31 março 2020

Querias ?

Não vai acontecer
«Expulsem a Hungria da UE e da OTAN/ Se essas alianças têm algum significado, ditaduras não podem ter lugar nelas»

Aqui em Slate, Fred Kaplan indigna-se justamente com os plenos poderes que, com pretexto na pandemia, Victor Orban assumiu na Hungria e chama-lhe, e bem, ditadura. Mas o que Haplan não sabe é que em Bruxelas o secretário-geral da NATO desabafou para os seus assessores ; « não pode ser porque não é a nossa tradição; ao fim e ao cabo, nós admitimos Portugal em 1949 quando era uma ditadura; ah, e também não expulsámos a Grécia em 1967 quando os coronéis instalaram a sua ditadura»

A outra parte da tragédia

Dizem que é o país 
mais rico do mundo



«Isabelle Coelho-Marques vive em New Rochelle, Nova Iorque, uma das cidades mais afectadas pelo novo coronavírus. Ao PÚBLICO, fala sobre o sistema de saúde americano. "Cá, temos de ter seguros de saúde. Ter o azar de ficar doente pode levar uma família à bancarrota", diz a presidente da New York Portuguese American Leadership Conference (NYPALC), uma associação que congrega 69 organizações luso-americanas do Estado de Nova Iorque.
Mais de 33 milhões de trabalhadores norte-americanos (num total de cerca de 157 milhões) não têm baixas pagas. »
aqui no «Público»


«Ao teenager que morreu de Covid-19 foi negado tratamento porque não tinha seguro de saúde»
« Um rapaz de 
17 anos do condado de Los Angeles que se pensa ter sido o primeiro teenager que morreu por complicações derivadas do covid-19 nos Estados Umidos viu negado o seu tratamento na urgência de uma clínica porque não tinha seguro de saúde, de acordo com R. Rex Parris, o Presidente da Câmara de ancaster, California. 

30 março 2020

Ideia copiada de «El Pais»

Quarentena
 com George Brassens
h
ou aqui
(para quem tiver acesso ao Spotify)

Um notável empreendimento


aqui um site que agrega as imagens
e textos de 41 revistas portuguesas

29 março 2020

No «El Pais Semanal»




«(...)Pero no me refiero solo al ámbito social. El reto mayor es el interior. ¿Cómo vivir la vida cuando se ha quedado sin trucos defensivos ni disfraces? La vida cruda y limpia en el lento e incandescente tiempo de la peste. Entre los sanadores y maravillosos chistes que recorren las redes (bendita tecnología que nos une) me llegó esto: “Dice una amiga que con esto del aislamiento en casa ha estado hablando un rato con su marido y que le ha parecido muy simpático”. Esa es la cuestión: intentemos encontrarnos simpáticos. O intentemos simplemente encontrarnos. Cuando el ruido y el movimiento incesante se paran, queda lo real. Aguantar semanas con unos niños a los que normalmente aparcas en algún lado. Convivir de verdad con tu pareja en un ámbito estrecho, y aprender no sólo a escucharla, sino también a respetar su ausencia en la presencia. Soportar tu soledad, si vives solo, y lograr sentirte a gusto en ella. Y, sobre todo, manejar bien el tiempo. En vez de perderlo, quemarlo, tirarlo (la vida es eso que ocurre mientras nosotros nos ocupamos de otra cosa, según una supuesta frase de John Lennon) como hacíamos en la agitación de la normalidad, ahora tenemos una oportunidad única para habitar el presente. Para llenar de conciencia y de voluntad cada minuto. Para discernir entre lo esencial y lo superfluo. Intentemos que esta prueba, y la dolorosa resaca económica que vendrá, nos enseñe por lo menos a ser un poco mejores.»

Oito anos depois

Nova canção
de Bob Dylan
(sobre o assassinato de John F. Kennedy)

28 março 2020

Eu não sou sinófilo mas ...

Esta capa podia ter
sido feita por Trump

Esta capa da revista do "Expresso" aparece associada à seguinte chamada: «COVID-19 - o ano do vírus - Como Jin Xinping está a usar a pandemia para cumprir o sonho imperial chinês/ Por Miguel Monjardino». É mais uma teoria da conspiração em marcha.

Porque hoje é sábado ( )

The Felice Brothers

A sugestão musical deste sábado vai para
a banda norte-americana The Felice Brothers



26 março 2020

Uma tragédia social

Não é tão mau como isto...

« Avô, conta-nos outra vez a história de como era a vida antes do COVID-19»
... mas já é assim...

3,3 milhões de pessoas já pediram subsidio
 de desemprego na última semana nos EUA 


... e assim 


aqui

25 março 2020

PPP rodoviárias

Que belos contratos 
foram feitos !
Tanto dinheiro que faz
 falta noutras coisas.

Mudanças de humor

Vida familiar

1º quadro : Teletrabalho : «é dificil fazer
 isto com toda esta gente à volta»

2º quadro: «agora novamente, é por causa
disto que eu quero toda esta gente à volta»

24 março 2020

Jornal do incrível


«Governador do Texas: Idosos devem ser voluntários para morrer  para salvar a economia/ De acordo com Dan Patrick "muitos avós" estão dispostos a sacrificar-se pela causa.»
Aqui na Vanity Fair


Estes Republicanos dos EUA conseguem sempre superar as nossas expectativas. A única conclusão razoável é que, antes do COVID-19, já estavam muito doentes da moleirinha.

É a humanitária NATO em acção

Como é que uma coisa
destas não foi cancelada ?

(clicar para aumentar)
imagem tirada da página
 da NATO aqui

Sobre a viola no saco

Ultra-liberais: as vítimas
 ignoradas da pandemia


Descaramento

Pois, pois, contem-nos
 quanto ganharam desde
que começaram


23 março 2020

No Instagram

Fotos dos dias
que correm lentos




uma iniciativa de fotógrafos
aqui no Instagram

22 março 2020

Na melhor das hipóteses

A Primavera foi diferida
Crianças, venham ver, é a  Primavera
- Fazei o que vos apetece... em Maio

Solidariedade

É uma revista norte-
americana que o diz



«As boas-vindas de Cuba a um navio de cruzeiro atingido pelo Covid-19- reflete um grande padrão de compromisso humanitário global»
"Obrigado, Cuba..." Nós nunca vamos esquecer que você estendeu a mão para nós quando absolutamente ninguém, e eu quero dizer ninguém, mais o fez».

 a ler aqui em The Nation

20 março 2020

A ler e passar


A pandemia e os
 despedimentos selvagens
José Paulo Leitão, no «Público de 19/3agens
Estão neste momento a decorrer violações do direito laboral, que vão desde a sugestão ao trabalhador para este lograr obter baixa médica não estando doente, até ao despedimento selvagem e ao despedimento elegante, que é aquele que é comunicado por capatazes, como são as empresas de trabalho temporário.

Não é necessário um grande esforço intelectual para compreender que a situação da pandemia que o nosso país atravessa deixa mais frágil e desprotegido quem já é fraco e tem pouca protecção legal, por só viver do seu trabalho.
Os trabalhadores com relações de contrato de trabalho precário, designadamente os que estão vinculados por contratos a termo, bem como aqueles que se encontram com contratos de trabalho temporário com empresas de trabalho temporário, estão na linha da frente para serem despedidos, na modalidade de caducidade dos contratos.
Também os trabalhadores independentes, que na verdade são dependentes, podem ter o mesmo destino que é o da cessação dos seus contratos de trabalho, alegadamente de prestação de serviços. E há muitos outros trabalhadores independentes, que não são dependentes de uma entidade empregadora, que só dependem do que eles próprios produzem e que vão ficar desprotegidos.
Lembro, por exemplo, o artista, o ilustrador, o designer e muitas outras profissões que deixam de vender as suas obras ou os seus produtos, mas que têm de continuar a pagar a renda de casa e as despesas domésticas e, obrigatoriamente, as contribuições da Segurança Social.
Quando se pretende proteger o emprego, pode não se conseguir abranger todos aqueles que mais precisam e que deixaram de ter um rendimento com o qual organizaram a sua economia familiar. As regras de protecção social chegaram a um ponto de regulamentação e burocratização que também deixam escapar nas suas malhas muitos dos mais debilitados quanto a rendimentos do trabalho.
Estão neste momento a decorrer violações do direito laboral, que vão desde a sugestão ao trabalhador para este lograr obter baixa médica não estando doente, até ao despedimento selvagem e ao despedimento elegante, que é aquele que é comunicado por capatazes, como são as empresas de trabalho temporário.
Os utilizadores do trabalho temporário só têm de comunicar à empresa de trabalho temporário para esta, por seu lado, comunicar ao trabalhador que os contratos de trabalho caducaram porque o utilizador já não precisa deles.
Como a realidade da vida está sempre à frente do Direito que a enquadra, também despontam as engenharias jurídicas imaginativas, sem enquadramento legal, mas que podem também não ser ilegais.
São sempre descobertas, provenientes da imaginação dos juristas das empresas que nos surpreendem, como é o caso da empresa que, presentemente, se encontra a incentivar trabalhadores a pedirem licenças sem vencimento mantendo determinados direitos que lhes são propostos.
A licença sem vencimento, face ao previsto no Código do Trabalho, é pedida por iniciativa do trabalhador e suspende o contrato de trabalho sem perda de antiguidade, mas só confere os direitos que não pressupõem a efectiva prestação de trabalho. Neste caso, que está em curso, quem incentiva o pedido de licença é a empresa que também oferece direitos que a lei não prevê.
Sabemos que a necessidade de elaborar Códigos de Ética e de responsabilidade social só aparece nas empresas quando se perde a noção da ética e da decência. E também sabemos que a responsabilidade dos gerentes e dos administradores que prosseguem com os despedimentos, por força da situação de força maior que o país vive, é diluída na responsabilidade limitada das sociedades.
Naturalmente que parte dos trabalhadores despedidos terão direito ao subsídio de desemprego mas, em muitas dessas circunstâncias, é a Segurança Social quem fica com o ónus do pagamento de um rendimento que cínica e irresponsavelmente lhe é transmitido por alguns empregadores.
Está ao alcance do Governo não aparar estas condutas reprováveis e tomar medidas de excepção, que poderão passar pela responsabilização, em circunstâncias concretamente definidas, dos administradores e gerentes por tais condutas, o que pode não ser muito amável.
Vai ser tão mais fácil despedir agora trabalhadores, dependentes e independentes, seja através do despedimento colectivo seja por extinção dos postos de trabalho, pois a fundamentação que já não era difícil de construir, com pouca engenharia jurídica, agora já nem sequer precisa dessa engenharia.
Se temos a obrigação de ser solidários com as nossas famílias e amigos num momento tão excepcional como o que estamos a viver, também é exigível que os empresários protejam, pelo menos até ao limite do razoável, os seus trabalhadores.
Estamos numa fase em que o trabalhador deixou de ser colaborador e passou novamente a trabalhador, por causa da pandemia. Afinal há trabalhadores. Finalmente...

UM AVISO SÁBIO


-CONSTANTINO SAKELLARIDES,
EM ENTREVISTA AO «I»

A reabilitação da palavra

Os neoliberais também
 gostam de nacionalizações ?
A resposta é sim mas...
Coronavírus: «O Estado estará no encontro»
 com eventuais nacionalizações»:- assegura
Gérald Darmanin
O senhor Darmanin é o ministro do Orçamento do senhor Macron. E as nacionalizações de que fala, além de eventuais, são para salvar grandes empresas em perigo por causa da crise do coronavírus. Passada a pandemia, o mais certo é voltarem ao regaço dos privados. Mas, enquanto o pau vai e vem, festejemos pois esta reabilitação da palavra.


Devem julgar que o vírus se mata a tiro

Em tempo de coronavírus
americanos compram...
munições e armas !



  1. «Pessoas esperam numa fila para entrar numa loja de armas em Culver City, Califórnia, em 15 de março de 2020. As preocupações com o coronavírus levaram ao pânico dos consumidores na compra   de produtos  de supermercado. Agora as lojas de armas, à medida que o pânico se intensifica, estão vendo uma corrida semelhante às  armas e munições.»

aqui na TIME

18 março 2020

Nesta matéria

A emergência portuguesa
não é a emergência italiana


Intervenção do PCP
 hoje na AR

com destaque para as possibilidades que
o
s regimes das situações de alerta,
contingência e calamidade já permitiam : 


Destacam-se neste âmbito as possibilidades de:
a) Tomada de medidas de excepção indispensáveis em caso de emergência em saúde pública, incluindo a restrição, a suspensão ou o encerramento de actividades ou a separação de pessoas que não estejam doentes, meios de transporte ou mercadorias, que tenham sido expostos, de forma a evitar a eventual disseminação da infecção ou contaminação;
b) emitir orientações e normas regulamentares no exercício dos poderes de autoridade, com força executiva imediata, no âmbito das situações de emergência em saúde pública com a finalidade de tornar exequíveis as normas de contingência para as epidemias ou de outras medidas consideradas indispensáveis cuja eficácia dependa da celeridade na sua implementação;
c) requisição de todos os sistemas de vigilância e detecção de riscos, bem como dos organismos e instituições, qualquer que seja a sua natureza, cujo conhecimento possa ser relevante para a previsão, detecção, aviso e avaliação de riscos e planeamento de emergência;
e) mobilização civil de pessoas, por períodos de tempo determinados;
f) estabelecimento de limites ou condições à circulação ou permanência de pessoas, outros seres vivos ou veículos, nomeadamente através da sujeição a controlos colectivos para evitar a propagação de surtos epidémicos;
g) fixação de cercas sanitárias de segurança;
h) racionalização da utilização dos serviços públicos de transportes, comunicações e abastecimento de água e energia, bem como do consumo de bens de primeira necessidade;
i) possibilidade de requisitar temporariamente bens ou serviços em função da urgência e do interesse público e nacional que fundamentam a requisição;
j) possibilidade de livre acesso dos agentes de protecção civil à propriedade privada bem como a utilização de recursos naturais ou energéticos privados; ou recurso a um regime especial de contratação de empreitadas de obras públicas, fornecimento de bens e aquisição de serviços.

Com o risco de errar, claro

«Sr. primeiro-ministro, peça à Assembleia da República que não deixe que o homem dos afetos se transforme em contagiador de pânico! Se ao fim de uma vítima mortal já aqui estamos, como estaremos ao fim de cem? Não nos deixe morrer da cura .»


texto integral no blog

 de Joana Lopes aqui

Decreto do Presidente
 da República
aqui

17 março 2020

Mais música no fim do dia

E esta noite fique com
Joan Manuel Serrat

Uma verdade elementar

Os que estamos em casa
 precisamos dos que
continuem a trabalhar

Numa altura em que tantos parecem defender um estado de emergência de tal modo radical que corresponda a um «fechar tudo», talvez seja útil ponderar que é exactamente por vivermos em sociedade que dependemos  do trabalho generoso de outros nossos compatriotas em múltiplas áreas.

15 março 2020

Domingo em casa


Joaquin Sabina
para vos fazer companhia

Um livro estrangeiro por semana ( )

Edição da AKAL, 464 pgs.,28,50 E.
Apresentação _«Figura insoslayable del pensamiento político contemporáneo, en Antonio Gramsci confluyen el filósofo y el periodista, el historiador y el político, el crítico literario y cultural. Elegido diputado en abril de 1924 y secretario del Partido Comunista de Italia poco después, el genial sardo fue condenado por un Tribunal Especial fascista a veinte años de reclusión en junio de 1928. Tras años de malos tratos y confinamiento que acabarían por minar su frágil salud, falleció en Roma en 1937.
Es justamente en su última década de vida, años de prisión y aislamiento –salvo por las visitas de su cuñada Tatiana Schucht, salvo por Piero Sraffa–, distante la familia y cada vez más alejado de su partido, cuando Gramsci reconstruye, auxiliado por sus lecturas, todo un mundo intelectual, propio, que alumbrará los portentosos Cuadernos de la cárcel.  (...) Giuseppe Vacca, a quien debemos algunas de las contribuciones más sobresalientes sobre Gramsci, combina magistralmente biografía y exégesis intelectual y política en esta obra, una admirable pesquisa sobre lo que Gramsci pudo pensar, pudo escribir, pudo escrutar.»

14 março 2020

O civismo tem de ser para todos !

Um frasco de álcool
por 5 E é roubar
não na estrada mas
dentro de casa !


Nenhuma tolerância com os quiserem 
fazer fortuna à custa da desgraça.

Porque hoje é sábado ( )

Francisca  Valenzuela

A sugestão musical deste sábado vai para a
cantora chilena Francisca Valenzuela


Zero em geografia

Trump suspendeu todos
os voos da Europa para os
 EUA, com excepção dos
procedentes do Reino Unido.
 Alguém explique ao sujeito
 que o Reino Unido saiu da UE
mas continua na Europa

e tem coronavírus.

Trump: « esta coisa do vírus é uma farsa
montada pelos media de notícias e pelos
perdedores dos democratas precisamente
para me prejudicar!»


Médico : «a sala na ala psiquiátrica
é para es
te tipo ?»

«e este vírus estrangeiro é pago para isso !»




12 março 2020

Diz-me como escreves, dir-te-ei do que gostas

Sanders «não representa
 nada», disse ele
Este autor (em artigo no "Público") diz «goste-se ou não». Mas era mais sério e intelectualmente mais digno que nos dissesse que ele próprio gosta muito de Biden. O que não faz sentido nenhum é que venha dizer que um candidato (Sanders) que já teve alguns milhões de votos em primárias, que já elegeu 710 delegados (apenas menos 154 que Biden) e que mobiliza a maior parte do eleitorado democrata latino e jovem «não representa nada na América». Mais um bocadinho e o sr. Moreira de Sá , regressando à terrível linguagem dos anos 50 nos EUA, estava a dizer-nos que os eleitores de Sanders são «unamericans».



Horas depois da decisão do CN de Saúde Pública


Novas universidades
encerradas mas isto não
 pode ser à vontade do freguês




Cada um de nós pode ter a sua opinião
 sobre o fecho de escolas.
Mas ou se segue a orientação das
 autoridades de saúde público ou
então entramos no sem rei nem roque.

Notícias da 1ª potência mundial

Viagem à América
 menos falada

Mais de 3000 dólares por um teste
«O plano de combate ao novo coronavírus - a doença chama-se covid-19 - nos Estados Unidos baseia-se na identificação de casos, tratamento dos infectados e em estratégias para minimizar a sua propagação, incluindo encorajar pessoas afectadas a ficar em casa. Mas será especialmente difícil de aplicar num país onde muitos não têm seguros de saúde ou têm apenas seguros desadequados, onde uma grande parte dos trabalhadores não têm baixas pagas caso adoeçam, e onde uma parte da força de trabalho é assegurada por pessoas em situação irregular ou mesmo ilegal.
Mais de 33 milhões de trabalhadores norte-americanos (num total de cerca de 157 milhões) não têm baixas pagas. E muitos deles (86% da força de trabalho norte-americana) estão precisamente em empregos em restaurantes, limpezas domésticas, transportes, em caixas registadoras ou noutras funções em lojas – ou seja, empregos com contacto com o público. “Muitas pessoas simplesmente não podem não ir trabalhar”, disse ao Wall Street Journal o professor de políticas públicas e economia da Universidade da Virgínia, Christopher Ruhm.

A Administração Trump está a considerar usar verbas de um programa nacional para desastres para pagar a hospitais e médicos os cuidados de saúde de quem não tem seguro de saúde – mais de 27 milhões de pessoas (10% da população). O problema com os seguros não é só a grande fatia de população sem seguro, mas também aquela que tem seguros com coberturas mínimas (45% da população, segundo a CNN).

Algumas das pessoas com factores de risco ou idosas que ficam doentes precisam de cuidados intensivos. O Wall Street Journal lembra que de acordo com um estudo de 2005, o custo de apenas um dia numa unidade de cuidados intensivos com ventilador custa mais de 11 mil dólares (cerca de 9700 euros).

O diário Miami Herald conta a história de Osmel Martinez Azcue, que no mês passado voltou da China com sintomas de gripe. Seguindo o aconselhamento, foi a um hospital, onde o puseram numa sala, o fumigaram com desinfectante, e disseram que precisariam de confirmar se se tratava do novo coronavírus com uma TAC (Tomografia Axial Computorizada). Imaginando o custo da TAC, Azcue pediu para ser testado primeiro ao vírus da gripe, e se se confirmasse, poderia ter alta. Foi o que aconteceu. Duas semanas depois, Azcue recebeu a conta da seguradora: 3270 dólares (cerca de 2900 euros).» (no «Público» de hoje)