16 janeiro 2013

Sobre "canalhas" e "colaboracionistas" ou...

.... como elas se fazem



«(...) Afirma o relatório [do F.M.I.] (p. 61) que é evidente que o custo por aluno nas escolas privadas é inferior ao das públicas. Cita os dois estudos recentemente divulgados, o do Tribunal de Contas e o do grupo de trabalho designado pelo MEC.  Mas só utiliza as conclusões do primeiro, aliás com validade condicionada pela própria autoria. Diligentemente, manhosamente, como se os colonizados fossem estúpidos e não simples vítimas de meliantes da mesma ideologia, o relatório escamoteia as conclusões do segundo. Porquê ? Porque essas conclusões dizem que 80% das turmas financiadas pelo Estado ao privado têm um custo superior às públicas. de cerca de 15 mil euros».

«(...) Recomenda o relatório  (p.63) o aumento das propinas no ensino superior: Mas mostra a realidade que os valores cobrados são já dos mais elevados da Europa, apesar de termos um rendimento per capita dos mais baixos e a carga de impostos mais alta. »

«(...) Porém, quando intencionalmente distorcemos a realidade e por via da manipulação dos números, ocultando aqui, distorcendo ali, pretendemos modificar a percepção que os outros têm dela,resvalamos para o campo da canalhice. Em tempo de protectorado humilhante, importa redobrar a atenção cívica aos canalhas e aos colaboracionistas».

Santana Castilho

em artigo hoje no Público

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