11 setembro 2014

Mistérios da vida política

Uma pequena
mas saborosa vitória



Prezados leitores, aqui venho humildemente confessar uma minha grande mas feliz estupefacção: é que, a propósito das «primárias»do PS, vejo agora 90% dos órgãos de informação, jornalistas e comentadores  que escrevem sobre o tema a reconhecerem que a figura do «candidato a primeiro-ministro» não existe  e, há dias, até um editorial do Público acrescentava a esta fórmula a frase «como o PS gosta de dizer».

O facto é, em si mesmo positivo, mas há algo que é preciso lembrar: é que, durante 20 ou 30 anos a fórmula do «candidato a  primeiro-ministro» foi pacificamente aceite e usada por 90% dos media, jornalistas e comentadores durante  numerosas campanhas eleitorais para a A.R.  (até há esplendorosas capas de revista  a consagrá-la) e só o PCP e os comunistas persistente e sistemáticamente denunciavam essa venenosa  e nada inocente invenção.

Embora tivesse tardado em chegar, trata-se de uma pequena mas saborosa vitória que, contra as minhas próprias e antigas expectativas, me devolve a esperança de, ainda na minha vida, renegarem e se demarcarem  também da antiquíssima milonga sobre «o líder da oposição».

1 comentário:

  1. Ainda é muito cedo para cantar essa pequenina vitória. Deixa aproximar as eleições, senão mesmo bastante antes, e aposto singelo contra dobrado que volta tudo ao mesmo.

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