Portugal é o regime democrático consagrado na Constituição, as instituições que o servem e todos os muitos cidadãos que intervêm na esfera pública com fidelidade à ética republicana e a principios basilares de seriedade e honestidade. Se durante 48 anos de fascismo não deixámos que a ditadura se apropriasse da palavra «pátria», esta é a hora de não deixar que videirinhos, demagogos e populistas  distorçam o conceito de regime.

12 abril 2021

10 abril 2021

A> negação da liberdade sindical

 Uma das maravilhas
da democracia americana


Ora aqui está um título que, em rigor, devia ser totalmente estranho e incompreensível para um português e mesmo para qualquer europeu.
Ele só se explica porque nos EUA a filiação sindical de cada trabalhador está condicionada à prévia realização em cada empresa de um referendo sobre a criação de um sindicato. Neste caso de um armazém da Amazon em Bessemer (Alabama) cerca de 1700 trabalhadores votaram contra a criação do sindicato, 700 e tal a favor e houve 500 votos nulos (???!!!). De acordo com estas regras absurdas, o resultado é que os 700 e tal que queriam sindicato ficaram impedidos de o ter. Para se perceber o filme, é preciso lembrar que o grande patronato americano (e calcula-se o que o colosso Amazon não terá feito para determinar esta votação) investe todos os anos centenas de milhões de dólares para inviabilizar a criação de sindicatos. Forçoso é pois dizer que um tal sistema é uma clamorosa denegação do direito (que não pode deixar de ser também individual) à sindicalização.

Sobre este assunto
mais aqui em inglês

Porque hoje é sábado ( )

 Benny Sings

09 abril 2021

06 abril 2021

Agência Europeia do Medicamento

Sem rei nem roque

aqui

Feliz regresso `a Avenida da Liberdade

 Uma boa decisão

«Segundo Vasco Lourenço, a decisão de avançar foi consensualizada dentro da Comissão Promotora do Desfile com as principais organizações que a integram: os partidos do hemisfério esquerdo do Parlamento (PS+BE+PCP+PEV) e ainda a CGTP.

Segundo o presidente da Associação 25 de Abril, a UGT decidiu não alinhar, por achar que ainda não é o tempo de voltar às manifestações de rua. A APRE (Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados) também prefere ficar de fora, embora assinando o manifesto promotor do evento.»

02 abril 2021

Há 45 anos

 Um grande serviço
à democracia e ao país

Há exactamente 45 anos, deslocando-se ao Palácio de S. Bento para, cortando cerce certas manobras dilatórias, promulgar de imediato a Constituição da República logo após a sua aprovação, o General Costa Gomes prestou um relevante e inestimável serviço à democracia e a Portugal.