31 julho 2014

Vinheta no «El País»

Eu não sou desconfiado mas, apesar
do tamanho da cratera, convém ter
em conta a opinião de El Roto




Vergonha na cara, precisa-se !

Há quantas décadas eu já ouvi isto
sem que ligassem grande coisa ?



Ainda há dias, em artigo no Público a propósito do BES,  o tótó neoliberal do João Carlos Espada gozava com a referência do PCP muito anterior ao 25 de Abril às «grandes famílias» que dominavam Portugal e agora apanho com o Passos Coelho a dizer isto. Se eu fosse ingénuo, limitar-me-ia a anotar que esta gente demora a aprender. Como já não tenho idade para o ser, assinalo que o papel aguenta tudo desde que a prática e a orientação políticas continuem a ser as mesmas.

30 julho 2014

Não sou irresponsável e ...

... sei da gravidade e eventuais estilhaços
da coisa
mas, como não influencio os mercados, talvez possa arriscar que esta imagem amanhã poderia estar na capa de algum jornal


Coisa pouca, pois então!

"Uma notícia pouco
divulgada",
diz Marianne




aqui 

(aqui comunicado do PCP a que
a imprensa não ligou nenhuma)

Em cada dia

Um cartaz por
Gaza em L'Humanité




ver aqui e aqui



29 julho 2014

No «El País»

Uma página inteira sobre
o BES com uma parte que
eu não conhecia



 
na íntegra aqui

Javier Marias em «El País»

Sábias palavras


(...)« El problema no es que el mundo cambie a cada vez mayor velocidad, sino que todo lo habido sea inmediatamente relegado al absoluto olvido. Hay una fecha de caducidad cada vez más corta para cuanto sabemos y hacemos. Lo que hoy es “tendencia” será probablemente ignorado dentro de cinco, diez años con suerte. La acumulación se ha barrido, y la conservación no digamos. Eso me lleva a recordar una frase de Gabriel Marcel que le oí o leí a mi padre: “S’il n’y avait que les vivants, la terre serait inhabitable”, o “Si no hubiera más que los vivos, la tierra sería inhabitable”. No sé el contexto, pero no me hace falta para entenderla. Y sin embargo es a eso a lo que vamos y se procura ir: a que no quede rastro de lo que una vez sucedió o se supo, ni de los muertos, del confortable pasado que nos alivia a veces y nos ayuda a sostenernos, y nos enseña que hubo tiempos, si no mejores por fuerza, sí distintos de los nuestros, y que podrían volver por tanto. Acaso tiempos más inteligentes o más libres, más cuerdos o menos mediocres. Hoy parece que la intención sea borrar cuanto nos precede, a velocidad de vértigo. Que en la tierra no vivan más que los vivos, y sólo si son muy recientes.»

a ler na íntegra aqui

28 julho 2014

E dura, dura, dura !

O regresso de uma velha
milonga e de um estafado sofisma

No Público de ontem, uma peça de duas páginas da autoria da jornalista São José e Almeida (em que não entrou nenhuma voz de esquerda crítica das concepções em causa) recapitulava vinte anos de projectos e ideias para a modificação do sistema eleitoral para a AR sempre alegadamente «iluminados» pelo objectivo de conseguir a famosa «aproximação entre eleitores e eleitos».

É uma matéria sobre a qual escrevi muito ao longo do tempo e, perdidos no meio da papelada, até tenho para aí não apenas os estudos que foram divulgados então pelo ministro António Costa como até um bloco quadriculado em A4 onde estarão os tópicos da intervenção que fiz numa reunião de delegações do PCP (esta dirigida por Luis Sá) com uma delegação do PS que integrava António Vitorino e António Costa precisamente sobre as propostas de alteração da lei eleitoral então adiantadas pelo PS.

Mas, verdade seja dita,  agora não tenciono recuperar todos esses cartuchos antigos contra certas ideias e concepções, ficando isso para a altura em que porventura esta batalha for travada a sério.

Prefiro antes deixar apenas duas estocadas, uma sobre um dislate e a superficialidade e outra contra a milonga da «aproximação entre eleitos e eleitores»:

- a primeira incide sobre uma passagem do editorial do Público de ontem que, a dado passo, sentenciava  que «também os famosos círculos uninominais têm a vantagem de «afastar» o «aparelho» do partido  do processo de escolha dos candidatos, permitindo que o eleitor escolha o «seu deputado», possibilitando premiar os melhores e responsabilizar os piores»; ora, quem escreve isto não percebe nada de nada, designadamente que os círculos uninominais até reforçam o poder dos «aparelhos locais» (muito embora seja sempre bom lembrar que só as direcções nacionais dos partidos têm o poder de apresentar candidaturas nos tribunais); também não percebe que num círculo uninominal só haverá uma candidato de cada partido e que, neste quadro, a aventada ideia de «premiar os melhores e responsabilizar os piores» reconduz as eleições a um concurso de personalidades em que os projectos políticos programáticos de natureza partidária seriam zero;

- a segunda estocada visa salientar que o grande método apresentado com fulcral para a dita «aproximação entre eleitos e eleitores» é sempre a defesa da criação de círculos uninominais em que, como o nome indica, apenas se elege um candidato [e não cuido nesta ocasião da distinção entre circulos uninominais ditos de «candidatura e de eleição]; e sobre isto só quero voltar a repetir para os distraídos e para os politicamente desonestos que eles não aproximam ninguém de ninguém antes distanciam muita gente de alguém. É que num círculo uninominal é eleito (ou seleccionado )apenas  o candidato mais votado, este até pode sê-lo com 32% dos votos, o que significa que 68% votarão noutros candidatos e sentirão que os seus votos não servirão para nada. E aqui, volto ao meu exemplo pessoal de sempre:  numa circunscrição eleitoral uninominal que fosse criada na terra onde vivo, o candidato da CDU não teria nenhumas possibilidades razoáveis de vencer [*] e, vencendo um candidato do PSD ou do PS, o que eu quero em relação a eles é distância e não proximidade.

[*] Aproveito para lembrar um dado relevante que a peça do Público não refere: os estudos divulgados por António Costa há cerca de 20 anos incluiam simulações sobre os resultados prováveis nos cerca de 90 círculos uninominais que eram propostos e que davam este elucidativo saldo: em época de «onda rosa», o PS ganharia 90% dos círculos uninominais e, em época de «onda laranja», o PSD abarbataria ele 90% desses círculos, sendo escusado dizer que, em qualquer das variantes,  CDU e CDS nem em um venceriam.

A não perder

"Se a Itália bombardear a
Córsega, há um conflito
Itália-Córsega ?"


Um livro estrangeiro por semana ( )

Por la religión y la patria


Editorial Crítica, 21,90 E

índice e 1º capítulo aqui
peça em Publico.es

27 julho 2014

Para o seu domingo, uma

.... homenagem de
Eric Clapton a JJ Cale


O PCP e o BES ou...

... quando o jornalismo
de treta entra em cena





As palavras estão baratas !

Juntando isto com a abertura
ao «outro PSD», teríamos
verdadeiramente o «tudo ao molho e 

fé em Deus» ou uma extraordinária
«união nacional»



 

Ora, em resposta, num sinal de maleabilidade,
faço minhas parte das palavras
de António Costa e escrevo: 


Indo ao fundo das questões

Os pontos nos is

 (...)
(...)

aqui, na íntegra, a declaração
de Agostinho Lopes

26 julho 2014

Cistermúsica 2014

Ravel, Teleman e Mussorgski
em S. Martinho do Porto


No âmbito do Cistermúsica 2014 (que termina amanhã), promovido pela Câmara de Alcobaça, realizou-se esta noite no belíssimo cenário da Igreja Matriz de S. Martinho do Porto, um excelente e tocante concerto para piano e trombone respectivamente com Gabriel Antão e Pedro Costa. Mais um pretexto para aqui louvar quantos, pelo país fora, organizam estes eventos culturais e quantos criam arte e beleza fora dos holofotes das grandes metrópoles. Bem hajam.

Porque hoje é sábado (496)

Cyril Mokaiesh



A sugestão musical deste sábado incide
sobre o cantor francês Cyril Mokaiesh cujo último álbum se intitula
L'Amour qui s' Invente





Já saiu

Eurobarómetro 81
(Primavera de 2014)


confiança dos inquiridos portugueses



na íntegra aqui

25 julho 2014

Conselho de amigo contra a corrente

Vá lá, não carreguem tanto
nas manchetes não vá o homem
pôr a boca no trombone



23 anos depois ainda ...

 .. as larguíssimas
costas da União Soviética




Referindo-se a uma acção policial em Portugal contra uma organização criminal, o Público de ontem refere (sublinhados meus) que «Obedeceriam aos tradicionais valores do crime organizado da antiga União Soviética. Funcionariam dentro de uma estrutura hierarquizada. Teriam nas suas fileiras “ladrões em lei”, pessoas com grande experiência criminal, “coroadas” através de rituais precisos, sujeitos a um apertado código de conduta.» E, para explicar manhosamente estas referências, alude depois a que«Os “ladrões em lei” surgiram no tempo de Estaline para dominar o crime dentro dos campos de trabalho forçado. A sua lógica subsiste até hoje nas redes de crime organizado de diversos antigos estados soviéticos.»

Sobre isto, o que apenas tenho a dizer é que é preciso muita ignorância histórica ou má-fé para não saber que na União Soviética o crime organizado tinha uma expressão muito limitada e era objecto de firme repressão (incluindo  a pena de morte) e para ignorar que foi com a desagregação da URSS que se verificou o nascimento de poderosas e tentaculares máfias num fenómeno indissociável do processo de selvagem roubo de bens e riquezas públicas que deram origem aos oligarcas hoje tão criticados como protegidos nos tempos de Ieltsin pelo Ocidente.

Deixem pois a União Soviética em paz e procurem sim as raizes do cancro do crime organizado na Rússia de hoje e das suas extensões internacionais naquilo que festejaram e aplaudiram.

Ingenuamente pergunto: porque será ?

Como eles gostam de gastar
oito caracteres («esquerda»)

quando podiam gastar só dois («PS»)

Por quatro ou cinco vezes, já aqui dei exemplos nacionais e estrangeiros do velhíssimo truque do uso da palavra «esquerda» quando os respectivos autores sabem perfeitamente é que é ou do PS português ou de outros partidos socialistas ou social-democratas da Europa que estão a falar.  Agora voltou a acontecer na crónica de ontem de João Miguel Tavares no Público sobre o «caso BES». Nestes termos:
Para não me repetir ipsis verbis, terei então de dizer que como ninguém contestará que os comunistas e o PCP são de esquerda, na preclara visão de João Miguel Tavares também eles andaram sentados na mesa dos Espírito Santo durante 40 anos. Ora, se fosse verdade, e como não perderam o paladar, creio que os comunistas  nos lembraríamos disso por causa do salgado dos pratos.

O trompetista libanês Ibrahim Maalouf

Olha, como não me apetece
comentar Ana Drago, Daniel
Oliveira ou Francisco Assis,
sai música





23 julho 2014

Trabalho dos reformados

Um recuo que é curto, muito curto

DN de ontem

Sim, esta lei é um gritante absurdo e uma coisa de dementes mas quero aqui dizer o que poucos têm dito: ou seja, que o que é necessário revogar não é apenas esta estúpida disposição que faria os reformados perderem a pensão por actividades não remuneradas mas também o regime anteriormente em vigor  que obrigava os reformados do regime da segurança social  a optar ou pela pensão ou pela retribuição que recebessem por serviços que prestassem a qualquer entidade pública.

Pelas razões ( e com a denúncia das concepções que estão subjacentes  a estas medidas) que expus aqui em  14.12. 2012:
(...)





Em Espanha

Cecile McLorin Salvant e Paul Anka
no espectáculo de Omara Portuondo e

do Buena Vista Social Clube



Um livro estrangeiro por semana ( )

 El mito de la cruzada de Franco



 (Edição da Random House Mondadori,
colecção DeBolsillo, paperback 14,90 E.)

Apresentação do editor: « Un clásico sobre la guerra civil, revisado y prologado por Paul Preston. Herbert R. Southworth hizo en esta obra una recopilación exhaustiva de toda la bibliografía que existía sobre la guerra civil española, tarea a la que dedicó más de veinte años. Citando autores de izquierda silenciados, a historiógrafos extranjeros y s acando a la luz la manipulación llevada a cabo por los autores pro franquistas, esta obra desmitifica la cruzada franquista y revisa los argumentos de quienes fueron afines al régimen. Publicada por el mítico Ruedo Ibérico en Francia, en 1963, y en España más de veinte años después, este clásico sigue sin perder vigor ni rigor.»

Para saber mais sobre a extraordinária vida e labor intelectual do norte-americano Herbert R. Southworth ver aqui.