29 fevereiro 2020

Façam-me um favor

Tirem-me dessa
inventada "unanimidade"


No dia em que é noticiado que, a propósito de Adriano Moreira ( o ministro que reabriu o Tarrafal), o Presidente da República falou de «unanimidade no respeito», talvez haja três leitores interessados nas palavras que este vosso escriba disse hoje junto ao Mausoléu aos Mortos no Tarrafal, no Cemitério do Alto de S. João.

Soprando o pânico

Sensacionalismo 
e irresponsabilidade
do «Expresso»
Há explicações técnicas sobre modelos matemáticos (hipotéticos)  que não se podem dar a certos jornais que não distinguem «cenários» de «previsões» e são gulosos por manchetes deste género.

28 fevereiro 2020

Sai mais um para a mesa do canto

Sobre o mistério da
 criação de cogumelos,
perdão, de partidos
 


Este post vem atrasado anos e anos porque precisamente há muitos anos que ando a cismar com a extraordinária facilidade com que se criam e legalizam novos partidos em Portugal. E o «Público» noticia hoje que o Tribunal Constitucional está à beira de legalizar como partido uma coisa chamada «Volt Portugal» (não, não tem que ver com ciclismo) com base em 8987 assinaturas. Eu quase que jurava ser do tempo em que para cada assinatura era preciso obter nas Juntas de Freguesia uma certidão de eleitor, o que, como se pode calcular, representava uma senhora trabalheira. Mas, de facto, desde 2003, a lei apenas dispõe  que «O requerimento de inscrição de um partido político é feito por escrito, (...)  e inclui, em relação a todos os signatários, o nome completo, o número do bilhete de identidade e o número do cartão de eleitor.» Como agora não há cartão de eleitor, não sei se o TC se contenta apenas com o cartão de cidadão. O que parece sim é que tudo isto agora se aproxima muito de um vulgar abaixo-assinado num papelucho que é passível de vastas invenções e falcatruas. E se, como suspeito,a fiscalização do TC é feita pelo sistema de amostra, então creio que basta os promotores apresentarem à cautela um número de assinaturas bem superior  as exigidas 7500 para assim escaparem ao crivo. Salvo melhor opinião, algo não está bem nesta história.

27 fevereiro 2020

O tempo passa


Obrigado aos leitores, desculpem
 qualquer coisinha.

E para assinalar este aniversário talvez esta canção (Bridge over trouble water/ Ponte sobre águas agitadas) de Paul Simon e Art Garfunkel (que Nuno Pacheco lembra hoje no «Público»)

A lição que importa tirar


Não há leitor que não conheça de cor  esta história de salteadores e esta saga de assalto aos dinheiros públicos.  É claro que dói este roubo de recursos nacionais que tanta falta têm feito para responder a problemas reais e prementes dos portugueses. Mas, para além disso, a mim dói-me ainda mais que tantos portugueses com isto indignados não sejam capazes de perceber que esta tragédia financeira não caiu do céu aos trambolhões e é antes uma imagem de marca do capitalismo português e das políticas que dele foram e são cúmplices ou serventuárias.


26 fevereiro 2020

Ele também teve um sonho

Não se estraga
um sonho tão lindo !

«No Parlamento, e perante um chumbo pré-anunciado, Vitalino Canas defendeu-se das críticas ou dúvidas sobre a sua isenção: “Andei 40 anos a preparar-me para ser juiz do Tribunal Constitucional”» (Expresso online)

Pequeno pormenor: 40 anos remete-nos para 1980 mas o Tribunal Constitucional só foi criado em 1982. É uma lúcida antecipação que os sonhos lindos explicam.

Uma generosa eternidade

Quando (e se) acontecer,
é favor mandarem-me um
 postal para o céu

(Expresso online)

Parece-me justo uma vez que o governo também conccdeu aos contribuintes de IRS o prazo até 2040 para pagarem o que devem.

25 fevereiro 2020

Eurobarómetro 92

Não sei bem porquê
mas a confiança na União
Europeia já teve melhores dias
a vermelho = não confiança na UE
a azul = confiança na UE
(gráfico incompleto por razões de largura)
 - 59% dos inquiridos portugueses dizem ter confiança na UE e 33% dizem não ter;
-na média da UE a 28 (rectângulo verde) são 43% que têm confiança   e 47% que não têm;
- note-se que na Rep. Checa, Espanha, Itália, Grécia, França e Reino Unido a não confiança é superior à confiança.
 pergunta sobre se a sua voz conta na UE
(azul de acordo ;vermelho desacordo)

imagem da UE 
vermelho = negativa; amarela=neutro;
azul = positiva)

24 fevereiro 2020

Primárias nos EUA

Três razões porque os
latinos estão a escolher Sanders

Entre os votantes hispânicos, apoio à subida do
salário mínimo para 15 $/hora

 Apoio a leis mais restritivas sobre o porte de armas
7 em 10 votantes latinos dizem que o governo deve ser
responsável por assegurar uma cobertura de saúde

(clicar para ver melhor)

ler aqui

23 fevereiro 2020

Vasco Pulido Valente

Um certo tipo de perda

Nas seis páginas que o «Público» ontem compreensivelmente dedicou ao falecimento (que se lamenta) de Vasco Pulido Valente, uma era composta por citações do seu «diário» naquele jornal. E das 13 citações, três eram piadas ácidas a Saramago, a Jerónimo de Sousa e ao PCP. Tudo certo : como o arquivo deste blogue demonstra, perdi um «adversário político de estimação»-

22 fevereiro 2020

Porque hoje é sábado ( )

Mark Fox

A sugestão musical deste sábado vai
para o saxofonista norte-americano Mark Fox

20 fevereiro 2020

Eu sei que não é o assunto do dia

A longa vida de uma
 história da carochinha

No «Público» de hoje, na entrevista a Isabel Camarinha, há uma pergunta-afirmação assim :


Deixando de lado a propensão radical dos entrevistadores para o «deitar abaixo o governo» e pedindo desculpa pela velhice deste assunto, só cabe lembrar que o PCP votou a sua proposta, votou a proposta do Bloco e até teria votado a proposta do PSD se ela não tivesse sido retirada. 
Queiram oa estimados perguntadores explicar o que mais podia o PCP ter feito.

P.S: Isabel Camarinha não respondeu directamente a esta afirmação dos jornalistas. E, quanto a mim, fez bem. Aliás, em minha opinião, em entrevistas que dê na qualidade de secretária-geral da CGTP não deve responder a perguntas que pedem uma resposta de militante do PCP.

18 fevereiro 2020

Leva para contar

Bolsonaro visto
pelos cartoonistas
da Folha de S.Paulo




Assim também eu

Como é fácil comprar
 mais uma estação
de televisão

17 fevereiro 2020

16 fevereiro 2020

Carlos Paredes, uma saudade imensa

No dia em que faria
95 anos, a música de fundo
 da nossa resistência


14 fevereiro 2020

É pena mas pode acontecer

Radiografia de uma
das  dificuldades em 
derrotar Trump


Sondagem do PEW Research Center:
. liberais nos EUA quer dizer «de esquerda»;
- 47% dos eleitores democratas consideram-se de esquerda ou muito de esquerda;
- 38% consideram-se moderados;
- 14% consideram-se conservadores ou muito conservadores.
-  os de esquerda ou muito de esquerda passaram de 27% em 2000 para 47% agora.

Creio que uma das maiores dificuldades para derrotar Trump pode vir de, se no fim das primárias for vencedor Sanders, uma parte dos que apoiam por exemplo Biden não irem votar; ou de uma parte dos que apoiam Sanders não irem votar se for Biden o escolhido. Algo parecido pode já ter acontecido nas eleições de 2016  em que uma parte dos eleitores de Sanders não podia ver Hilary Clinton nem com molho de tomate.

13 fevereiro 2020

11 fevereiro 2020

Palavras equívocas

Cuidado com os títulos !

(clicar para aumentar)
No passado domingo era esta a  chamada  de 1ª página e o destaque interior do «Público» para a segunda parte de um (interessante) trabalho sobre a fuga do país de obras de arte durante o PREC.
Para quem só tenha lido a chamada e o destaque, importa esclarecer:
1. O PREC nunca foi a leilão em Genebra.
2. O PREC nunca organizou nenhum leilão em Genebra.
3. Em 27 de Abril de 1976 - data em que ocorreu o leilão em Genebra - já não havia PREC nenhum em Portugal.
4. Não se deve confundir «durante o PREC» com «por causa do PREC».
5. A imensa perda de património artístico ocorrida naquele período ficou a dever-se exclusivamente ao ódio das classes dominantes antes do 25 de Abril ao processo da revolução democrática portuguesa.

Já não sabem o que hão-de inventar

Quando o destaque é
pretexto para mais destaque

mais aqui

09 fevereiro 2020

Os compinchas de Trump

Uns rapazes
muito jeitosos

«Um eleito de Montana diz que 
é legal matar socialistas»
«O representante republicano Rodney
Garcia recusou demitir-se depois de ter
afirmado que a Constituiçâo autorizava
 a execuçâo de socialistas»


LER AQUI

08 fevereiro 2020

Não é miopia, é cegueira direitista

Assis a precisar 
de mudar de óculos

« (...) Do Governo e dos seus partidários ouviram-se declarações de uma ridícula pomposidade; de quase todos os demais partidos políticos surgiram sinais de um cinismo desenfreado. O PCP levou esse cinismo tão longe que acabou por se enredar em atitudes e em declarações patéticas. (...)» (Francisco Assis no «Público» de hoje).

O título deste post justifica-se por duas razões:

- a primeira é que F. Assis viu o que ninguém mais viu nas televisões: cenas patéticas do PCP.
- a segunda é que F. Assis não viu o que toda a gente viu nas televisões: a cena patética de Duarte Pacheco a anunciar o voto do PSD na proposta do PCP e, a seguir, a abster-se.

07 fevereiro 2020

Ainda o IVA da electricidade



"(...) o PCP aliou-se ao PS,
 garantiu a derrota do BE
que, acho eu, era o seu
principal  objectivo (...)"

-Daniel Oliveira no «Eixo do Mal»
de ontem na SIC 
(aos 6.10 AQUI)

Lido isto, convém que toda a gente
 saiba que, além da sua,


06 fevereiro 2020

Foram eles que afundaram o Titanic



Reparemos bem : o PCP apresentou uma proposta de baixa do IVA da electricidade para os 6% e votou-a favoravelmente; o PSD não a votou a favor dela e retirou a sua própria proposta; mas depois, nas ilustradas meninges da jornalista, quem enterrou a baixa do IVA na electricidade foi ... o PCP !
Só há uma explicação para uma conclusão tão enviesada, ilógica e preconceituosa : a de que os comunistas têm sempre as culpas de tudo. 

ADENDA EM 7.2
Em artigo hoje no «Público», o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, na ânsia de demonstrar que o PCP «considerou que era melhor deixar tudo como está do que descer o IVA da luz no próximo Outono» (esquecido que o PCP votou a faor também da proposta do BE) vem invocar precisamente a frase acima de São José Almeida. Ao que isto chegou, ou seja, não é todos os dias que vemos um líder parlamentar a invocar como argumento de autoridade o capcioso artigo de uma jornalista.


Um apelo à racionalidade


A respeito do debate orçamental não faltam vozes estimáveis e respeitáveis a falarem de falta de rumo dos partidos em geral, de espectáculo deprimente, de leilão de propostas, de excessivas variantes de sentido de voto, tudo num contexto de apreciações epidérmicas e emocionais.
Mas só não dizem como é que, em concreto, as coisas se deviam ter passado (*) e, em concreto, quem é que, diferentemente do que aconteceu, devia ter votado o quê e como.
Pode-se compreender e respeitar este tipo de desabafos mas com eles também não se encontra nenhuma linha de rumo nem nenhuma definição das verdadeiras responsabilidades.

(*) É sempre útil lembrar que nos acordos escritos celebrados à esquerda na anterior legislatura, não havia nenhuma obrigação de votar favoravelmente os Orçamentos de Estado.

05 fevereiro 2020

Discurso do Estado da União

Quando um gesto 
vale mil comentários


"O Estado da União foi um show de variedades
 visivelmente degenerado.
O discurso foi uma piada que Trump
 debitou no Congresso"




No final do discurso ( «eleiçoeiro» logo sem ponta de dignidade institucional) de Trump, Nancy Pelosi, a democrata presidente da Câmara dos Representantes, rasga uma cópia do texto. No início da sessão, ela tinha estendido a mão a Trump para o cumprimentar mas ele recusou o aperto de mão. Um convidado de Pelosi,  Fred Guttenberg, cuja filha foi morta no massacre de Parkland, foi expulso da sala por ter protestado de viva voz contra o apoio dado por Trump no seu discurso à 2ª Emenda ( que garante o direito ao uso de armas). 


- Coronavirus ?
- Não. Preparando-me para o
 discurso de Trump sobre
 o Estado da União.