31 dezembro 2016
Boas surpresas
E assim escreveu um
ex-assessor para assuntos constitucionais de Cavaco Silva
ex-assessor para assuntos constitucionais de Cavaco Silva
«(...) O segundo eixo estratégico, centrado nas aventuras armadas de
democratização do mundo islâmico, também fracassou. As “primaveras
árabes” terminaram num flop, com um total roll back no
Egito e a disseminação de guerras civis que, provocando centenas de
milhares de mortos, destruíram o Afeganistão, Iraque, Líbia e Síria,
convertendo-os em “fábricas de terroristas”. A par de um êxodo “bíblico”
de refugiados e imigrantes que inundaram a Europa, os EUA alimentaram
“ninhos de vespas” jihadistas nesses teatros de guerra, armando grupos
salafistas pró-sauditas. Nasceu neste melting pot um novo tipo
de terrorismo islâmico, de uma crueldade inédita desde os tempos de
Tamerlão que migrou de um Levante em chamas para explodir nas ruas do
Ocidente. (...)
Alepo é o símbolo da derrota desses obscuros jogos de poder, em que os
EUA e a UE estiveram ao lado de jihadistas e da filial síria da Al-Qaeda
para combater Putin, esquecendo que, sem a intervenção russa, a
bandeira do ISIS flutuaria em Dama» (...)
P.S. Carlos Blanco de Morais é Professor na Faculdade de Direito de Lisboa, foi juiz do TC e assessor de Cavaco Silva para assuntos constitucionais.
P.S. Carlos Blanco de Morais é Professor na Faculdade de Direito de Lisboa, foi juiz do TC e assessor de Cavaco Silva para assuntos constitucionais.
mais aqui (para quem tiver acesso)
30 dezembro 2016
29 dezembro 2016
Um ponto de vista
«The sense of disillusionment white American liberals woke up with on
Nov. 9 was powerful enough to taint the entire year with a sense of
doom. So many illusions were shattered by the election of Donald Trump:
about the media, polling, the Democrats’ vaunted ground game, the
fundamental character of our fellow citizens, the viability of the
American experiment. Even if the first 10 months and eight days of 2016
had been an era of unbounded inspiration and hope, the impact of Donald
Trump’s election would have outweighed them, reducing our optimism to a
historical footnote.»
Mais aqui
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26 dezembro 2016
25 dezembro 2016
24 dezembro 2016
23 dezembro 2016
No «Público» de hoje
Mais um serviço
público de Manuel Loff
público de Manuel Loff
23 de Dezembro de 2016, 6:12
"Do homem considerado em 2014 pela revista norte-americana Foreign
Policy como um dos 100 mais influentes “pensadores globais”, o mais
profundo que se lhe conhece são citações de Baden-Powell e exemplos do
seu passado de escuteiro com que preenche os seus discursos."
aqui para quem tiver acesso
22 dezembro 2016
Podemos estar cansados disto...
... mas há revistas
americanas que não se calam !
The Electoral College Desecrates
Democracy—Especially This Time
Trump may be the president-elect. But he has no mandate.
By John Nichols em «The Nation»
December 20, 2016
The Electoral College
was created 229 years ago as a check and balance against popular
sovereignty. And, with its formal endorsement of Donald Trump for the
presidency, this absurd anachronism has once again completed its mission
of desecrating democracy.
As of Monday afternoon, the actual vote count
in the race for the presidency was: Democrat Hillary Clinton
65,844,594, Republican Donald Trump 62,979,616. That’s a 2,864,978
popular-vote victory. Yet, when the last of the electors from the 50
states and the District of Columbia had completed their quadrennial
mission early Monday evening, the Electoral College vote was: Trump 304, Clinton 227.
So-called “faithless” electors
split from Trump and Clinton, casting votes for Vermont Senator Bernie
Sanders, former secretary of state Colin Powell, Ohio Governor John
Kasich, former congressman Ron Paul, and Native American elder (and
Dakota Access Pipeline critic) Faith Spotted Eagle.
The Electoral College’a voting for Trump was accompanied
by shouts of “Shame!” in states across the country. “These
unprecedented protests made clear that Donald Trump lost the popular
vote and has no real mandate,” explained the Progressive Change Campaign
Committee’s Adam Green. “Today’s show of resistance reminded the
political world that Trump does not represent the will of the people—and
it will embolden Democrats to fight Trump as he sides with big
international corporations at the expense of American workers.”
By most reasonable electoral measures, Clinton’s clear
popular-vote victory should have made her president. But the Electoral
College guards against reasonable measures. Because of decisions made
more than two centuries ago by a small group of white men who were not
enthusiastic about democracy, Trump’s Electoral College advantage trumps Clinton’s popular-vote win.
It does not work that way in other countries. It does not
work that way in contests in states across the United States, where the
candidates who secure the most votes win governorships and mayoralties,
seats in the US Senate and House of Representatives, and positions on
city councils, county boards, village boards, town boards, school
boards, and drainage commissions.
But it does work this way for president. As a result,
American presidents can be “elected” without winning the most votes—or
anything akin to a mandate.
Such is the case with Donald Trump.
Consider the numbers:
- 53.9 percent of Americans who cast ballots chose not to elect Donald Trump as their president. The vast majority of the anti-Trump votes went to Clinton, with the remainder going to candidates (such as Libertarian Gary Johnson and Green Jill Stein and independent Evan McMullin) who were harshly critical of Trump.
- 48.2 percent of Americans who cast ballots voted for Clinton for president, while just 46.1 percent voted for Trump. Clinton’s winning by a wider margin than John Kennedy in 1960, than Richard Nixon in 1968, than Jimmy Carter in 1976 or, of course, George W. Bush, the loser of the 2000 election who was awarded the presidency by the Electoral College.
- Trump’s 46.1 percent of the popular vote is a full percentage point below the support attained by Republican Mitt Romney in 2012. It is also less than the popular-vote percentages for Gerald Ford in 1976, for Al Gore in 2000, or for John Kerry in 2004. In other words, this year’s “winner” suffered a bigger popular-vote defeat than a good many losers in recent presidential elections.
- Trump won enough Electoral College votes to claim the presidency. But he fell far short of what might credibly be referred to the convincing victory he likes to suggest he has attained. In fact, as Nate Silver notes, Trump’s Electoral College advantage is “decidedly below-average.” “There have been 54 presidential elections since the ratification of the 12th Amendment in 1804,” explained Silver in November. “Of those 54 cases, Trump’s share of the electoral vote…ranks 44th.”
The point of going over the numbers is not to make Trump’s
critics feel good. The “billionaire populist” is now, formally and
certainly, the president-elect. But the numbers should strengthen the
spines of those who intend to oppose a Trump presidency. They can reject
his appointments, policies, and pronouncements with confidence that he
lacks the popular support of most Americans.
Massachusetts Senator Elizabeth Warren has argued,
correctly, that “Republicans are taking over Congress. They are taking
over the White House. But Republicans do not have majority support in
this country. The majority of voters supported Democratic Senate
candidates over Republican ones, and the majority supported a Democratic
presidential candidate over a Republican one.”
Warren is reminding her fellow Democrats that voters “didn’t
send us here to whimper, whine, or grovel. They sent us here to say
‘no’ to efforts to sell Congress to the highest bidder. They sent us
here to stand up for what’s right.”
The numbers support that argument. While Trump gained an
Electoral College majority on Monday, that does not change the fact
that most voters preferred someone else for the presidency.
Trump may be the president-elect. But he has no mandate.
21 dezembro 2016
19 dezembro 2016
17 dezembro 2016
Porque hoje é sábado ( )
Gaby Moreno
A sugestão musical deste sábado vai para
Gaby Moreno, uma cantora
nascida na Guatemala.
11 dezembro 2016
Com atraso mas ainda a tempo
Este tipo é
mesmo desprezível
mesmo desprezível
Há coisas que, de tal modo impossíveis de verificar, provar ou comprovar, nunca deviam ser trazidas ao discurso político de alguém. Sim, como é evidente, eu não posso jurar que nenhum comunista, na de 4 de Dezembro de 1980, tenha pedido num balcão qualquer um brandy ou um bagaço para celebrar a morte de Sá Carneiro. Assim, como Passos Coelho, não pode garantir, que nenhum membro do PSD, quando morreu Álvaro Cunhal, não tenha no remanso do lar ou fora dele aberto uma garrafa de champanhe. Isto devia ser evidente para qualquer pessoas decente mas, pelos vistos, não é manifesta e repetidamente o caso de Pedro Passos Coelho.
E, pronto, a pensar nos mais novos, e quanto a inventados «festejos comunistas», só quero lembrar que três dias depois se realizavam eleições presidenciais de 1980 cuja disputa estava dramaticamente centrada entre o gen. Soares Carneiro (apoiado pelo PSD e CDS) e o gen. Ramalho Eanes (apoiado pelo PS, mas não por Mário Soares, e pelo PCP.
Só quero lembrar que todas as atenções do PCP e dos comunistas estavam naturalmente absorvidas pelo temor dos eventuais efeitos daquele trágico acontecimento na votação de domingo seguinte, sobretudo tendo em conta que a RTP dirigida por Proença de Carvalho dedicou um directo de mais de seis horas aos funerais de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa no dia 6 de Dezembro, dia de reflexão e véspera da votação .
10 dezembro 2016
Porque hoje é sábado ( )
Terell Stafford
A sugestão musical de hoje é dedicada ao
trompetista norte-americano Terell Stafford.
trompetista norte-americano Terell Stafford.
03 dezembro 2016
Pontos nos is
Distracção ou coisa pior ?
Em artigo de opinião hoje no Público a jornalista São José Almeida escreve designadamente o seguinte: «Nomeadamente, no que diz respeito aos alinhamentos e ao discurso
sobre questões sobre as quais o PCP já foi claro no passado. Como é o
caso da forma como matiza a demarcação em relação às críticas ao que
foram os regimes comunistas de Leste, em particular na União Soviética.
Mas também na interpretação que faz dos regimes autodenominados
socialistas ou comunistas que existem hoje, de Cuba à China, não
esquecendo a Coreia do Norte.
Reduzir a solidariedade que
manifesta para com estas ditaduras ao facto de elas estarem cercadas
pelo imperialismo capitalista é quase uma argumentação pueril, que
esquece o totalitarismo e a opressão nesses países. E entra em
contradição profunda com a garantia, que as Teses juram e que Jerónimo
de Sousa reafirma na entrevista, de que o PCP não concebe um socialismo
que não tenha como característica estrutural e essencial a democracia.
Deixando no ar a dúvida sobre se o PCP tem vergonha de criticar os
poucos países que se dizem comunistas que restam ou se não é sincero
nas suas convicções democráticas.»
Sobre isto, e procurando deliberadamente a sobriedade, apenas dois pontos:
A autora destas afirmações que por sinal até assina hoje no jornal uma peça intitulada «As Teses de A a Z» pelos vistos não conseguiu tropeçar neste ponto 1.3.15 das Teses/projecto de Resolução Política do XX Congresso do PCP que reza :
«Os países que afirmam como orientação e objectivo a construção de sociedades socialistas – China, República Popular Democrática da Coreia, Cuba, Laos e Vietname –constituem, na sua grande diversidade de situações quanto ao grau de desenvolvimento económico e social e modelos sócio-políticos, um importante factor de contenção aos objectivos de domínio mundial do imperialismo. É hoje ainda mais claro que estes países são alvo de um conjunto de manobras de pressão económica e financeira, de desestabilização e ingerência, de ofensiva ideológica e de cerco geoestratégico que condicionam, a par com os efeitos da crise do capitalismo a que não estão imunes, o seu próprio desenvolvimento e opções de política económica e relações internacionais. Simultaneamente, e numa relação dialéctica entre questões internas e condições externas, os países que afirmam como orientação e objectivo a construção das sociedades socialistas enfrentam desafios e contradições que em alguns casos suscitam legítimas preocupações e dúvidas sobre a sua situação e evolução.
O PCP acompanha a evolução destes países e as orientações dos respectivos partidos comunistas, quer quanto às suas tarefas internas, quer quanto ao seu posicionamento na situação internacional. Rejeitando a ideia de modelos únicos de transformação social e afirmando o seu próprio projecto de construção de uma sociedade socialista em Portugal,o PCP considera que a evolução destes países deve continuar a merecer uma permanente e cuidada observação e análise, seja pelas experiências e realizações, seja pelas interrogações e discordâncias, algumas de princípio, suscitadas por certasrientações em alguns destes países, independentemente das suas particularidades,percurso e história, nomeadamente quanto a orientações que se distanciam de princípiose características de edificação de sociedades socialistas, seja no plano da organização económica, seja no plano do sistema político.»
Quanto ao mais, cabe perguntar porque raio haveria ou precisaria o PCP de, de quatro em quatro anos, em cada Congresso, voltar a repetir o que está escrito há bastante tempo no Programa de Partido, documento aliás de valor superior a qualquer Resolução de Congresso e de onde consta o seguinte (sobretudo para quem não souber ou tiver esquecido) :
«Apesar das grandes transformações e realizações democráticas
revolucionárias de carácter económico, social e cultural, acabou por
instaurar-se e instituir-se naqueles países em determinadas
circunstâncias históricas um «modelo» que violou características
essenciais de uma sociedade socialista e se afastou, contrariou e
afrontou aspectos essenciais dos ideais comunistas. Em vez do poder
político do povo, um poder excessivamente centralizado nas mãos de uma
burocracia cada vez mais afastado da intervenção e vontade das massas e
cada vez menos sujeito a mecanismos fiscalizadores da sua actuação. Em
vez do aprofundamento da democracia política, a acentuação do carácter
autoritário do Estado. Em vez de uma economia dinamizada pela
propriedade social dos principais meios de produção, uma economia
excessivamente estatizada desincentivando progressivamente o
empenhamento dos trabalhadores e a produtividade. Em vez de um partido
de funcionamento democrático, enraizado nas massas e delas recebendo
energias revolucionárias, um centralismo burocrático baseado na
imposição administrativa de decisões, tanto no partido como no Estado,
agravado pela fusão e confusão das funções do Estado e do partido. Em
vez de uma teoria viva e criativa, a sua dogmatização e
instrumentalização.
A experiência revela assim que a intervenção consciente e criadora
das massas populares é condição necessária e indispensável na construção
da sociedade socialista e que as soluções adoptadas para os mais
diversos problemas (organização económica, sistemas de gestão, estrutura
do Estado, política social, intervenção popular, cultura) têm de estar
constantemente sujeitas à verificação dos resultados, prontas à
correcção e à mudança quando necessárias, abertas ao constante
aperfeiçoamento e enriquecimento.
A experiência revela ainda que para impedir um distanciamento entre os governantes e as massas, o uso indevido do poder político, o abuso da autoridade, a não correspondência da política e das realidades com os objectivos definidos e proclamados do socialismo, desvios e deformações incompatíveis com a sua natureza – são essenciais o exercício efectivo do poder pelo povo, o controlo popular e a consideração permanente do aprofundamento da democracia.»
A experiência revela ainda que para impedir um distanciamento entre os governantes e as massas, o uso indevido do poder político, o abuso da autoridade, a não correspondência da política e das realidades com os objectivos definidos e proclamados do socialismo, desvios e deformações incompatíveis com a sua natureza – são essenciais o exercício efectivo do poder pelo povo, o controlo popular e a consideração permanente do aprofundamento da democracia.»
02 dezembro 2016
Sempre a aprender
Maravilhas da arte militar
Depois de ler no Público de hoje esta crónica de Rui Tavares exclusivamente dedicada aos «crimes», «barbaridades» e «crueldades» cometidas pelos russos no ataque ao Daesh em Alepo, fiquei definitivamente convencido que o ataque para a reconquista de Mossul ao Daesh decorre com uma precisão cirúrgica nunca vista, não provocando nenhumas carência alimentares ou de assistência médica às populações civis nem muitos menos a morte de inocentes, os aviões norte-americanos só despejam panfletos e o fogo de tanques, de artilharia e de morteiros beneficia de novas tecnologias que permitem distinguir já em trajectória um jihadista de um pacífico cidadão curdo.