25 julho 2014

23 anos depois ainda ...

 .. as larguíssimas
costas da União Soviética




Referindo-se a uma acção policial em Portugal contra uma organização criminal, o Público de ontem refere (sublinhados meus) que «Obedeceriam aos tradicionais valores do crime organizado da antiga União Soviética. Funcionariam dentro de uma estrutura hierarquizada. Teriam nas suas fileiras “ladrões em lei”, pessoas com grande experiência criminal, “coroadas” através de rituais precisos, sujeitos a um apertado código de conduta.» E, para explicar manhosamente estas referências, alude depois a que«Os “ladrões em lei” surgiram no tempo de Estaline para dominar o crime dentro dos campos de trabalho forçado. A sua lógica subsiste até hoje nas redes de crime organizado de diversos antigos estados soviéticos.»

Sobre isto, o que apenas tenho a dizer é que é preciso muita ignorância histórica ou má-fé para não saber que na União Soviética o crime organizado tinha uma expressão muito limitada e era objecto de firme repressão (incluindo  a pena de morte) e para ignorar que foi com a desagregação da URSS que se verificou o nascimento de poderosas e tentaculares máfias num fenómeno indissociável do processo de selvagem roubo de bens e riquezas públicas que deram origem aos oligarcas hoje tão criticados como protegidos nos tempos de Ieltsin pelo Ocidente.

Deixem pois a União Soviética em paz e procurem sim as raizes do cancro do crime organizado na Rússia de hoje e das suas extensões internacionais naquilo que festejaram e aplaudiram.

2 comentários:

  1. De acordo. As máfias criminosas estão hoje bem instaladas nos países ex-socialistas. E agora, tal como por este Ocidente "de liberdade"proliferam e são até capazes de colaborar com os próprios governos.

    Um beijo.

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  2. NÃO HÁ IGNORÂNCIA, MÁ FÉ PURA E COM OBJECTIVOS BEM DEFINIDOS. QUEREM ENCOBRIR A ORIGEM DO CRIME ECONÓMICO QUE, SÓ PODE EXISTIR E MEDRAR, NUM SISTEMA CAPITALISTA.

    mário

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