CDU volta a eleger
2 vereadores na C.M. de Lisboa
30 setembro 2013
Um facto objectivo
CDU - a única força da oposição
que sobe em votos e percentagem(*)
que sobe em votos e percentagem(*)
Percentagens segundo os resultados
oficiais às 14 hs. de hoje
(*) Quando a abstenção aumenta - e agora aumentou 6 pontos percentuais- o crescimento em número de votos é muito mais díficil mas ainda assim, enquanto o PS o BE não atingirão o nº de votos de 2009, a CDU deve aumentar ligeiramente.
Perderam a cabeça
Ena, ena, que grande generosidade,
há uma referência à CDU
na 1ª página do Público
há uma referência à CDU
na 1ª página do Público
Como o que está a dar é a conversa desproporcionada (e deconveniência antipartidos) sobre os «independentes» ( até parece que foram todos casos de sucesso e não foram), talvcez voltar ao que se escreveu aqui.
P.S. :Sinceramente há maneiras de dizer que não entendo: é o caso de umas linhas de Daniel Oliveira no «arrastão» inseridas num post que parece sobretudo querer dar gás a António Costa (mas este é mais à esquerda que Seguro ?) onde a dado passo nos conta: «Fiz um exercício: escrevi o excerto que se segue na
tarde do dia das eleições, antes de se conhecerem os resultados. Para
impedir que eles influenciassem aquilo que me pareciam ser as condições
em que o cenário político poderia realmente mudar. Aqui vai:
- Para que estas eleições tivessem efeitos na
sobrevivência deste governo era preciso que a derrota do PSD fosse
comparável à que Guterres sofreu em 2001.(...).
Ora, a este respeito, quero insistir que, se fosse assim,o governo já estaria a caminho da demissão, porque, apesar de toda a imprensa omitir o que aqui demonstrei, o pior resultado de sempre (medido no que mais importa, ou seja, os votos dos cidadãos) é não apenas do PSD mas do PSD, do CDS e das suas coligações, o que dá uma derrota muito superior à que se atribui ao PS em 2001. E quero recordar que em 2001 o PS obteve 34% dos votos o que não é escandalosamente abaixo dos 36% agora alcançados.
29 setembro 2013
Desta vez ninguém conseguirá assobiar para o lado
Para além da conquista da Presidência de Câmaras como Loures, Évora, Beja, Silves, Vila Viçosa, Alandroal, Álcacer do Sal, Grândola, Monforte, Cuba , a par da manutenção de 25 das 28 de que já dispunha, a transformação de algumas maiorias relativas em absolutas, o aumento considerável de mandatos no conjunto do país, o que os resultados finais certamente indicarão é um importante reforço da influência eleitoral do PCP e da CDU medida no número de votos recebidos dos cidadãos (apesar do aumento da abstenção) e a percentagem obtida, elemento muito relevante para o curso da vida política nacional e para o retomar, com nova energia e acrescidos fundamentos, da exigência nacional de que o governo vá para a rua e que o País conquiste, tão cedo e tão solidamente quanto possível, uma nova política.
Derrota estrondosa a que o CDS não pode escapar
Direita governante
(PSD, CDS e suas coligações)
obtém o pior resultado
autárquico de sempre !
2. As percentagens tanto do PS como do PSD em 1985 merecem a reserva de que os resultados oficiais não puderam ter em conta que, nesse ano, já com Cavaco Silva como líder do PSD e Primeiro-ministro, houve mais de 40 coligações informais entre o PS e o PSD em outros tantos concelhos de gestão APU. Como as coligações formais foram inviabilizadas por vícios legais, o que se verificou foi um sistema de «listas cruzadas» entre os dois partidos (em regra, o PS apresentou listas para as CM integrando candidatos do PSD e este apresentou listas para as AM integrando candidatos do PS).
(PSD, CDS e suas coligações)
obtém o pior resultado
autárquico de sempre !
Adenda em 2/10:
Se o título deste post já era verdadeiro com os 37,85% que na imagem lhe eram atribuídos, ainda passa a ser mais brutalmente verdadeiro se se tiver em conta que o resultado final e definitivo de todas as formas de concorrência dos partidos governantes se ficou pelos 32,45%. Entretanto, vá--se lá saber porquê, ninguém nos media ou nos blogues repete este dado que eu lancei mas também ninguém o desmente.
Notas:
Se o título deste post já era verdadeiro com os 37,85% que na imagem lhe eram atribuídos, ainda passa a ser mais brutalmente verdadeiro se se tiver em conta que o resultado final e definitivo de todas as formas de concorrência dos partidos governantes se ficou pelos 32,45%. Entretanto, vá--se lá saber porquê, ninguém nos media ou nos blogues repete este dado que eu lancei mas também ninguém o desmente.
Notas:
1. Esta agregação de resultados de todas as formas de concorrência da direita desde 1976 baseia-se nos resultados constantes da página da CNE, o que significa que podem apresentar insignificantes diferenças em relação aos resultados finais oficiais.
2. As percentagens tanto do PS como do PSD em 1985 merecem a reserva de que os resultados oficiais não puderam ter em conta que, nesse ano, já com Cavaco Silva como líder do PSD e Primeiro-ministro, houve mais de 40 coligações informais entre o PS e o PSD em outros tantos concelhos de gestão APU. Como as coligações formais foram inviabilizadas por vícios legais, o que se verificou foi um sistema de «listas cruzadas» entre os dois partidos (em regra, o PS apresentou listas para as CM integrando candidatos do PSD e este apresentou listas para as AM integrando candidatos do PS).
3. Este trabalho de agregação dos resultados obtidos em conjunto pelo PSD, CDS e suas coligações ao longo do tempo revelou, a contrario sensu, um facto porventura menos conhecido mas muito importante: é que, embora o PSD em diversas autárquicas tenha tido o maior número de Câmaras,
Antes fosse só serradura na cabeça
«Bola preta» para o Público
Até pode ser que a parte cercada a vermelho deste subtítulo do Público de hoje não influencie nem um único voto nas eleições de hoje. Mas nem por isso deixa de merecer ficar, se não for coisa pior, como um acto de ligeireza, imponderação e falta de cultura democrática. Se, por extrema patetice ou descarada má-fé, tivesse sido a manchete, muito mais gente teria notado este perfeito despautério em dia de votação. Mas, para mim, do ponto de vista dos princípios democráticos e do bom senso, é a mesma coisa.
28 setembro 2013
27 setembro 2013
O país tremeu e...
... eu já não vou
conseguir dormir esta noite
conseguir dormir esta noite
«P.S.: O Tribunal Constitucional constitucionalizou ontem a velha máxima de que «a antiguidade é um posto». A irracionalidade chegou a tal ponto que eu, que tenho defendido que o problema é mais a interpretação da Constituição do que a sua letra, começo a achar que a Constituição é mesmo um obstáculo inamovível no caminho das mais ténues reformas».(José Manuel Fernandes, hoje no «Público»)
Onde está o Wally ?
Sempre colaborando
com as autoridades
com as autoridades
Qualquer pilha-galinhas teria,
pelo menos, pulseira electrónica.
pelo menos, pulseira electrónica.
26 setembro 2013
Para a Grande História da Indecência
O Zorrinho abstencionista saúda o
resultado do trabalho dos outros
resultado do trabalho dos outros
Acrescente-se só que o PS se absteve neste gravoso diploma e que não foram os seus deputados mas o do PCP, do BE e dos Verdes que pediram ao TC a apreciação da inconstitucionalidade destas normas. Ler mais aqui. Em suma, a três dias das eleições, o líder parlamentar do PS resolver mudar o nome para Carlos Cuco Zorrinho.
O rigor é uma grandessíma chatice !
Uma distorção com
alguma dose de perversidade
ver aqui
alguma dose de perversidade
Tal como noutras ocasiões de um passado recente mas agora talvez mais intensamente, todos nós já ouvimos e lemos nos jornais, rádios e televisões, a respeito das próximas eleições autárquicas, milhares e mihares de referências às «listas de independentes» ou às «candidaturas de independentes».
Embora possa passar por chato e miudinho e me esteja a colocar em frente a um Alfa Pendular em movimento, entendo útil lembrar que estas formulações, podendo em parte compreender-se por atavismo ou razões de facilidade ( a opção é entre três ou sete palavras), representam uma distorção semântica que induz em confusões perversas.
Na verdade, como se poderá ver em baixo, não há nem na Constituição nem na Lei Eleitoral para as Autarquias nesta matéria qualquer referência a «independentes» falando-se sim em candidaturas apresentadas por «grupos de cidadãos eleitores» (fala-se sim de «independentes» mas a respeito da sua inclusão nas listas propostas por partidos, o que no caso presente das listas da CDU representam cerca de 40% dos seus candidatos). E, juridica e politicamente, não podia ser de outro modo porque em caso algum poderia ser vedado a um cidadão filiado num partido um direito concedido a outros que o não sejam.
Se estou disposto a conceder que a generalização destas referências aos «independentes» nos media se deve ou a atavismo ou razões de facilidade de expressão, já considero entretanto gravíssimo que uma entidade como a Comissão Nacional das Eleições ostente dentro do seu sítio uma página assim:
ver aqui
P.S.:
Como há uma lista que se chama
«Cidadãos por Coimbra» , aproveito
para, sustentado no conhecimento
pessoal de muitos, informar que
as listas dos partidos também são
constituídas por cidadãos,
não vá alguém pensar que
pessoal de muitos, informar que
as listas dos partidos também são
constituídas por cidadãos,
não vá alguém pensar que
são integradas por extra-terrestres.
________________
________________
Constituição:-
Lei Eleitoral para as Autarquias Locais
30-organismos-30 !!!
Confesso a minha inveja do homem
para quem o dia devia ter 48 horas
para quem o dia devia ter 48 horas
Público online
P.S.: a confissão que está no título é evidentemente irónica ou retórica porque, na verdade, na minha idade e estado de espírito era uma grande chatice o dia ter 48 horas e, quanto aos 30 organismos também a coisa não me conviria porque, qual cientista distraído, o mais certo era estar sempre a saltar do set de um filme de romanos para um de western ou a imitar aqueles Presidentes dos EUA que, quando desembarcam na América Latina, logo trocam os nomes dos países a que chegam.
25 setembro 2013
Salvo melhor opinião
Um equívoco de André Freire
Em artigo hoje publicado no Público, com o título acima, o estimado Prof. André Freire introduz um critério de apreciação de resultados dessas eleições que lá original me parece ser (pelo menos, não me lembro de, desde 1976, alguma vez o ter visto formulado) mas que me parece ser completamente artificial e até um pouco absurdo.
Com efeito, escreve ele : « Um primeiro critério [para a definição do que é uma vitória nas autárquicas] pode ser o PS ter mais votosdo que o PSD, oun as esquerdas terem mais votos que as direitas. Porém, a questão que se coloca é, tal como em 2009, como contar ? Nessas autárquicas , o PSD teve cera de 1 milhão e 300 mil votos , 22,9%, e o PS mais de 2 milhões, 37,7%. Mas quando contamos o PSD com os seus aliados à direita, o caso muda de figura: com cerca de 214 mil votos [?] (38,6%) [estes últimos números de A. Freire parecem-me todos gatados pois, pelas minhas contas, PSD, CDS e os seus diversos tipos de coligações somaram então cerca de 2.300.000. votos e 43%], as direitas ganharam ao PS. É sempre o grande trunfo das direitas e o calcanhar de Aquiles das esquerdas: as primeiras conseguem somar, as segundas não.»
Com toda delicadeza, o que me parece haver nestas palavras é uma coisa nunca feita em Portugal, a saber, passar da constatação de que à direita há mais facilidade de conseguirem entendimentos governativos do que à «esquerda» para a proibição de, em ainda por cima eleições locais, somar os votos do PS, da CDU e do BE e concluir que eles foram mais ou menos dos que os recebidos pelos partidos de direita, agora partidos de governo. Nem em legislativas isso jamais se fez, porque conjecturas ou previsões sobre dificuldades de entendimento governativo entre PS, PCP e BE nunca impediram de dizer que a oposição, em conjunto, tinha alcançado mais ou menos votos que os partidos do governo em conjunto e dái extrair os correspondentes significados e sinais políticos.
É este o ponto essencial mas ainda posso terminar perguntando ao Prof. André Freire : porque é que em autárquicas os votos do conjunto PSD e CDS seriam os únicos a ser sempre somáveis se, parte deles, até foi obtida em concorrência e disputa de um com o outro ?.
Olhem que é preciso coragem
Quando uma revista faz,
ela sim, a honra da América
ela sim, a honra da América
a ler o resto do artigo aqui
e ainda a este propósito :
Edição (2011) da Oxford University Press (EUA),
416 ps., $22,16.
416 ps., $22,16.
apresentação:
Americans are greatly concerned about the number of our troops killed in battle--100,000 dead in World War I; 300,000 in World War II; 33,000 in the Korean War; 58,000 in Vietnam; 4,500 in Iraq; over 1,000 in Afghanistan--and rightly so. But why are we so indifferent, often oblivious, to the far greater number of casualties suffered by those we fight and those we fight for?
This is the compelling, largely unasked question John Tirman answers in The Deaths of Others. Between six and seven million people died in Korea, Vietnam, and Iraq alone, the majority of them civilians. And yet Americans devote little attention to these deaths. Other countries, however, do pay attention, and Tirman argues that if we want to understand why there is so much anti-Americanism around the world, the first place to look is how we conduct war. We understandably strive to protect our own troops, but our rules of engagement with the enemy are another matter. From atomic weapons and carpet bombing in World War II to napalm and daisy cutters in Vietnam and beyond, we have used our weapons intentionally to kill large numbers of civilians and terrorize our adversaries into surrender. Americans, however, are mostly ignorant of these facts, believing that American wars are essentially just, necessary, and "good." Tirman investigates the history of casualties caused by American forces in order to explain why America remains so unpopular and why US armed forces operate the way they do.
Trenchant and passionate, The Deaths of Others forces readers to consider the tragic consequences of American military action not just for Americans, but especially for those we fight.»
Americans are greatly concerned about the number of our troops killed in battle--100,000 dead in World War I; 300,000 in World War II; 33,000 in the Korean War; 58,000 in Vietnam; 4,500 in Iraq; over 1,000 in Afghanistan--and rightly so. But why are we so indifferent, often oblivious, to the far greater number of casualties suffered by those we fight and those we fight for?
This is the compelling, largely unasked question John Tirman answers in The Deaths of Others. Between six and seven million people died in Korea, Vietnam, and Iraq alone, the majority of them civilians. And yet Americans devote little attention to these deaths. Other countries, however, do pay attention, and Tirman argues that if we want to understand why there is so much anti-Americanism around the world, the first place to look is how we conduct war. We understandably strive to protect our own troops, but our rules of engagement with the enemy are another matter. From atomic weapons and carpet bombing in World War II to napalm and daisy cutters in Vietnam and beyond, we have used our weapons intentionally to kill large numbers of civilians and terrorize our adversaries into surrender. Americans, however, are mostly ignorant of these facts, believing that American wars are essentially just, necessary, and "good." Tirman investigates the history of casualties caused by American forces in order to explain why America remains so unpopular and why US armed forces operate the way they do.
Trenchant and passionate, The Deaths of Others forces readers to consider the tragic consequences of American military action not just for Americans, but especially for those we fight.»
24 setembro 2013
Muito a propósito destes tempos
Ai, Sttau, a falta que fazes !
(clicar para aumentar e depois fazer zoom)
A redacção da «Guidinha» (Luís de Sttau Monteiro) no suplemento «A Mosca» do «Diário de Lisboa» de 8 de Outubro de 1973. (Imagem colhida no blogue portadaloja.blogspot.com)
Neste dia
Há 40 anos, a proclamação
da independência da Guiné-Bissau
Amílcar Cabral, assassinado oito meses antes
da independência da Guiné-Bissau
Aristides Pereira, intervindo na Assembleia Nacional Popular
Amílcar Cabral, assassinado oito meses antes
23 setembro 2013
Um grande poeta que parte
António Ramos Rosa
(1924-2013)
A Partir da Ausência
Imaginar a forma
doutro ser Na língua,
proferir o seu desejo
O toque inteiro
Não existir
Se o digo acendo os filamentos
desta nocturna lâmpada
A pedra toco do silêncio densa
Os veios de um sangue escuro
Um muro vivo preso a mil raízes
Mas não o vinho límpido
de um corpo
A lucidez da terra
E se respiro a boca não atinge
a nudez una
onde começo
Era com o sol E era
um corpo
Onde agora a mão se perde
E era o espaço
Onde não é
O que resta do corpo?
Uma matéria negra e fria?
Um hausto de desejo
retém ainda o calor de uma sílaba?
As palavras soçobram rente ao muro
A terra sopra outros vocábulos nus
Entre os ossos e as ervas,
uma outra mão ténue
refaz o rosto escuro
doutro poema
in "A Nuvem Sobre a Página"
(1924-2013)
A Partir da Ausência
Imaginar a forma
doutro ser Na língua,
proferir o seu desejo
O toque inteiro
Não existir
Se o digo acendo os filamentos
desta nocturna lâmpada
A pedra toco do silêncio densa
Os veios de um sangue escuro
Um muro vivo preso a mil raízes
Mas não o vinho límpido
de um corpo
A lucidez da terra
E se respiro a boca não atinge
a nudez una
onde começo
Era com o sol E era
um corpo
Onde agora a mão se perde
E era o espaço
Onde não é
O que resta do corpo?
Uma matéria negra e fria?
Um hausto de desejo
retém ainda o calor de uma sílaba?
As palavras soçobram rente ao muro
A terra sopra outros vocábulos nus
Entre os ossos e as ervas,
uma outra mão ténue
refaz o rosto escuro
doutro poema
in "A Nuvem Sobre a Página"
Hoje
Nos 40 anos sobre
a morte de Pablo Neruda
cuántas historias, luchas, desengaños, victorias
que he llevado por años en el corazòn para decirlos, pensamientos
y saludos. Saludos de las nieves andinas,
saludos del Océano Pacífico, palabras que roe han dicho
al pasar los obreros, los mineros, los albañiles, todos
los pobladores de mi patria lejana.
Qué me dijo la nieve, la nube, la bandera?
Qué secreto me dijo el marinero?
Qué me dijo la niña pequeñita dándome unas espigas?
Un mensaje tenían: era: Saluda a Prestes.
Búscalo, me decían, en la selva o el río.
Aparta sus prisiones, busca su celda, llama.
Y si no te permiten hablarle, míralo hasta cansarte
y cuéntanos mañana lo que has visto.
Hoy estoy orgulloso de verlo rodeado
de un mar de corazones victoriosos.
Voy a decirle a Chile: “Lo saludé en el aire
de las banderas libres de su pueblo”.
Yo recuerdo en París, hace años, una noche
hablé a la multitud, vine a pedir ayuda
para España republicana, para el pueblo en su lucha.
España estaba llena de ruinas y de gloria.
Los franceses oían mi llamado en silencio.
Les pedí ayuda en nombre de todo lo que existe
y les dije: “Los nuevos héroes, los que en España luchan, mueren,
Modesto, Líster, Pasionaria, Lorca,
son hijos de los héroes de América, son hermanos
de Bolívar, de 0′Higgins, de San Martín, de Prestes”.
Y cuando dije el nombre de Prestes fue como un rumor, inmenso
en el aire de Francia: París lo saludaba.
Viejos obreros con los ojos húmedos
miraban hacia el fondo del Brasil y hacia España.
Os voy a contar aún otra pequeña historia.
Junto a las grandes minas de carbòn, que avanzan bajo el mar
en Chile, en el frío puerto de Talcahuano,
llegò una vez, hace tiempo, un carguero soviético.
(Chile no establecía aún relaciones
con la Uniòn de Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Por eso la policía estúpida
prohibiò bajar a los marinos rusos,
subir a los chilenos.)
Cuando llegò la noche
vinieron por millares los mineros desde las grandes minas,
hombres, mujeres, niños, y desde las colinas
con sus pequeñas lámparas mineras,
toda la noche hicieron señales encendiendo
y apagando
hacia el barco que venía de los puertos soviéticos.
Aquella noche oscura tuvo estrellas:
las estrellas humanas, las lámparas del pueblo.
Hoy también desde los rincones
de nuestra América, desde México libre,
desde el Alto Perú sediento,
desde Cuba, desde Argentina populosa,
desde Uruguay, refugio de hermanos asilados,
el pueblo te saluda, Prestes, con sus pequeñas lámparas
en que brillan las altas esperanzas del hombre.
Por eso me mandaron por el aire de América,
para que te mirara y les contara luego
còmo eras, qué decía su capitán callado
por tantos años duros de soledad y sombra.
Voy a decirles que no guardas odio.
Que sòlo quieres que tu patria viva.
Y que la libertad crezca en el fondo
del Brasil como un árbol eterno.
Yo quisiera contarte, Brasil, muchas cosas calladas,
llevadas estos anos entre la piel y el alma,
sangre, dolores, triunfos, lo que deben decirse
los poetas y el pueblo: será otra vez, un día.
Hoy pido un gran silencio de volcanes y ríos.
Un gran silencio pido de tierras y varones.
Pido silencio a América de la nieve a la pampa.
Silencio: La Palabra al Capitán del Pueblo.
Silencio: Que el Brasil hablará por su boca.
Vídeo do Comício do Pacaembu
(S.Paulo) em 1945 onde Neruda leu o poema acima.
a morte de Pablo Neruda
Foto em L'Humanité de hoje
Dicho en Pacaembu (Brasil, 1945)
Tu És em Mim Profunda Primavera
O sabor da tua boca e a cor da tua pele,
pele, boca, fruta minha destes dias velozes,
diz-me, sempre estiveram contigo
por anos e viagens e por luas e sóis
e terra e pranto e chuva e alegria,
ou só agora, só agora
brotam das tuas raízes
como a água que à terra seca traz
germinações de mim desconhecidas
ou aos lábios do cântaro esquecido
na água chega o sabor da terra?
Não sei, não mo digas, tu não sabes.
Ninguém sabe estas coisas.
Mas, aproximando os meus sentidos todos
da luz da tua pele, desapareces,
fundes-te como o ácido
aroma dum fruto
e o calor dum caminho,
o cheiro do milho debulhado,
a madressilva da tarde pura,
os nomes da terra poeirenta,
o infinito perfume da pátria:
magnólia e matagal, sangue e farinha,
galope de cavalos,
a lua poeirenta das aldeias,
o pão recém-nascido:
ai, tudo o que há na tua pele volta à minha boca,
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo a terra que tu és:
tu és em mim profunda primavera:
volto a saber em ti como germino.
in "Os Versos do Capitão"
O sabor da tua boca e a cor da tua pele,
pele, boca, fruta minha destes dias velozes,
diz-me, sempre estiveram contigo
por anos e viagens e por luas e sóis
e terra e pranto e chuva e alegria,
ou só agora, só agora
brotam das tuas raízes
como a água que à terra seca traz
germinações de mim desconhecidas
ou aos lábios do cântaro esquecido
na água chega o sabor da terra?
Não sei, não mo digas, tu não sabes.
Ninguém sabe estas coisas.
Mas, aproximando os meus sentidos todos
da luz da tua pele, desapareces,
fundes-te como o ácido
aroma dum fruto
e o calor dum caminho,
o cheiro do milho debulhado,
a madressilva da tarde pura,
os nomes da terra poeirenta,
o infinito perfume da pátria:
magnólia e matagal, sangue e farinha,
galope de cavalos,
a lua poeirenta das aldeias,
o pão recém-nascido:
ai, tudo o que há na tua pele volta à minha boca,
volta ao meu coração, volta ao meu corpo,
e volto a ser contigo a terra que tu és:
tu és em mim profunda primavera:
volto a saber em ti como germino.
in "Os Versos do Capitão"
Dicho en Pacaembu (Brasil, 1945)
(Canto General)
Cuántas cosas quisiera decir hoy, brasileños,cuántas historias, luchas, desengaños, victorias
que he llevado por años en el corazòn para decirlos, pensamientos
y saludos. Saludos de las nieves andinas,
saludos del Océano Pacífico, palabras que roe han dicho
al pasar los obreros, los mineros, los albañiles, todos
los pobladores de mi patria lejana.
Qué me dijo la nieve, la nube, la bandera?
Qué secreto me dijo el marinero?
Qué me dijo la niña pequeñita dándome unas espigas?
Un mensaje tenían: era: Saluda a Prestes.
Búscalo, me decían, en la selva o el río.
Aparta sus prisiones, busca su celda, llama.
Y si no te permiten hablarle, míralo hasta cansarte
y cuéntanos mañana lo que has visto.
Hoy estoy orgulloso de verlo rodeado
de un mar de corazones victoriosos.
Voy a decirle a Chile: “Lo saludé en el aire
de las banderas libres de su pueblo”.
Yo recuerdo en París, hace años, una noche
hablé a la multitud, vine a pedir ayuda
para España republicana, para el pueblo en su lucha.
España estaba llena de ruinas y de gloria.
Los franceses oían mi llamado en silencio.
Les pedí ayuda en nombre de todo lo que existe
y les dije: “Los nuevos héroes, los que en España luchan, mueren,
Modesto, Líster, Pasionaria, Lorca,
son hijos de los héroes de América, son hermanos
de Bolívar, de 0′Higgins, de San Martín, de Prestes”.
Y cuando dije el nombre de Prestes fue como un rumor, inmenso
en el aire de Francia: París lo saludaba.
Viejos obreros con los ojos húmedos
miraban hacia el fondo del Brasil y hacia España.
Os voy a contar aún otra pequeña historia.
Junto a las grandes minas de carbòn, que avanzan bajo el mar
en Chile, en el frío puerto de Talcahuano,
llegò una vez, hace tiempo, un carguero soviético.
(Chile no establecía aún relaciones
con la Uniòn de Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Por eso la policía estúpida
prohibiò bajar a los marinos rusos,
subir a los chilenos.)
Cuando llegò la noche
vinieron por millares los mineros desde las grandes minas,
hombres, mujeres, niños, y desde las colinas
con sus pequeñas lámparas mineras,
toda la noche hicieron señales encendiendo
y apagando
hacia el barco que venía de los puertos soviéticos.
Aquella noche oscura tuvo estrellas:
las estrellas humanas, las lámparas del pueblo.
Hoy también desde los rincones
de nuestra América, desde México libre,
desde el Alto Perú sediento,
desde Cuba, desde Argentina populosa,
desde Uruguay, refugio de hermanos asilados,
el pueblo te saluda, Prestes, con sus pequeñas lámparas
en que brillan las altas esperanzas del hombre.
Por eso me mandaron por el aire de América,
para que te mirara y les contara luego
còmo eras, qué decía su capitán callado
por tantos años duros de soledad y sombra.
Voy a decirles que no guardas odio.
Que sòlo quieres que tu patria viva.
Y que la libertad crezca en el fondo
del Brasil como un árbol eterno.
Yo quisiera contarte, Brasil, muchas cosas calladas,
llevadas estos anos entre la piel y el alma,
sangre, dolores, triunfos, lo que deben decirse
los poetas y el pueblo: será otra vez, un día.
Hoy pido un gran silencio de volcanes y ríos.
Un gran silencio pido de tierras y varones.
Pido silencio a América de la nieve a la pampa.
Silencio: La Palabra al Capitán del Pueblo.
Silencio: Que el Brasil hablará por su boca.
Vídeo do Comício do Pacaembu
(S.Paulo) em 1945 onde Neruda leu o poema acima.
(poema e vídeo copiados do blogue
«A Viagem dos Argonautas»de Carlos Loures)
«A Viagem dos Argonautas»de Carlos Loures)
A minha manchete
Merkel arrasa mas maioria
parlamentar anterior vai à vida
parlamentar anterior vai à vida
A ZDF logo às 22 hs. de ontem
e a repartição final dos deputados confirmou: