05 outubro 2011

EUA

Wall Street e Main Street

A ler aqui

Eleições na Madeira

A maior vergonha


Há pelos menos 35 anos que todos lemos, ouvimos e vemos e não podíamos nem podemos ignorar e ainda por cima depois da publicação da esclarecedora e arrasador obra de Ribeiro Cardoso  «Jardim- a grande fraude».
Já nem me ocupo de todo o «sistema» (com traços sicilianos) que se montou naquela Região Autónoma e do estatuto de impunidade, complacência ou estranho temor reverencial que Alberto João Jardim conquistou face a sucessivos governos nacionais, Presidentes da República, Assembleia da República, para já não falar da CNE e do Tribunal Constitucional contumazmente desrespeitados e ofendidos pelo soba da Madeira.
Suspeito que, sem prejuízo de outros factores de conivência, cumplicidades e oportunismos vários,  Alberto João Jardim a quase todos foi vencendo pelo cansaço. Lembro-me bem por quantos incontáveis Verões tive de contribuir com a minha opinião para a decisão sobre se o PCP comentava ou não as bojardas de Jardim no Chão da Lagoa e do inarredável dilema de, se comentava (repetindo com pequenas variações o que já havia dito noutros anos), estava a dar-lhe a importância e os prolongamentos noticiosos que ele mais queria e, se não comentava, dava a impressão que estávamos apenas perante um grotesco palhaço político a que não se devia ligar.

Pois é, no próximo domingo, voltam a realizar-se eleições regionais na Madeira. E basta um ponto para se poder dizer, com inteiro fundamento, que essas eleições naquela parte do território nacional são porventura a maior vergonha da democracia portuguesa.

A mim chega-me lembrar que ali não há um único dia de campanha eleitoral oficial em que o Presidente do Governo Regional que é simultâneamente cabeça de lista do PSD não proceda a várias inaugurações oficiais, em repetida, histórica e ostensiva violação de uma dos mais sagrados príncipios da legislação eleitoral que é o que prescreve a exigência de isenção e imparcialidade dos poderes públicos em relação às diversas candidaturas.

Não me interessa nada se, sem elas, Jardim ganhava ou não na mesma as eleições. Importa-me sim que fique escrito que, só por isto, as eleições na Madeira já seriam uma vergonhosa fraude, uma repugnante fraude e uma intolerável subversão das bases democráticas da República Portuguesa.

Edgar Silva em campanha pela CDU
 

03 outubro 2011

Ai, ai, que eu bem os topo !

Resposta firme a uma provocação


Primeiro foi esta espantosa notícia no DN de ontem que, se fossemos todos ingénuos, nos levaria a pensar que a PSP e as secretas cuidam mal da condidencialidade dos seus relatórios, ou antes, para nos deixarmos de punhos de renda, que estão é muito interessadas na divulgação de notícias desse tipo.

Depois veio, felizmente, o PCP pôr os pontos nos is


E, tudo visto e em breve, perdõem-me o tique de macaco velho mas, cuidado, quem anda tanto a falar de e a prever tumultos, bem pode, para ter razão, já ter o seu pessoal em campo precisamente para que eles aconteçam.

Rui Tavares no «Público» de ontem ou

... o federalismo sem lei nem roque



Que as crises podem ser grandes mas há sempre alguém que ganha com elas  é o que se mostra e está vendo por aí com um crescente descaro na defesa das teses e soluções federalistas à escala da União Europeia e de que começam ser a ser abertos protagonistas diversas personalidades também da área do BE. Ontem , no Público, em artigo de página inteira, Rui Tavares voltava a repetir com alguns desenvolvimentos a sua anterior proposta que se pode resumir nestas suas palavras: « Em Maio de 2014 há eleições europeias [preciso eu, para o Parlamento Europeu]. Nestas eleições deviam apresentar-se candidatos a Presidente da Comissão Europeia, à cabeça dos partidos pan-europeus [coitado do PCP que não pertence a nenhum!] que já existem. Esses homens e mulheres fariam campanha por todos os países e capitais da União, apreserntando o seu programa e legitimando democraticamente as opções que o vencedor viesse a apresentar à frente da Comissão (...)».

A esta tese já respondi em devido tempo em «o tempo das cerejas» que agora está defunto e só não reproduzo novamente esse post porque, ai esta desarrumação, de momento não sei da pen onde está esse enorme arquivo.

Mas não faz grande mal (quando aparecer, repito a sua pubicação), porque Rui Taavares presenteou-nos ontem com uma novidade de tomo ao afirmar com uma inexcedível segurança: «Quero notar apenas mais uma coisa: até agora não falei sobe mudanças de tratados. Por uma razão simples: não é preciso. Tudo o que até agora descrevi pode ser feito sem mudar os tratados, apenas com com consciencialização política e mobilização dos cidadãos(...)».

Eu sei que  a especialidade de Rui Tavares não é o Direito mas pensava eu que bastava um cisco de bom-senso e de cultura das instituições para se perceber que é absolutamente impossível, escabroso e rotundamente ilegal proceder a uma modificação institucional desta grandeza na UE sem que haja tratados que expressamente a indiquem ou contemplem, e mais, sem que a própria Constituição portuguesa ou de outros países o preveja (a soberania popular só se  exerce nas formas previstas nas Constituições).

Face a este soberano desprezo e displicente desconsideração de um federalista pelas regras do direito, quase me apetecia dizer que alguém não descarta a hipótese de uma espécie de «assalto revolucionário» a um Palácio de Inverno agora localizado em Bruxelas. Mas, pensando melhor, do que se trataria era de um verdadeiro golpe de Estado federalista.

02 outubro 2011

Se é «música que sobreleva las crises», como diz «El País»

... vamos então ouvir
O  Magnum Mysterium

de Tomás Luís de Vitória
(Espanha - 1548-1611)





pelo Ensemble Plus Ultra

Sobre as «singularidades» do "Público"

Acampada na hemeroteca



A partir de diversas queixas que foram apresentadas, centradas principalmente no escassíssima cobertura que o Público fez da última Festa do Avante !, José Queiroz, Provedor do Leitor daquele jornal, dedica o seu habitual espaço dos domingos a um texto intitulado «Singularidades do PCP e critérios editoriais».

Cabe-me registar, não esperava outra coisa, o esforço e o empenho de José Queiroz em evitar as costumeiras explicações simplistas dos mais altos responsáveis ou de muitos jornalistas daquele jornal e, do mal o menos, embora eu não partilhe obviamente desse ponto de vista, a orientação digamos salomónica das suas conclusões que se podem ilustrar por duas frases: «(....) O PCP tende, por razões instrumentais, a olhar para o conceito de pluralismo informativo na imprensa como sendo algo a executar a regra e esquadro. Não é.»; e «Muitos jornalistas e responsáveis editoriais tendem de facto a menorizar a informação sobre a actividade política do PCP (...)» por exemplo «por a considerarem demasiado prevísivel face à avidez pela novidade», condenando ainda J. Queiroz uma outra vertente, a do «puro preconceito».

Por uma vez na vida, apetece-me sobrevoar esta polémica nos seus termos mais concretos e antes salientar sem ser em direcção a José Queiroz mas sobretudo dando um testemunho pessoal para os leitores mais interessados nesta problemática:

1. A mais grossa questão envolvida neste assunto é o dos chamados «critérios editoriais» ou «critérios jornalísticos» que, como José Queiroz saberá melhor que eu, são as mais das vezes o território da maior subjectividade que imaginar se possa e frequentemente a cortina protectora para todo o tipo de acrimónias, discriminações e preconceitos.

2. Uma das minhas maiores dificuldades que já tive em diálogos pessoais com personalidades ligadas à comunicação social ou especialistas no sector, e até com aquelas dotadas de maior abertura intelectual e de  maior espírito crítico resume-se nisto e solução não tem: é que essas personalidades tem sobretudo uma memória geral ou difusa e um pensamento e reflexão globais sobre certos fenómenos enquanto eu tenho na memória centenas de casos concretos de manipulação e discriminação  contra o PCP e em violação de decentes «critérios jornalísticos». E tenho-a não apenas por causa das dezenas de cartas , exposições ou comunicados que escrevi em nome do PCP e no natural exercício de responsabilidades no meu partido mas também pelas muitas e muitas dezenas de crónicas de imprensa que publiquei, quer no Avante! quer no Semanário sobre esses e outros casos concretos, sem que 99,8% delas suscitasse qualquer resposta ou reacção dos visados.

3. Tivesse eu vida, idade e paciência para fazer uma acampada de 15 dias  na Hemeroteca Municipal de Lisboa e garanto-vos que bem podia editar com fac similes um ensaio ou, mais modestamente, um opúsculo, sobre a  grande tradição de isenção dos «critérios editoriais» do «Público» (onde, entre outras centenas, não poderiam deixar de figurar as inesquecíveis prosas de Duarte Moral quando acompanhava o PS, aquela mesma notícia sobre uma iniciativa qualquer de José Luís Judas, Barros Moura e outros que saiu três vezes só com meros retoques na ordenação dos parágrafos e, gloriosa época, as fotos de dirigentes do PCP em conferências de imprensa tiradas a partir do nível chão ou com «olho de peixe» (cheguei a desabafar na época que era melhor pôr alcatifa na sala de conferências de imprensa da Soeiro Pereira Gomes).

E, para o seu domingo, o trompete do venezuelano

Michael Simon





New York Encounter




01 outubro 2011

E, agora, senhores do governo...


...façam favor de dizer

que não deram por nada !



Hoje, é aqui...


... o lugar da nossa honra, da nossa
dignidade,
da nossa consciência
e da razão da nossa luta


e também porque

Peter, Paul & Mary cantam
This Land Is Your Land
de Woodie Guthrie


E, à noite,
para quem não for de longe
ou não estiver cansado



a partir das 19 hs. no
Largo de S. Carlos em Lisboa

Porque hoje é sábado (307)


Haydée Milanês

A sugestão musical deste sábado
destaca a cantora cubana
Haydée Milanês