31 março 2012

A NATO e a Líbia

Ele há civis e civis



Crónica de Berna González Harbour no El País de hoje, sob o título La hipocresía de Europa.

«Cuando Estados Unidos y Europa lograron el increíble éxito de que el Consejo de Seguridad de la ONU autorizara la operación en Libia, en un movimiento que aún guarda un coste monumental para la siguiente revolución (la siria), lo hizo con base a un elemento clave: los civiles. Esa fue la palabra mágica para que Rusia y China, los dos gigantes díscolos del club, tragaran con una intervención que realmente no querían. Fue así como, el 17 de marzo de 2011, el Consejo de Seguridad permitió "tomar todas las medidas necesarias" en Libia para "proteger a los civiles y a las áreas pobladas bajo amenaza de ataques". Con esas pinzas diplomáticas se sostuvo frágilmente la operación militar que arrancó el 19 de marzo, dos días después, y que desbordó ampliamente la "exclusión aérea" aprobada con la excusa de proteger a los civiles por doquier. Muerte de Gaddafi incluida.
No pasó mucho tiempo más para que, el 26 de marzo, barcos de la OTAN, entre ellos la fragata española Méndez Núñez, recibieran una alerta para socorrer una barca cargada de refugiados que intentaban huir de la guerra libia. Unos setenta náufragos estaban en peligro, sin agua ni comida, y fueron muriendo sin socorro, sin que que nadie se tomara la molestia de movilizar sus helicópteros o barcos de salvamento para rescatarles, como ha reflejado la investigación del Consejo de Europa.
Cómo esos ciudadanos habían abandonado el estatus de "civiles" dignos de una intervención militar de la OTAN para pasar al de "inmigrantes", indeseados, a los que cerrar el paso e inmerecedores del movimiento de una fragata, es la pregunta que hoy debemos responder. La OTAN ya ha hablado y ha reconocido que alertó a los buques situados en la zona. El Ministerio de Defensa español lo niega. Unos y otros deben dar una explicación creíble si quieren borrar la sospecha de la gigantesca hipocresía europea ante la inmigración.»

Porque hoje é sábado ( )

Tere Estrada


A sugestão musical de hoje é dedicada à
cantora mexicana Tere Estrada.




 El amor ruge como un leon

 
Torbellino de entregas

30 março 2012

Não vão ao médico não

Isto não é assunto
para morrer na praia

O seu a seu dono: só descobri este assunto graças a um post de Shyznogud no «jugular» que, fazendo o respectivo link, se limita a perguntar com sofisticação «I beg your pardon ?!».
Entretanto, eu resolvo dar já aí parte essencial da notícia no i e levanto sim a questão de saber se isto fica assim e, para o caso da responsabilidade do abuso e inaudito atrevimento pertencerem a escalões intermédios da administração pública deixo a interrogação pública sobre o que terão tais personagens por debaixo do cabelo e dentro do crâneo ?


Ficará na nossa memória

Deviam ter votado assim...





e já agora dois P.S. :

1. Este post não atinge a deputada do PS Isabel Moreira que votou contra.
2. O anúncio feito pelo PS de que, na discussão na especialidade, votará contra as disposições que vão para além do acordo com a troika é pura cortina de fumo para tentar confundir a opinião pública e  atenuar a imensa gravidade do que hoje aconteceu.


Entretanto, a não perder aqui
a crónica de Octávio Teixeira
 no Jornal de Negócios de hoje com o título 

Voltaram os «chupistas sonâmbulos»
de que falava o Luiz Pacheco ?




Aqui, no «cinco dias», Tiago Mota Saraiva mostra que os betinhos e betinhas da JSD além de reaccionários de fugir  são plagiadores descarados, usam imagens reais colhidas em lutas contra o que eles defendem e são, para os mais antigos, «chupistas sonâmbulos» como ironizava a Luiz Pacheco numa célebre invectiva.

29 março 2012

Norte-americanos...

... cansados da
guerra no Afeganistão




«WASHINGTON — After a series of violent episodes and setbacks, support for the war in Afghanistan has dropped sharply among both Republicans and Democrats, according to the latest New York Times/CBS News poll.
The survey found that more than two-thirds of those polled — 69 percent — thought that the United States should not be at war in Afghanistan. Just four months ago, 53 percent said that Americans should no longer be fighting in the conflict, more than a decade old.
The increased disillusionment was even more pronounced when respondents were asked their impressions of how the war was going. The poll found that 68 percent thought the fighting was going “somewhat badly” or “very badly,” compared with 42 percent who had those impressions in November.
The latest poll was conducted by telephone from March 21 to 25 with 986 adults nationwide. It has a margin of sampling error of plus or minus three percentage points.
The Times/CBS News poll was consistent with other surveys this month that showed a drop in support for the war. In a Washington Post/ABC News poll, 60 percent of respondents said the war in Afghanistan had not been worth the fighting, while 57 percent in a Pew Research Center poll said that the United States should bring home American troops as soon as possible. In a Gallup/USA Today poll, 50 percent of respondents said the United States should speed up the withdrawal from Afghanistan. (...)

Mais aqui no NYT

28 março 2012

Hoje foi assim...

... e assim será mesmo
quando já a voz nos doa !




Jorge Machado, deputado do PCP, hoje na AR sobre a revisão da legislação laboral: « (...) Ao contrário do que PS/PSD e CDS querem fazer querer, os problemas do nosso país não são os direitos dos trabalhadores. Não vamos ser mais competitivos, não vamos sair da presente situação, que a política de direita nos colocou, atacando quem trabalha.
A verdade é que alteração após alteração para pior do código do trabalho, os trabalhadores e o país ficaram piores, mais desemprego, mais endividamento, mais dependência.
O que é urgente é criar mais e melhores empregos e não agravar a exploração de quem cria riqueza no nosso país – os trabalhadores.
Já temos demasiados trabalhadores que empobrecem enquanto trabalham, já temos exploração que chegue. É hora de dizer BASTA.
Os trabalhadores só têm um caminho. Depois da grande Greve Geral importa continuar a lutar para derrotar este pacote laboral, o pacto de agressão, a Troika e os seus partidos, PS/PSD e CDS, nas empresas e nas ruas, contra a exploração, contra a injustiça, contra o empobrecimento, por um país mais justo, mais solidário e sem a exploração do homem pelo homem. Os trabalhadores podem continuar a contar com o PCP.»



27 março 2012

Os 25 anos de

Graceland de Paul Simon

 


Trailer do documentário de Under african skies de Joe Berlinger em que Simon regressa 25 anos depois à África do Sul para recordar a criação de Graceland . O documentário ganhou o prémio do público no recente festival  South by Southwest (SXSW)

Eleições na Andaluzia

PP ganha pela 1ª vez mas PSOE
e Esquerda Unida fazem maioria




Esquerda Unida duplica número de
deputados  e conquista mais 120 mil votos



Breve viagem a...

... baboseiras de Paulo Rangel



O deputado do PSD ao Parlamento Europeu, Paulo Rangel, em artigo hoje no Público, perpetra a seguinte pérola que mostra que nem os ares de Bruxelas lhe desentupiram as meninges : « (....) Por fim, faz-me evocar a forma invariavelmente "adjectiva" e adjectivada" como o PCP viu e vê a democracia. Para o PCP não existe democracia, mas existem sim democracias (política, económica e social). O PCP fala sempre em democracia económica e em democracia social  com o intuito de "desvalorizar" a democracia política, que isoladamente considerada, não passa de uma instituição burguesa e liberal.  O mesmo ocorre, aliás, com a liberdade. No discurso do PCP não há lugar para a liberdade, enquanto valor abstracto, mas apenas para as liberdades, as liberdades concretas (habitualmente denominadas "amplas liberdades").(...)».

Ora acontece que :



26 março 2012

Miudinhos com o PCP e...

.... sempre distraídos
com as regras do PSD



Lá se realizou mais um Congresso do PSD (o 34º) e mais uma vez, que eu tenha dado por isso, não houve nem um jornalista nem um comentador que reparasse numa clássica mas estranha característica da preparação dos Congressos daquele partido : é que, nele, os delegados ao Congresso são sempre eleitos nas secções respectivas bastante antes de ter terminado o prazo para a apresentação dos documentos que vão estar em discussão do Congresso. Ou seja, naquele partido, os delegados ao Congresso são eleitos fora de qualquer discussão política e colectiva dos documentos a debater no Congresso, conferindo-lhe as secções que os elegem um assumido cheque em branco individual. É a isto que se resume a participação democrática dos militantes do PSD na preparação dos Congressos do seu Partido.

Não estou a inventar: está aqui e sob esta fórmula irrefutável:





Em boa hora


Alguns pontos nos is
postos 
por Américo Nunes


É com muito gosto e amizade que aqui publico um texto de Américo Nunes, ex-dirigente nacional da CGTP, desbaratando diversos sofismas e erróneas interpretações sobre a última greve geral. Este texto foi também enviado pelo autor a Arménio Carlos e à direcção da CGTP «como acto de saudação e solidariedade para contigo e para todos os membros o do Conselho e através da vossa representatividade a todos os dirigentes, delegados sindicais no activo, e trabalhadores que fizeram a greve de 22 de Março, pelo grande contributo que a sua realização deu à necessária luta do presente, e pelo que acrescentou ao grande e honroso património histórico do movimento sindical português.» 

Espanha

A história de um grupo de
padres que soube dizer não



Los 29 de Cervera del Río Alhama:Los falangistas se  llevaron a 29 vecinos de Cervera (26 hombres y tres mujeres) 
 a este paraje en El Carrascal de Villaroya. En 1977 sus fam
iliares hicieron un homenaje en la fosa y al año siguiente, exhumaron los restos.



No El País de hoje, a história de um corajoso grupo de padres que, ao contrário das posições da hierarquia, logo após a morte de Franco, se empenhou na exumação dos cadáveres de republicanos assassinados pelos franquistas.

Voltando a

Beata Pater em Blue


ouvir álbum aqui

24 março 2012

Agora como há 50 anos e...

... muito melhor do que vários jornais


O PCP assinala condignamente no seu sítio a passagem hoje do 50º aniversário do Dia do Estudante em 1962. Em coerência com o que já havia feito há 50 anos, num tempo de censura, repressão e clandestinidade.


Por uma vez...

... faço minhas as
palavras de Passos Coelho




Porque hoje é sábado ( )

Giardini di Mirò

A sugestão musical deste sábado
vai para a banda italiana de post-rock
 Giardini di Miró,
cujo último álbum se intitula Good Luck.
Good Luck

23 março 2012

A escolha de fotos para 1ª página

Estética ou ideologia ?


Por causa da imagem acima, é hora de falar claro: a mim, pessoalmente, não fosse saber de há muito que preconceitos e caricaturas ensopam certas meninges, não me incomodaria nada que a este trabalhador (provavelmente mais novo do que eu) fosse dado o centro do topo do Público de hoje. Sim, eu olho para esta imagem e o que vejo  é um rosto marcado por uma vida dura de trabalho e só sinto orgulho por todos os que, mais carregados de anos, continuam a honrar compromissos de vida e de luta que só os engrandecem e enriquecem a história da democracia portuguesa.
Mas eu sei, de longa experiência, que não são estas impressões ou estes sentimentos que, em geral, comandam, na imprensa a escolha destas fotos. E sei tanto ou tão pouco que, por causa destas e doutras, cheguei a escrever várias vezes a piada de que todos mas todos envelhecemos excepto nas redacções dos jornais.
E deve ser por isso que nunca lhes passaria pela cabeça ter feito um topo de página como, de forma mal amanhada, se segue aí em baixo.


.

Não há pachorra !

Um dislate opinativo comentado
por uma minha ficção opinativa




O Público de hoje, para além de vários exercício de tiro ao alvo em Arménio Carlos, publica um breve texto de opinião sobre a greve geral da autoria de Nuno Ribeiro (por sinal, correspondente do jornal em Espanha e mais dado a escrever sobre o futebol espanhol) no qual consta a seguinte e inesquecível passagem (sublinhados meus): «(...) O secretário-geral da CGTP sentiu a necessidade de explicar as razões da greve geral. Lembrou os motivos, contextualizou o momento e negou outra alternativa que não fosse a forma suprema de luta. Não deixa de ser curioso que Arménio Carlos se sentisse obrigado a este exercício. Não por pedagogia mas, visto o que ontem se viu, por justificação. A urgência da greve geral , disse, é a iminente aprovação  do pacote de leis laborais  aprovado pelos parceiros sociais, à excepção da CGTP. Donde se conclui que o o ocorrido ontem seria de suficiente magnitude para mudar o sentido de voto da maioria. Arménio Carlos terá agora de explicar os motivos da aprovação, na próxima semana das novas medidas legislativas (...)»

Ora, este texto faz-me lembrar um texto de opinião que, há cerca de um mês, como convidado, escrevi para o Diário de Notícias, a propósito dos problemas laborais no Público. Só uma passagem:

«(...) Como é sabido e se encontra noticiado nesta edição, apesar da greve decidida pela Comissão de Trabalhadores do Público contra as reduções salariais e de efectivos e coberta por pré-aviso do Sindicato dos Jornalistas, aquele jornal esteve ontem presente nas bancas embora com um padrão de conteúdo e qualidade bastante inferior ao habitual. Não deixa de ser curioso que Nuno Ribeiro, porta-voz da CT daquele jornal tenha sentido a necessidade de explicar as razões da greve, sublinhando sobretudo que se estava a oito dias da entrada em vigor das gravosas alterações decididas pela administração do jornal dependente da SONAE. Donde se conclui que o recurso àquela forma suprema de luta tinha em vista obrigar a administração a revogar as suas decisões. Nuno Ribeiro terá agora de explicar os motivos da entrada em vigor daquilo que os trabalhadores do Público sempre consideraram uma intolerável agressão aos seus direitos e, bem assim, explicar a diferença entre o passo e a perna.(...)».

Não deveria ser necessário dizê-lo
mas este texto é mesmo,
 e por várias razões, uma ficção.


22 março 2012

No final desta grande jornada, só para lembrar que...

... a nossa luta vem de longe


Kristen Lems

   
 The Living Wage por Kristin Lems






Si, si puede por Linda Allen 
a ouvir aqui

PS e revisão da legislação laboral

Nojentos, perdoem mas
é o termo, 
até na escolha do dia



Os jornalistas e o lado errado
ou como evitar fotos destas




Acabo de ouvir na SIC Notícias uma referência a um comunicado da PSP (no sítio da PSP, parece que os comunicados de imprensa pararam em 30.12.2011) sobre as agressões a dois jornalistas) que é de deixar uma pessoa de cara à banda. Segundo a SIC, o comunicado refere não apenas que nestas situações, os jornalistas devem estar visivelmente identificados (o que não se discute) mas também que se devem colocar do lado da barreira policial.
Escusado será dizer que, com semelhante doutrina, os fotojornalistas poderão fotografar manifestantes mas não polícias em acção porque agora parece desenhar-se o grande conceito estratégico policial de «vai tudo raso». Muito conveniente, reconheçamos.
 E agora já não se ralam
com a imagem externa de Portugal ?



a legenda refere-se à agressão a Patricia Melo, fotojornalista da AFP.

Unidos e solidários








Maré Alta por Sérgio Godinho


United We Stand por Smokey Dymny

There's problems in the country, the economy's not for all
We're blaming the politicians, but it ain't them at all.
We've got to get together, we can do it all,
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.

They've been raising our taxes for mor'n a hundred years,
Workers and children dyin'- parents shedding tears.
We can stop their bloody rip offs, well, we can do it all,
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.

There's problems with our forests, our garbage and the air,
Corporations say they're green now, politicians that they care
But only you & I can set them straight, we can do it all.....
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.

We've got too much unemployment, folks livin' on the streets,
Families at the food banks; they can't afford to eat.
We need income redistribution, we can do it all, For....
For united we stand; divided we fall.
For united we stand; divided we fall.
.

(...)