desonestidade congénita
Em artigo hoje no Público, Paulo Rangel arrota um desmedido elogio ao discurso do seu companheiro de partido Cavaco Silva e alinhava pressupostos que parecem directamente inspirados pelo artº 37º que ironicamente eu inventei para uma Constituição do Cavaquistal.
Para não ter de voltar a todos os truques, entorses e sofismas que esta gentinha anda a debitar, limito-me a dois exemplos:
1. A dado passo, Paulo Rangel (não posso abreviar para P.R. por causa do que se sabe) acusa o BE de «reivindicar, à semelhança do PCP, uma saída imediata da NATO» Ora já aqui demonstrei que do Programa Eleitoral do PCP consta efectivamente a defesa da «dissolução da NATO» mas não está lá nenhum reclamação de saída unilateral de Portugal daquela injustificável organização.
2. Depois, quase no fim, Paulo Rangel debita esta extraordinária pérola: «Enquanto o PCP conversa com o PS, os seus três deputados europeus convidaram todos os restantes (portugueses incluídos) a assinar uma proposta de emenda ao orçamento europeu para se constituir uma linha financeira de apoio a uma saída negociada do euro. Em Lisboa, o PCP aceita ficar no euro mas em Bruxelas tudo faz para Portugal saia da zona euro. Não adianta desafiar Paulo Rangel a explicar o que é que uma parte atrás sublinhada tem que ver com a outra ou como é que a criação daquela linha financeira (de eventuais, indistintos e abstractos beneficiários) tem que ver com a saída de Portugal do euro. Como, de igual modo, não adianta perguntar a Rangel se ele não leu a confissão de Schäuble de que 18 ministros do Eurogrupo tinham defendido o Grexit.
Francamente, caros leitores, depois
do que todos temos gramado,
começo a desconfiar de que a
única maneira de discutir
com este pessoal ressabiado
é com argumentos ad absurdum.
E, por isso, aqui fica
esta inocente pergunta :
do que todos temos gramado,
começo a desconfiar de que a
única maneira de discutir
com este pessoal ressabiado
é com argumentos ad absurdum.
E, por isso, aqui fica
esta inocente pergunta :
Absurda questão mas pertinente.
ResponderEliminarPaulo Rangel aparecia e parecia uma pessoa comedida, por mais distantes que fossem as suas ideias das minhas. Mas, de repente, transfigurou-se e já não é mais do que um caceteiro intelectual, sem qualquer capacidade inteligente de argumentação - mesmo considerando a sua opção filosófica, logo partidária, esgrimindo ódios ancestrais radicados nos longos anos de sombra fascista (mas não só!) e na sua opção de classe próxima d dos meninos da Foz do Douro. Não me dá pena alguma, até fico contente, pois a queda de mascaras é sempre coisa boa - mostra o que de mais sincero cada um tem! E Paulo Rangel vomita ódio ao Comunismo, vomita mesmo ódio aos que, não sendo comunistas, partilham pontos de vista similares em muitos campos.
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