06 janeiro 2019

No «Público» de hoje

Mais 10 páginas para
esfregar 
na tromba de
Mário Machado
e de mais alguns



«(...) O relato impressionante fala dos espancamentos violentos a que o detido foi sujeito (a murro, pontapé, com um “chicote de tiras de cabedal entrançado”), dos dias de estátua, das ameaças constantes (que só tinha três hipóteses: “falar, morrer ou enlouquecer”, que lhe davam “um tiro na cabeça”, que o enforcavam) e do longuíssimo período de tortura do sono a que foi sujeito. “José Pedro Soares sofreu um total de 820 horas de interrogatórios, [...] 21 dias e noites sem poder dormir. Permaneceu isolado desde 1 de Julho a 17 de Setembro”, lia-se aos microfones da rádio. Foram mais, segundo ele. “Estive 33 dias e 33 noites sem dormir. Uma coisa brutal. Estive com os meus camaradas aqui e não conheço ninguém que tivesse tanto tempo de tortura de sono como eu tive. Uma vez estive numa sala de interrogatório do dia 6 de Agosto ao dia 27 – 21 dias numa sala de interrogatórios. Só dormi uma noite, em Caxias. Acompanhado por médico, por enfermeiros. Quando acordei, estava todo inchado”, conta ao P2, no pátio do recreio do Forte de Peniche, entre os blocos A e B. As marcas físicas, sobretudo nas pernas, ainda subsistem.(...)»

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