11 novembro 2016

1934-2016

Goodbye and thanks,
Mr. Leonard Cohen

    Leonard Cohen em casa em Los Angeles em Setembro de 2016.
(FOTO DE GRAEME MITCHELL PARA «THE NEW YORKER»)


10 novembro 2016

O fetichismo das «regras»

Metade dos comentários
nas televisões  (e não só)
não se aguentava se no ecrã
estivesse esta barra




J. M. Tavares, hoje no ´Público»



* variações na diferença de votos entre H. Clinton e Trump que aqui têm sido apresentadas são naturais dado que nos EUA o apuramento definitivo dos resultados é muito demorado.

A ver se nos entendemos: longe de mim negar quantas razões e motivos de perplexidade e inquietação há nos resultados das presidenciais norte-americanas ou contestar a necessidade de detectar e compreender melhor as mudanças 
de fundo que permitiram a vitória de um candidato como Trump.

Agora permitam-me que não deixe de notar, por um lado, o tempo até que muito boas almas demoraram a reparar que Hillary tinha ganho no voto popular e, por outro lado, o tratamento de nota de rodapé que, quando muito, a isso será dado.

É que uma coisa é saber quais são as regras eleitorais (para mim, infames) vigentes nos EUA e até aceitá-las à saída das urnas e outra ,muito diferente e extremamente reveladora, é este vendaval (aqui sim) de comentários que afinal se reportam apenas aos efeitos das regras e não à real vontade dos eleitores.
E NÃO, O ASSUNTO
 NÃO É TABU NOS EUA

O fetichismo das «regras»

Metade dos comentários
nas televisões  (e não só)
não se aguentava se no ecrã
estivesse esta barra




J. M. Tavares, hoje no ´Público»




A ver se nos entendemos: longe de mim negar quantas razões e motivos de perplexidade e inquietação há nos resultados das presidenciais norte-americanas ou contestar a necessidade de detectar e compreender melhor as mudanças de fundo que permitiram a vitória de um candidato como Trump.

Agora permitam-me que não deixe de notar, por um lado, o tempo até que muito boas almas demoraram a reparar que Hillary tinha ganho no voto popular e, por outro lado, o tratamento de nota de rodapé que, quando muito a isso será dado.

É que uma coisa é saber quais são as regras eleitorais (para mim, infames) vigentes nos EUA e até aceitá-las à saída das urnas e outra muito diferente e extremamente reveladora é este vendaval (aqui sim) de comentários que afinal se reportam apenas aos efeitos das regras e não à real vontade dos eleitores.
E NÃO, O ASSUNTO
 NÃO É TABU NOS EUA

09 novembro 2016

É o NYT que o diz...

... e ninguém (ou quase) fala
que Clinton teve mais votos
que Trump ?


 clicar para aumentar
ver aqui
H. Clinton -59,344,398 votos (47.7%)
D. Trump - 59,179,214 votos (47.5%)

 

06 novembro 2016

Um imperdível dejecto dominical

Anos 50 - e o funcionário
do PCP disse ao casal Correia
Guedes: « Nada de casaco novo
para o Vasquinho, virem o antigo !»


Num texto abjecto publicado no Observador a propósito do centenário do nascimento de Mário Dionísio, referindo-se a reuniões que se faziam em casa de seus pais («devotos da seita», diz ele), escreve Vasco Pulido Valente :

Ora eu já tinha adiantado a hipótese de o anticomunismo visceral de VPV ter a origem traumática de umas boas palmadas no rabo que Octávio Pato contava lhe ter dado uma vez após, em visita aos Correia Guedes, o menino Vasco lhe ter afinfado umas caneladas.

Parece que agora tenho de acrescentar a terrível imposição comunista das calças curtas e dos casacos virados. 

P.S: na estúpida e nojenta catilinária que resolveu perpetrar contra a memória de Mário Dionisio e referindo-se às actividades deste como «controleiro» do PCP para os intelectuais, VPV escreve a dada altura que «A partir dos doze, treze anos, comecei a ser arrastado para esta catequese e passei muitas noites – calado e quieto – a ouvir aquela gente perorar.»  Ora VPV nasceu em 1941 e quando tinha 12 anos corria o ano de 1953, ou seja, já Mário Dionisio se tinha demitido do PCP há um ano! Conclusão: a mentira tem perna curta.

05 novembro 2016

Porque hoje é sábado ( )

Jasmine Lovell-Smith 





A sugestão musical deste sábado vai para a
saxofonista e comnpositora neo-zelandesa
Jasmine Lovell-Smith.


03 novembro 2016

Nenhuma admiração: a França é a França !

Já Portugal está «obrigado»
a um défice de 1,6 em 2017 !






Isto não pode ficar assim

Sim, há juízes que são a

peste negra da Justiça.
E agora processem-me .





O deputado do PSD Carlos Peixoto identificou os idosos do país com uma «peste grisalha». O idoso António Figueiredo e Silva respondeu-lhe então assim, de uma forma até muito elegante e delicada, sobretudo se comparado com o que muitos escrevemos então nas redes sociais:

Os loucos por vezes curam-se,
os imbecis nunca.
(Óscar Wilde)

A PESTE GRISALHA 
(Carta aberta a deputado do PSD)


Exmo. sr.

António Carlos Sousa Gomes da Silva Peixoto

Por tardio não peca.
Eu sou um trazedor da peste grisalha cuja endemia o seu partido se tem empenhado em expurgar, através do Ministério da Saúde e outros “valorosos” meios ao seu alcance, todavia algo tenho para lhe dizer.
A dimensão do nome que o titula como cidadão deve ser inversamente proporcional à inteligência – se ela existe – que o faz blaterar descarada e ostensivamente, composições sonoras que irritam os tímpanos do mais recatado português.
Face às clavas da revolta que me flagelam, era motivo para isso, no entanto, vou fazer o possível para não atingir o cume da parvoíce que foi suplantado por si, como deputado do PSD e afecto à governação, sr. Carlos Peixoto, quando ao defecar que “a nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha”, se esqueceu do papel higiénico para limpar o estomago e de dois dedos de testa para aferir a sua inteligência.
A figura triste que fez, cuja imbecilidade latente o forçou à encenação de uma triste figura, certamente que para além de pouca educação e civismo que demonstrou, deve ter ciliciado bem as partes mais sensíveis de muitos portugueses, inclusivamente aqueles que deram origem à sua existência – se é que os conhece. Já me apraz pensar, caro sr., que também haja granjeado, porém à custa da peste grisalha, um oco canudo, segundo os cânones do método bolonhês. Só pode ter sido isso.
Ainda estou para saber como é que um homolitus de tão refinado calibre conseguiu entrar no círculo governativo. Os “intelectuais” que o escolheram deviam andar atrapalhados no meio do deserto onde o sol torra, a sede aperta a miragem engana e até um dromedário parece gente.
É por isso que este país anda em crónica claudicação e por este andar, não tarda muito, ficará entrevado.
Sabe sr. Carlos Peixoto, quando uma pessoa que se preze está em posição cimeira, deve pensar, medir e pesar muito bem a massa específica das “sentenças”, ou dos grunhidos, - segundo a capacidade genética e intelectual de cada um - que vai bolçar cá para fora. É que, milhares pessoas de apurados sentidos não apreciam o cheiro pestilento do vomitado, como o sr. também sente um asco sem sentido e doentio, à peste grisalha. Pode estar errado, mas está no seu direito… ainda que torto.
Pela parte que me toca, essa maleita não o deve molestar muito, porque já sou portador de uma tonsura bastante avantajada, no entanto, para que o sr. não venha a sofrer dessa moléstia, é meu desejo que não chegue a ser contaminado pelo vírus da peste grisalha e vá andando antes de atingir esse limite e ficar sujeito a ouvir bacoradas iguais ou de carácter mais acintoso do que aquelas que preteritamente narrou como um “grande”, porém falhado “artista”.
E mais devo dizer-lhe: quando num cesto de maçãs uma está podre, essa deve ser banida, quando não, infecta as restantes; se isso não suceder, creio que o partido de que faz parte, o PSD, irá por certo sofrer graves consequências decorrentes da peste grisalha na época da colheita eleitoral. Pode contar comigo para a poda.
Atentamente.

António Figueiredo e Silva
Coimbra, 28/04/2013
www.antoniofigueiredo.pt.vu


O tribunal da Relação de Coimbra acaba de dar razão ao deputado Carlos Peixoto condenando António Figueiredo e Silva a pagar ao Peixoto a quantia de 3 mil euros e 2 mil à Justiça.

E pronto, quem não se faz respeitar no exercício das suas funções, não pode esperar qualquer tipo de respeito.

31 outubro 2016

Alemanha

Afinal o velho Berufsverbot
está vivo e de boa saúde




«K
erem Schamberger ha estudiado comunicación en la Universidad Ludwig Maximilian (LMU) y pretendía comenzar un doctorado el 1 de octubre. En Alemania, los doctorados por lo general se llevan a cabo mediante un contrato laboral que incluye una parte de investigación y otra de docencia en la Universidad en la que se desarrolla.
El joven, de 30 años, no ha podido comenzar aún su relación laboral con dicha institución porque según un decreto que data de 1972 todos los funcionarios o personas que trabajan en el sector público han de ser controladas por el Estado frente a su posible radicalismo, para lo cual deben presentar una aprobación del servicio secreto alemán interno (lo que vendría a ser el CNI español).
La razón es que Schamberger no solo es comunista, sino que además es portavoz del partido comunista alemán DKP en Múnich. A pesar de que es un partido legal, se encuentra bajo vigilancia de la Oficina Federal de Protección de la Constitución (el Verfassungsschutz), que lo califica de extremista.
La Universidad conocía la norma y la posición de Kerem en el partido comunista, por lo que pidió a las autoridades dicho consentimiento ya en julio. Sin embargo, este organismo aún no se ha pronunciado sobre la fiabilidad ideológica de Schamberger, con lo cual no ha podido comenzar a trabajar hasta el momento. Según el profesor Michael Meyen, que lleva la tesis de Kerem, en declaraciones al diario Süddeutsche Zeitung, éste ha sido un alumno excelente y asegura que tiene interés en contratarle “no porque sea comunista, ni tampoco a pesar de ello”.
Para Kerem, se trata de una exclusión práctica de la función docente para los comunistas. Y ello supondría un hecho anticonstitucional, ya que la Carta Magna alemana garantiza la elección libre de una profesión.
Schamberger asegura a este diario que de esta forma “se demoniza a los comunistas”, y explica que esta medida sirve como forma de intimidación: “Conozco a jóvenes que querían entrar en el partido pero que se lo piensan dos y tres veces antes de hacerlo, porque saben las consecuencias que puede tener en el caso de querer hacer carrera en el sector público”, asegura.
Schamberger explica además que en los últimos días, desde que se hizo pública la noticia, ha recibido numerosas muestras de solidaridad, desde los partidos políticos socialdemócrata SPD, Los Verdes (Die Grüne) y La Izquierda (Die Linke), así como de los sindicatos. 
Herta Däubler-Gmelin, abogada de Kerem y ministra de Justicia entre 1998 y 2002– ha declarado al  Süddeutsche que la actuación del servicio de protección a la Constitución “seguramente no es legal”. A raíz del suceso, se debatirá en el parlamento regional de Baviera la idoneidad de dicha ley, creada en el contexto de la guerra fría.
Las autoridades han comunicado a la prensa que no se pueden dar a conocer datos del caso por cuestiones de privacidad del afectado, así como que en ocasiones se tarda más tiempo en recibir una respuesta a este tipo de consultas porque hay que “comprobar todos los hechos”.
Esta no es la primera vez que Kerem Schamberger se ve en apuros por sus ideas políticas. En 2014 el Commerzbank cerró sin previo aviso su cuenta bancaria, como se contó en este medio. Kerem veía detrás de esta acción asimismo una motivación política y cómo no pudo hacer nada para impedirla.

Limpieza ideológica de facto

El llamado “Decreto de los radicales” (Radikalenerlass, en alemán) fue promulgado en 1972 bajo el Gobierno de Willy Brandt. En dicha ley se especifica que la fidelidad al orden constitucional actual debe ser un requisito para poder trabajar en el sector público. Pertenecer a una organización catalogada por el servicio secreto interno alemán como peligrosa para dicho orden era excluyente de la función pública.
Ya en los 50 y 60 algunos candidatos a funcionarios fueron rechazados, pero a partir de entonces se mencionaba dicho requisito explícitamente. La guerra fría no solo continuaba su curso, sino que se acentuaba. De ahí que el Estado alemán pretendiese de ese modo acabar con todo tipo de influencia de su enemigo comunista en el interior del Estado.
La prohibición de ejercer una profesión pública por motivos políticos afectó durante décadas a personas que pretendían trabajar por ejemplo como profesores o como conductores de tren, ya que a estas profesiones se accedía únicamente a través del empleo público. Desde que la ley se creó hasta 1991 alrededor de 1,4 millones de personas tuvieron que pasar por dicho proceso de control.
Esta praxis fue muy criticada en el interior de Alemania, así como en el exterior. En Francia por ejemplo François Mitterrand, el entonces presidente del partido socialista, se opuso a dicha ley. Las personas afectadas por el decreto continúan aún hoy reclamando una reparación y rehabilitación de su función pública.
Después de la caída del muro de Berlín, en el este de Alemania hubo una auténtica limpieza en el profesorado, desde infantil a universitario. Cientos de profesores fueron despedidos por su relación con el comunismo. Muchos investigadores se marcharon al extranjero a otras universidades, otros se reciclaron en la empresa privada con otras profesiones. La democracia de mercado de la Alemania reunificada demostraba en aquel momento muy poca flexibilidad.
Aunque la legislación continúa vigente, en cada Estado alemán se aplica de forma diferente. Por una parte existe la autocensura de la que hablaba Kerem Schamberger más arriba, en el sentido de que las personas que ya saben desde muy pronto que quieren dedicarse a la función pública no suelen formar parte oficial en organizaciones vigiladas. Por otro lado, la justicia ha ido dando la razón en parte a quien se ha mostrado contrario a que siga vigente una ley creada en un contexto muy diferente al actual.
En 1995 el Tribunal Europeo de Derechos Humanos declaró que el Estado alemán había actuado en contra de los artículos 10 y 11 de la Convención Europea de Derechos Humanos al haber suspendido a una maestra por el mero hecho de pertenecer al partido comunista DKP. Dichos artículos garantizan la libertad de opinión y reunión. La maestra Dorothea Voigt recuperó su empleo y el Estado alemán fue condenado a pagar una multa. 
En 2004 el profesor de instituto Michael Csaszkóczy fue suspendido de la función pública por sus actividades como activista antifascista. A pesar de no haber sido condenado por crimen alguno, durante 25 años el servicio secreto le tuvo sometido a vigilancia y en 2004 le despidieron por formar parte de la comitiva de la asociación Rote Hilfe, que se encarga de ofrecer ayuda jurídica a activistas cuando se encuentran con problemas legales.
En 2007 Csaszkóczy ganó un juicio y volvió a su puesto como profesor. Seguramente Kerem conseguirá su puesto en la Universidad, pero el tufillo a guerra fría y a las dos Alemanias no ha desaparecido del todo en el país.»