mas saborosa vitória
Prezados leitores, aqui venho humildemente confessar uma minha grande mas feliz estupefacção: é que, a propósito das «primárias»do PS, vejo agora 90% dos órgãos de informação, jornalistas e comentadores que escrevem sobre o tema a reconhecerem que a figura do «candidato a primeiro-ministro» não existe e, há dias, até um editorial do Público acrescentava a esta fórmula a frase «como o PS gosta de dizer».
O facto é, em si mesmo positivo, mas há algo que é preciso lembrar: é que, durante 20 ou 30 anos a fórmula do «candidato a primeiro-ministro» foi pacificamente aceite e usada por 90% dos media, jornalistas e comentadores durante numerosas campanhas eleitorais para a A.R. (até há esplendorosas capas de revista a consagrá-la) e só o PCP e os comunistas persistente e sistemáticamente denunciavam essa venenosa e nada inocente invenção.
Embora tivesse tardado em chegar, trata-se de uma pequena mas saborosa vitória que, contra as minhas próprias e antigas expectativas, me devolve a esperança de, ainda na minha vida, renegarem e se demarcarem também da antiquíssima milonga sobre «o líder da oposição».
Ainda é muito cedo para cantar essa pequenina vitória. Deixa aproximar as eleições, senão mesmo bastante antes, e aposto singelo contra dobrado que volta tudo ao mesmo.
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