31 outubro 2021

28 outubro 2021

Declaração para a acta

 Não, não reescrevo a história

Em editorial no «Público» de hoje, Manuel Carvalho vem dizer-nos que a dita «geringonça» se resumiu a uma « permanente transacção dos interesses do país em favor dos dogmas partidários ».

Face a esta grosseira falsificação e horrenda caricatura, talvez seja tempo de declarar para a acta que, ao contrário do que estão fazendo também algumas pessoas da esquerda consequente, não é hora de deitar fora o menino com a água do banho nem de reescrever a história.

Porque a verdade é que, independentemente do que cada um pensar do desfecho recente, a chamada «geringonça»(*), com os limites que já estavam assumidos no momento do seu nascimento, rectificou e anulou dezenas de medidas agressivas e orientações estuporadas impostas alegremente pelo governo PSD-CDS que tinham causado profundos sacrifícios e sofrimentos â maioria dos portugueses e deu importantes passos no sentido de lhes devolver respeito e esperança.

Que Manuel Carvalho desvalorize tudo isso e só veja nisso uma «permanente transacção dos interesses do país em favor dos dogmas partidários» é coisa que não pode causar espanto. Bem vistas as coisas, sempre houve aqueles cujo olhar e pensamento ficam sempre gostosamente prisioneiros do seu próprio estatuto social e padrão de vida.

(*) É inútil e absurdo pedir à «geringonça» o que ela não podia dar. A «geringonça» não foi uma coligação nem sequer um acordo de incidência parlamentar. Assentou sim num conjunto de posições comuns que nem sequer obrigavam a um voto favorável nos orçamentos. E nunca compreendi a exigência e interesse de alguns na celebração de acordos escritos em 2o19 porque nessa altura já não existiam graus de convergência que lhe pudessem dar base.

O tempo volta para trás

 Passos Coelho já regressou
 mas agora vestido de Paulo Rangel

Paulo Rangel na «Grande Entrevista» da RTP/3 que procurou transformar num glorioso tempo de antena da sua candidatura no PSD:
« Pedro Passos Coelho (...)
foi alguém que [como primeiro-
ministro] serviu Portugal
de forma extraordinária»

26 outubro 2021

Não são só os impostos

A outra actualidade

Para que também se saiba
 quando se enche o depósito

23 outubro 2021

Os portugueses têm memória

 Era só o que nos faltava


Sim, era só o que nos faltava vir o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do governo Passos/Portas vir dar sentenças sobre «prosperidade». Ainda se fosse sobre o «enorme aumento de impostos» de Vítor Gaspar e Paulo Núncio a gente admitia bem.

20 outubro 2021

Só 15 %

Viagem ao país real

Expresso online

 

18 outubro 2021

Colóquios

 Os 100 anos da
 Seara Nova no Aljube


às 17 horas

19 de Outubro de 2021, República e Resistência –
 com Luís Farinha e Levy Baptista

20 de Outubro de 2021, Seara Nova: Liberdade e Democracia – 
com Luís Andrade e Cecília Honório

21 de Outubro de 2021, Seareiros no Aljube –
com Fernando Correia e Alfredo Caldeira

17 outubro 2021

15 outubro 2021

Medida da PAF revogada

 Ainda bem.

«Os socialistas viabilizaram nesta sexta-feira, ao fim da manhã, os projectos de lei dos comunistas e dos bloquistas que repõem os valores pagos pelo trabalho suplementar prestado em dia útil ou em dia de descanso (incluindo nos feriados).

O PS absteve-se, assim como o PSD, o Chega e a IL. Só o CDS votou contra. Os restantes partidos e deputadas não-inscritas votaram a favor. Os sociais-democratas, que tradicionalmente têm votado contra as propostas dos partidos mais à esquerda de revogação destas normas, anunciaram a entrega de uma declaração de voto. uma declaraç

A surpresa acabou por ser, afinal, a posição do PSD, que deverá ser explicada na declaração de voto escrita que a bancada tem agora três dias para entregar. É que o corte no pagamento do trabalho extraordinário, no trabalho suplementar e no trabalho em dias de feriado foi introduzido pelo Governo PSD/CDS em 2012.» (Público) 

Nota: o diploma baixou para discussão na especialidade pelo que ainda não é certa a sua configuração final.

12 outubro 2021

Ainda não se habituaram

 Passaram seis anos
 mas continua a doer-lhes

Num editorial de comentário ao Orçamento, sentencia Manuel Carvalho no «Público» de hoje que «Um Governo sustentado pela esquerda suspeitosa da riqueza criada pela iniciativa privada não pode ir além de um Orçamento feito de cuidados paliativos».

Deixando de lado as fórmulas envenenadas (tipo «esquerda suspeitosa da riqueza criada pela iniciativa privada»),o que a frase de Manuel Carvalho desvenda é mais uma vez que o que ele e a direita continuam a não tolerar o que se passou na noite de 4 de Outubro de 2015 quando, contra as pretensões passistas e o conformismo do PS, o PCP declarou que o PS só não governaria se não quisesse. Por outras palavras, o que este pessoal continua a ter atravessado na garganta é que se tenha criado uma situação política em que PCP, BE e Verdes têm algum peso nas decisões e orientações de política nacional. Já era tempo de se habituarem.

09 outubro 2021

Falta de vergonha

 Cavaquices

Por muitas críticas que se façam ao PS e ao seu Governo, é bom afirmar que a autoridade da múmia é nula. Afinal, em todo o tempo da troika, ele nunca vislumbrou o dramático empobrecimento geral que então se verificou.

08 outubro 2021

Truques dispensáveis

 De o% para 0,9%
 em poucos dias

Num dia a ministra da Administração Pública anuncia que não haverá aumentos salariais para a função pública. Três dias depois o Governo anunciaque haverá um aumenro de 0,9%. Forçoso é concluir que o primeiro anúncio se destinou simplesmente a que o segundo anúncio gerasse comentários do género «afinal sempe há qualquer coisinha ». Bem se dispensavam estes truques quesão basante coxos face ao facto indiscutível de que a função pública tem em cima de si 11 anos de perda de poder de compra.

05 outubro 2021

Más notícias só depois dos votos

 Costa já o sabia mas
disso não falou durante
a campanha eleitoral
 para as autarquias

TSF

03 outubro 2021

01 outubro 2021

Palavras a mais seguidas de palavras a menos

Sobre a questão
do Chefe da Armada

Ele há coisas espantosas. Num dia, o Presidente da República, em tom solene, anuncia que há três equívocos na questão da exoneração antecipada do Chefe de Estado Maior da Armada que aliás faz questão de detalhar. À noite depois de uma reunião com o primeiro-ministro, publica um lacónico comunicado onde informa que os equívocos foram esclarecidos.

Conclusão : o país é informado pelo PR com detalhe da substância dos equívocos mas já não tem o direito de saber em que termos e em que sentido é que foram esclarecidos.

Desta situação parece talvez resultar uma evidência: temos um PR que fala demais quando talvez não devesse e que fala de menos quando talvez devesse falar mais.