31 janeiro 2022

Tudo contra-reformas

Eles não perdem tempo

Triste noite

Alguém viu a «onda laranja»
e o «empate técnico» com
que os media nos massacraram ?



Não, ninguém viu porque o PSD teve o mesmo resultado que em 2019 (27,80 %).Mas esta campanha de susto teve os seus efeitos devastadores sobre a votação do BE e da CDU. Tirando o facto de a direita não ter a maioria, tudo nos resultados é triste e motivo de preocupação.

27 janeiro 2022

As escolhas do «Público»

Caderno de encargos 

O «Público» achou que, a três dias da votação, o que estava a fazer falta era dar voz a António Saraiva, Presidente da CIP, que é claro, como acima se vê, logo aproveitou para adensar o seu caderno de encargos para a próxima legislatura.
Porém, não explicou António Saraiva se está pensar nos professores quando se sabe que até ao fim da década vai ser preciso contratar 40 mil, se está pensar nos médicos e enfermeiros, se está pensar nas forças de segurança, se está a pensar nos trabalhadores das autarquias que até vão ver reforçadas as suas competências. Não importa. Saraiva acha que o vento está de feição e isso lhe basta.
Mas no próximo domingo talvez os trabalhadores da função pública possam derrotar os anseios dos saraivas deste mundo, designadamente votando naqueles que sempre denunciaram a sua perda de poder de compra ao longo de 10 anos e sempre criticaram o aumento de 0,9% (abaixo da inflação) previsto para 2022.

25 janeiro 2022

Silêncios que falam muito

Os silêncios de Rui Rio

Rui Rio já leva 10 dias de campanha eleitoral e é muito revelador que, encenadas arruadas à parte, nada diga sobre as propostas do PSD mais marcantes e diferenciadoras.

Nada sobre o SNS deixar de ser tendencialmente gratuito e serem privatizadas as Unidades de Saúde Familiares.

Nada sobre medidas fiscais que vão a correr diminuir o IRC das empresas e deixa as baixas do IRS para as calendas gregas.

Nada sobre a privatização de parte importante da segurança social.

Nada sobre o seu intuito de na prática congelar o valor do salário mínimo nacional e das pensões de reformas.

Nada sobre tantos outros retrocessos com que o PSD, fiel ao seu legado dos tempos do «ir além da troika», promete infernizar a vida das camadas populares.

Precisamos de mudanças sim mas de mudanças para melhor como o voto na CDU garante.

21 janeiro 2022

Em apoio ao PCP

 Vozes ao alto !

Um voto para todos os dias do ano

Duas dezenas de pessoas da área da cultura e da universidade, incluindo vários ex-militantes do Partido Comunista Português, assinam um artigo, que aqui reproduzimos, no qual explicam os motivos pelos quais é importante defender a força do partido. (Expresso)

Nas últimas décadas, foi sendo recomendado aos comunistas portugueses que optassem por um de dois caminhos: fazerem do PS um inimigo de classe idêntico aos partidos da direita ou, em nome do combate a esta mesma direita, moderarem o programa comunista a ponto de este se confundir com o dos socialistas. Ora, o PCP tem sabido rejeitar os termos deste mesmo dilema, recusando quer uma via retórica de mera hostilização ideológica do PS, quer a rendição à lógica do “fim da história” em que medram os consensos típicos do bloco central.

Os comunistas portugueses têm rejeitado, uma e outra vez, as soluções de política económica tidas como “evidentes” e “inevitáveis”, que se imporiam porque “estamos no século XXI” ou porque as “regras europeias são o que são” – soluções e regras que têm gerado estagnação económica, desigualdade social e insustentabilidade ambiental.

Mas esta rejeição não impediu que os comunistas portugueses dessem o apoio decisivo a Mário Soares, na sua primeira eleição presidencial, ou a Jorge Sampaio, no governo de Lisboa. E a persistência da oposição comunista ao capitalismo tão pouco impediu que Jerónimo de Sousa, já em 2015, tivesse vindo abrir caminho à “geringonça”, resgatando António Costa da derrota eleitoral que sofreu diante de Passos Coelho.

Durante os últimos seis anos, o PCP deu ao PS de António Costa condições para governar. Recebeu, certamente, muito menos do que aquilo que deu. E os trabalhadores também. Com “paciência revolucionária”, para glosar Jerónimo de Sousa, os deputados comunistas assentiram que um partido minoritário permanecesse, por um tempo recorde, à frente do governo do país. O voto comunista foi decisivo para a aprovação de sucessivos orçamentos de estado e um garante da estabilidade governativa em Portugal durante seis anos.

Esta situação poderia prolongar-se por mais anos, se se avançasse em áreas onde a herança da troika continua a pesar decisivamente, das relações laborais desequilibradas ao investimento público estiolado. O PS não quis avançar. E aqui chegados importa compreender que a estabilidade política não pode ser o primeiro desígnio com que um partido de esquerda se compromete. Porque o PCP está também comprometido com as aspirações de mudança manifestadas pela força dos mais fracos. Como bem disse Jerónimo de Sousa no recente debate que o opôs a António Costa, “um pobre tem uma reivindicação de fundo”, que um salário de 700€ não satisfaz, “e que é deixar de ser pobre”.

O reforço do PCP nas eleições do dia 30 de janeiro é importante porque a esquerda precisa de gente disponível para conversar de forma exigente e leal, com princípios e sem acrimónia. Os deputados comunistas são gente dessa, gente comprometida com a soberania democrática. E se António Costa tem, por ora, fechado a porta à solução governativa que em 2015 o fez Primeiro-Ministro, então mais necessário é apoiarmos quem abriu caminho a esse princípio de alternativa.

O reforço do PCP é importante também por outras razões. Sem a força dos comunistas, a dependência externa do país seria ainda maior. A força dos comunistas é também a de um povo que resista e responda a ditames externos em matéria económica ou de política internacional. É a força de uma esquerda popular que tem uma perspectiva internacional e assume uma posição anti-imperialista – uma força que, como afirmam os deputados comunistas ao Parlamento Europeu, não se esquece que a União Euopeia não é a Europa.

Finalmente, mas não menos importante, é certo que sem a força dos comunistas o destino dos trabalhadores nos pequenos e grandes conflitos laborais, que são travados quotidianamente nas empresas, seria mais sofrido e menos justo. Porque a força comunista é também a que apoia o sindicalismo, entre outros movimentos sociais. Por isso dizemos que um voto no PCP em dia de eleições é um voto para todos os dias do ano.

Alice Samara, Historiadora
André Carmo, Professor Universitário e Dirigente Sindical
Ana Estevens, Geógrafa
Ana Margarida de Carvalho, Escritora
Bárbara Carvalho, Musicóloga e Dirigente Associativa
Fernando Ramalho, Livreiro e Músico
Golgona Anghel, Professora Universitária
Isabel Almeida, Professora Universitária
Joana Simões Piedade, Jornalista e Mediadora Cultural
João Ramos de Almeida, Jornalista
João Rodrigues, Economista
Joaquim Paulo Nogueira, Programador Cultural
José Neves, Historiador e Delegado Sindical
Luís Gouveia Monteiro, Jornalista e Docente Universitário
Manuel Loff, Historiador
Maria João Brilhante, Professora Universitária
Miguel Chaves, Sociólogo
Miguel Ribeiro, Programador de Cinema
Nuno Teles, Economista
Pedro Cerejo, Tradutor
Pedro Vieira, Escritor e ilustrador
Tiago Mota Saraiva, Arquitet


Um partido “dogmático” e “sectário”, “avesso à mudança” e “que só sabe protestar”, um partido “anacrónico” e “parado no tempo”. É a estes termos que o PCP é frequentemente reduzido. A redução terá motivações diversas. Há quem critique o PCP por desejar o seu enfraquecimento, mas quem o faça por outras razões. Pedimos a estes últimos que leiam as linhas que se seguem.

Nas últimas décadas, foi sendo recomendado aos comunistas portugueses que optassem por um de dois caminhos: fazerem do PS um inimigo de classe idêntico aos partidos da direita ou, em nome do combate a esta mesma direita, moderarem o programa comunista a ponto de este se confundir com o dos socialistas. Ora, o PCP tem sabido rejeitar os termos deste mesmo dilema, recusando quer uma via retórica de mera hostilização ideológica do PS, quer a rendição à lógica do “fim da história” em que medram os consensos típicos do bloco central.

Os comunistas portugueses têm rejeitado, uma e outra vez, as soluções de política económica tidas como “evidentes” e “inevitáveis”, que se imporiam porque “estamos no século XXI” ou porque as “regras europeias são o que são” – soluções e regras que têm gerado estagnação económica, desigualdade social e insustentabilidade ambiental.

Mas esta rejeição não impediu que os comunistas portugueses dessem o apoio decisivo a Mário Soares, na sua primeira eleição presidencial, ou a Jorge Sampaio, no governo de Lisboa. E a persistência da oposição comunista ao capitalismo tão pouco impediu que Jerónimo de Sousa, já em 2015, tivesse vindo abrir caminho à “geringonça”, resgatando António Costa da derrota eleitoral que sofreu diante de Passos Coelho.

Durante os últimos seis anos, o PCP deu ao PS de António Costa condições para governar. Recebeu, certamente, muito menos do que aquilo que deu. E os trabalhadores também. Com “paciência revolucionária”, para glosar Jerónimo de Sousa, os deputados comunistas assentiram que um partido minoritário permanecesse, por um tempo recorde, à frente do governo do país. O voto comunista foi decisivo para a aprovação de sucessivos orçamentos de estado e um garante da estabilidade governativa em Portugal durante seis anos.

Esta situação poderia prolongar-se por mais anos, se se avançasse em áreas onde a herança da troika continua a pesar decisivamente, das relações laborais desequilibradas ao investimento público estiolado. O PS não quis avançar. E aqui chegados importa compreender que a estabilidade política não pode ser o primeiro desígnio com que um partido de esquerda se compromete. Porque o PCP está também comprometido com as aspirações de mudança manifestadas pela força dos mais fracos. Como bem disse Jerónimo de Sousa no recente debate que o opôs a António Costa, “um pobre tem uma reivindicação de fundo”, que um salário de 700€ não satisfaz, “e que é deixar de ser pobre”.

O reforço do PCP nas eleições do dia 30 de janeiro é importante porque a esquerda precisa de gente disponível para conversar de forma exigente e leal, com princípios e sem acrimónia. Os deputados comunistas são gente dessa, gente comprometida com a soberania democrática. E se António Costa tem, por ora, fechado a porta à solução governativa que em 2015 o fez Primeiro-Ministro, então mais necessário é apoiarmos quem abriu caminho a esse princípio de alternativa.

O reforço do PCP é importante também por outras razões. Sem a força dos comunistas, a dependência externa do país seria ainda maior. A força dos comunistas é também a de um povo que resista e responda a ditames externos em matéria económica ou de política internacional. É a força de uma esquerda popular que tem uma perspectiva internacional e assume uma posição anti-imperialista – uma força que, como afirmam os deputados comunistas ao Parlamento Europeu, não se esquece que a União Euopeia não é a Europa.

Finalmente, mas não menos importante, é certo que sem a força dos comunistas o destino dos trabalhadores nos pequenos e grandes conflitos laborais, que são travados quotidianamente nas empresas, seria mais sofrido e menos justo. Porque a força comunista é também a que apoia o sindicalismo, entre outros movimentos sociais. Por isso dizemos que um voto no PCP em dia de eleições é um voto para todos os dias do ano.

Alice Samara, Historiadora
André Carmo, Professor Universitário e Dirigente Sindical
Ana Estevens, Geógrafa
Ana Margarida de Carvalho, Escritora
Bárbara Carvalho, Musicóloga e Dirigente Associativa
Fernando Ramalho, Livreiro e Músico
Golgona Anghel, Professora Universitária
Isabel Almeida, Professora Universitária
Joana Simões Piedade, Jornalista e Mediadora Cultural
João Ramos de Almeida, Jornalista
João Rodrigues, Economista
Joaquim Paulo Nogueira, Programador Cultural
José Neves, Historiador e Delegado Sindical
Luís Gouveia Monteiro, Jornalista e Docente Universitário
Manuel Loff, Historiador
Maria João Brilhante, Professora Universitária
Miguel Chaves, Sociólogo
Miguel Ribeiro, Programador de Cinema
Nuno Teles, Economista
Pedro Cerejo, Tradutor
Pedro Vieira, Escritor e ilustrador
Tiago Mota Saraiva, Arquiteto

17 janeiro 2022

Saiba qual foi

 Já houve um país
onde as propostas da IL foram
 longamente experimentadas

Sim,como ninguém ainda disse, venho eu lembrar que de facto já houve um páis que experimentou  durante muitos anos as principais propostas socais e económicas da Iniciativa Liberal. Privatizações da segurança social, do ensino e da saúde e dos serviçõs públicos - de tudo isso com feridas abertas ainda hoje, teve o Chile de Pinochet sob a maléfica inspiração de Milton Friedman e dos «Chicago Boys»

14 janeiro 2022

Uma importante revelação

Por vontade do PSD,
era 
uma vez o «tendencialmente
gratuito» do SNS

No debate entre António Costa e Rui Rio houve uma revelação que merece uma mais ampla divulgação. A saber: no projecto de revisão constitucional do PSD, quanto ao Serviço Nacional de Saúde, elimina-se a referência ao seu carácter  «tendencialmente  gratuito». E não adianta que, em substituição, o PSD lã escreva que ninguém pode ser excluído dos cuidados de saúde por razões económicas. Porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.E não adiantam explicações esfarrapadas de Rui Rio. Salta à vista de toda a gente que quem quer eliminar o «tendencialmente gratuito» é porque está contra o «tendencialmente gratuito».