27 outubro 2015

Paulo Rangel ou...

... um caso perdido de
desonestidade congénita


Em artigo hoje no Público, Paulo Rangel arrota um desmedido elogio ao discurso do seu companheiro de partido Cavaco Silva e alinhava pressupostos que parecem directamente inspirados pelo artº 37º que ironicamente eu inventei para uma Constituição do Cavaquistal.

Para não ter de voltar a todos os truques, entorses e sofismas que esta gentinha anda a debitar, limito-me a dois exemplos:

1. A dado passo, Paulo Rangel (não posso abreviar para P.R. por causa do que se sabe) acusa o BE de «reivindicar, à semelhança do PCP, uma saída imediata da NATO» Ora já aqui demonstrei que do Programa Eleitoral do PCP consta efectivamente a defesa da «dissolução da NATO» mas não está lá nenhum reclamação de saída unilateral de Portugal daquela injustificável organização.

2. Depois, quase no fim, Paulo Rangel debita esta extraordinária pérola: «Enquanto o PCP conversa com o PS, os seus três deputados europeus convidaram todos os restantes (portugueses incluídos)  a assinar uma proposta  de emenda  ao orçamento europeu para se constituir uma linha financeira de apoio a uma saída negociada do euro. Em Lisboa, o PCP aceita ficar no euro mas em Bruxelas tudo faz para Portugal saia da zona euro. Não adianta desafiar Paulo Rangel a explicar o que é que uma parte atrás sublinhada tem que ver com a outra ou como é que  a criação daquela linha financeira (de eventuais, indistintos e abstractos beneficiários) tem que ver com a saída de Portugal do euro. Como, de igual modo, não adianta perguntar a Rangel se ele não leu a confissão de Schäuble de que 18 ministros do Eurogrupo tinham defendido o Grexit.


Francamente, caros leitores, depois
 do que todos temos gramado,
começo a desconfiar de que a
única maneira de discutir
com este pessoal ressabiado
é com argumentos ad absurdum.
 E, por isso, aqui fica
esta inocente pergunta :




2 comentários:

  1. Absurda questão mas pertinente.

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  2. Paulo Rangel aparecia e parecia uma pessoa comedida, por mais distantes que fossem as suas ideias das minhas. Mas, de repente, transfigurou-se e já não é mais do que um caceteiro intelectual, sem qualquer capacidade inteligente de argumentação - mesmo considerando a sua opção filosófica, logo partidária, esgrimindo ódios ancestrais radicados nos longos anos de sombra fascista (mas não só!) e na sua opção de classe próxima d dos meninos da Foz do Douro. Não me dá pena alguma, até fico contente, pois a queda de mascaras é sempre coisa boa - mostra o que de mais sincero cada um tem! E Paulo Rangel vomita ódio ao Comunismo, vomita mesmo ódio aos que, não sendo comunistas, partilham pontos de vista similares em muitos campos.

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