02 julho 2013

Olhar os dias presentes mas pensar no futuro próximo

Atenção muita atenção,
para perto ou para mais tarde

Há cerca de dois meses, publiquei aqui a seguinte e irónica  «carta aberta a Paulo Portas» que, se não fosse parecer que estou a dar graxa ao meu ego, quase apetecia dizer que produziu efeitos diferidos. Rezava assim :



E, em relação com a parte sublinhada a amarelo, cinco dias depois, ou seja, a 9 de Maio deste ano, publicava aqui um  post com o seguinte título:


 Não sei se me faço entender.

Pergunta a Sua Excelência o Cavaco

E, depois disto, Vexa ainda
acha que é só no Parlamento
que o governo pode ou deve cair ?



Será aquela história que mete ratos e navios ?

Se o peixe estiver estragado
foi a TVI que mo vendeu !



E os "media" vão nisto

A senhora dona "fonte"

Para quem não acreditar, isto pode ser ouvido aqui e já deve ser o resultado dos desabafos em «off» de Pedro Lomba nos tais briefings diários. Para além da excelsa  metodologia que leva a emitir um juízo pesado sobre Gaspar sem identificação concreta de autoria (na hora da despedida, eles tratam-se bem...) , resta a magna e cínica  questão de, enquanto se prepara um recessivo corte de 4800 milhões de euros, se anunciar (vá lá, façam um decreto, porra !) se anunciar um flamante ciclo de investimento, crescimento e criação de emprego. Pois, pois, já sabíamos que, havendo descaramento, o papel e também as ondas hertzianas aguentam tudo.

Estamos fartos de o saber...

... mas, perante tanto paleio
de chacha, voltemos a pensar
no que isto realmente significa


Memórias do Chile de há 40 anos

Impressionante: o repórter que
gravou o seu próprio assassinato



Leonardo Henrichsen, argentino,
operador de um canal de televisão sueco





História aqui no El País.

01 julho 2013

É só o que tenho a dizer

O corte de uma mão gangregada
não salvará um corpo podre


Hoje sabe-me a pouco, a muito pouco para o que o país realmente precisa. Sem dúvida que é uma manobra de  desespero mas, apesar do que já disse, talvez esteja na hora de lembrar que a greve geral foi há três dias e que sem toda a luta travada nestes dois anos isto nem sequer estaria a acontecer. Entretanto, como a nova ministra das Finanças tem um nome muito comprido (Maria Luís Casanova Morgado Dias de Albuquerque), no Facebook o pessoal já resolveu o problema passando a chamar-lhe «a ministra swap».

P.S.: Não consta que, no seu primeiro briefing com os jornalistas, Pedro Lomba tenha informado disto. Portanto, começou bem. 

Estamos fartos de levar no lombo

Nã queremos briefings,
queremos que vão todos
para Washington e não voltem !




O direito à repetição quando nasce é para todos

Vaca fria em assunto quente


Num artigo no Expresso online e colocado no «arrastão», Daniel Oliveira analisa detalhadamente, com uma opinião tendencialmente negativa, a hipótese recentemente levantada por Rui Tavares da criação de um novo partido à esquerda. Não vou agora debater essa questão mas não posso deixar de registar, por mais que isso seja cansativo para os leitores, que entre os pontos de partida de Daniel Oliveira está aquilo a que tenho chamado o «voo de planador»  que ele e tantos outros têm empreendido e que volta a ser espelhado nesta afirmação : «Mas a questão é, hoje em dia, outra: o sistema partidário está bloqueado. Está bloqueado pela incapacidade da esquerda convergir numa verdadeira alternativa à austeridade (e não uma mera alternância na gestão da austeridade) capaz de chegar a um governo».

Apesar de ser a terceira ou quarta vez que, sem qualquer sucesso o faço, volto a insistir que só posso entrar nesta discussão quando os tripulantes do «planador» corresponderem a este meu velho desafio agora reeditado sob uma fórmula gráfica que espero seja mais convincente:


A ausência de Merkel

E os ossos de Ante Pavelic
mexeram-se na tumba
e gritaram: «Ingratos !»



As notícias na imprensa não o referem mas fontes de «o tempo das cerejas» garantem que, esquecidos da alegria que tiveram em 1991 quando a Alemanha foi o primeiro país a reconhecer a Croácia, dando assim um importamnte impulso à guerra na Jugoslávia, os ossos de Ante Pavelic (chefe dos sinistros Ustachis e da "República Independente da Croácia"criada pelos nazis) se remexeram na tumba agitados de indignação por esta ausência de Merkel nas cerimónias da adesão da Croácia à UE, onde - por respeito para com a História - passará a ser obviamente um fidelíssimo aliado da Alemanha.