31 maio 2012
O dia de ontem na AR
Se eu fizesse manchetes
foto na 1ª página do Público
Quem, por sorte, tenha ontem ouvido na SIC Notícias o comentário do jornalista Filipe Santos Costa (suponho que não há vídeo) ao dia parlamentar não pode deixar de concordar que este caso está cheio de contradições várias e detalhes estranhos e que, por uma vez, são os detalhes que ajudam a iluminar tudo o que Passos Coelho e Relvas querem obscurecer.
Número dedicado a Urbano Tavares Rodrigues
Se encontrar numa livraria...
... não deixe comprar (por 10 E.) o nº 16 da interessante revista TEXTOS E PRETEXTOS, editada pelo Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras de Lisboa e integralmente dedicado a Urbano Tavares Rodrigues. Este número inclui designadamente dois ensaios de Catarina Nunes de Almeida e Paulo Alexandre Pereira, testemunhos de Baptista-Bastos, Kelly Basílio, Lourdes Câncio Martins, Manuel da Silva Ramos, Maria Graciete Besse, Maria Graciete Gomes da Silva, Nuno Júdice, Paulo Mendes Coelho e Teolinda Gersão, uma cronologia da vida e obra de UTR e uma entrevista com o escritor.
30 maio 2012
Estará tudo explicado ?
Contribuição para o
perfil do Álvaro ministro
perfil do Álvaro ministro
Por pura casualidade, ontem, em Vila Franca de Xira, um meu camarada resolveu mostrar-me, ao vivo e a cores, um livro que tinha recentemente comprado barato e por ter ficado intrigado com o título e o autor. Aí fica a capa e o estimulante topo da contracapa (em fotocópia a preto e branco) da obra (parece que de ficção), editada pela editora Guerra e Paz. Curiosamente, no sítio da editora, o nome do livro é referido na biografia do autor mas o livro não aparece no catálogo. Só faltando dizer que, na brevidade daquele encontro, não tive oportunidade de saber se também foi Deus que criou a austeridade.
Raquel Varela «dixit» ou...
... a revolução é só querê-la !
A historiadora e blogger Raquel Varela aqui e sem que me apeteça dizer nada que perturbe o simplismo e as caricaturas da autora.
29 maio 2012
O tempo da questão de fundo
Faltam muitas fotos nestas notícias
Até aqui, talvez por razões de epiderme, tinha evitado escrever sobre o chamado caso das «secretas», o que também se justificava porque muitos outros têm dito o essencial e acertado na mouche.
Escrevo para sublinhar que o centro das atenções não deve ficar reduzido a Silva Carvalho e seus comparsas mais directos que já foram objecto de uma acusação pelo Ministério Público caracterizada por uma devastadora densidade de factos concretos.
Agora, o essencial é obter resposta sobre como foi possível tudo isto acontecer nos serviços de informações e saber o que por lá continuará a acontecer. Agora importa perceber porque é que o Prtimeiro-Ministro correu a manter a confiança política em Júlio Pereira, o homem diante de cujas inexistentes barbas tudo se passou. Agora importa regressar ao tema da fiscalização dos serviços de informações e recordar quantas vezes o Presidente do Conselho de Fiscalização eleito pela AR disse que estava sempre tudo bem. Agora importa lembrar que em todas as revisões constitucionais, o PCP propôs que o citado Conselho de Fiscalização integrasse todos os partidos parlamentares e não apenas o PS e o PSD, o que obviamente nunca foi aceite debaixo do juízo reservado e nunca claramente enunciado da boca para fora de que potenciais vigiados pelos serviços não podem vigiar os serviços.
E já que Passos Coelho vai falar nisto na AR, importa encostá-lo às cordas sem dó nem piedade (mesmo que tenham sido outros a considerar que Silva Carvalho reunia qualidades e ser nomeado para o lugar).
28 maio 2012
As agências de comunicação e o governo
Como eles falam
No passado sábado, na edição do Público, uma peça sobre a questão das «secretas» terminava assim (sublinhados meus) : «Outra curiosidade: A Ongoing é assessorada pela Cunha Vaz e Associados, que tem um profissional destacado no gabinete de Miguel Relvas. "Confirmo que a empresa tem um profissional requisitado pelo gabinete do ministro Relvas, à semelhança do que acontece com as restantes empresas de Consultadoria em Comunicação, que também colocaram colaboradores noutros gabinetes». António Cunha Vaz garante não ter negócios com o governo».
Julgava eu, até pelo destaque que teve um certo caso, que os ministérios contratavam, em termos de exercício de funções públicas objecto de publicação em "Diário da República", profissionais que até ali trabalhavam em agências de comunicação e que, por exclusiva opção individual, decidiam mudar de emprego. Não sabia que as agências «colocaram colaboradores» em gabinetes ministeriais.
Enfim, ou muito me engano ou há maneiras de falar ou lapsus linguae que alguma coisa devem querer dizer.
4000 posts substituidos por isto
O triste destino de um belo nome
Isto é mesmo chorar sobre o leite derramado mas, graças aos alertas de diversos leitores, saibam agora os outros no que deu o anterior e assassinado «o tempo das cerejas» graças uma subtil mudança de .com para .pt.
27 maio 2012
Ainda um aspecto do caso Público-Relvas
Li e ponderei mas
mantenho o que escrevi
mantenho o que escrevi
Na edição de hoje do Público, no final de um longo texto sobre este caso, José Queiroz, Provedor dos Leitores daquele jornal, para minha surpresa, escreve o seguinte (sublinhados meus):«Duas notas finais, A primeira para dizer que considero censurável o facto de no «Esclarecimento» publicado . a direcção do PÚBLICO ter escrito que Relvas dissera, nos seus polémicos telefonemas para o jornal, que "iria divulgar na Internet que a autora da notícia vive com um homem de um partido da oposição". Trata-se aliás, segundo garante a jornalista em causa, de "uma informação falsa", com a qual o ministro pretende «descredibilizar» o seu trabalho, colando-o "a uma agenda ideológica". Tendo decidido tornar pública [ J.Q. refere à frente que, entre a directora e a jornalista, há divergências sobre terem ou não acordado na divulgação desta parte] esta inqualificável ameaça do governante, a direcção do jornal tinha a estrita obrigação de explicar que se tratava de uma falsidade, o que não fez. Felizmente, o erro terá sido corrigido num novo «Esclarecimento» ontem publicado» [ e que foi objecto do meu post anterior].
Face a esta opinião de José Queiroz, a mim apetece-me perguntar se, caso a informação sobre a relação afectiva da jornalista com «um homem de um partido de esquerda» fosse verdadeira, o Provedor dos Leitores do jornal também entenderia que a direcção do «Público» tinha a «estrita obrigação» de a confirmar. E cabe-me estranhar que José Queiroz não perceba que esta preocupação com o esclarecimento de que era «uma informação falsa» representa no fundo uma aceitação da razoabilidade da tese da colagem a «uma agenda ideológica», deixando em consequência no ar uma certa ideia indirecta de diminuição sobre todos e todas os e as jornalistas do Público que porventura vivam com homens ou mulheres de «um partido da oposição».
José Queiroz é um jornalista prestigiado e respeitado e certamente por boas razões é o actual Provedor dos Leitores do jornal. Mas eu mantenho inteiramente o que escrevi no post anterior e, autoflagelando-me, insisto que a explicação deve estar no seu último parágrafo. Ou pensando melhor, talvez não: na verdade, talvez se trate de uma miudeza de um não jornalista uma vez que, com tantos jornalistas a intervir na blogosfera, que eu visse, o ponto que eu levantei não lhes mereceu qualquer atenção.
26 maio 2012
Hoje em Lisboa, sempre e sempre...
... uma incontornável
força de convicções
Jerónimo de Sousa, hoje nos Restauradores:(...) «Um novo rumo de uma política que rompa com a estratégia dos que, aqui em
Portugal e na União Europeia, face à profunda crise que criaram e aprofundam com
as suas políticas, se lançam agora em hipócritas manobras de propaganda que
falando de mudanças, visam no fundo mudar o necessário para que tudo fique na
mesma.
força de convicções
Manobras que falando-nos de emprego e crescimento, de conceitos hipócritas
como “austeridade inteligente”, como o PS aqui nos tenta vender, visam
essencialmente dar uma aparência diferente a uma mesma coisa, a uma mesma
política de exploração dos trabalhadores e favorecimento do grande capital.
É isso que significa o tão falado protocolo adicional ao tratado orçamental
que, seja aqui em Portugal ou na França, a social-democracia tenta agora
apresentar como a salvação, a grande mudança e o elemento distintivo.
Mas é tempo de alertar: colar um autocolante com as palavras emprego e
crescimento em cima de um pacto orçamental que impede esse mesmo crescimento e
emprego é o mesmo que atar de mãos e pés uma pessoa e depois dizer: anda!
Falar de crescimento e emprego sem tocar no pacto orçamental, sem beliscar as
medidas draconianas da governação económica, sem questionar o rumo seguido até
agora, e avançando até com propostas que visam aprofundar o rumo neoliberal e
federalista da União Europeia, de domínio dos mais fortes sobre os mais fracos,
é apenas uma e mesma coisa: insistir nas políticas que comandam a União Europeia
e que são a origem e a causa da crise que estamos a viver.
(...)
Daqui saímos convictos e confiantes de que com a acção e a luta de todos é
possível derrotar a política de direita de ruína nacional que tem acrescentado
crise à crise, acumulando destruição e desgraça.
Daqui saímos convictos e confiantes que é possível vencer, trazendo mais e
mais portugueses para a luta patriótica de exigência da rejeição do Pacto de
Agressão, alargando a corrente da esperança na possibilidade da mudança e de
concretização de uma nova política alternativa. (...)»
Texto integral aqui
Está tudo de cabeça perdida ?
Um estranho e chocante
esclarecimento do Público
A edição de hoje do Público de hoje incorpora na página 3 o seguinte (sublinhados meus) :
esclarecimento do Público
A edição de hoje do Público de hoje incorpora na página 3 o seguinte (sublinhados meus) :
«Esclarecimento
No telefonema que o ministro Miguel Relvas fez ao PÚBLICO tentando condicionar uma notícia , uma das ameaças era divulgar que a jornalista Maria José Oliveira «vivia com um homem de um partido da oposição». Perante novas perguntas suscitadas, importa esclarecer que a frase do ministro é falsa, como aliás foi comunicado à Entidade Reguladora da Comunicação Social e ao provedor dos leitores do PÚBLICO. A Direcção Editorial reitera a total confiança na competência profissional de Maria José Oliveira.»
Salvo melhor opinião, considero este «esclarecimento» um momento feio e triste na história do jornalismo português e um prémio dado a quem tenha referido ou ameaçado revelar um facto que é da absoluta esfera privada de uma jornalista. A coisas destas não se dá corda, confirmações ou desmentidos, dá-se desprezo e denúncia. Que a jornalista viva com um homem de um partido da oposição ou com um homem de um partido do governo ou viva sozinha é absolutamente irrelevante para o essencial do caso em questão. E que alguém do Público, com ou sem acordo da visada, tenha ido também esclarecer isto à ERC é, para mim, absolutamente chocante. Fosse eu membro da ERC e teria interrompido quem o estivesse a dizer para esclarecer que para a ERC a informação era completamente dispensável e alheia à matéria em inquirição. A única pessoa a quem reconheço que pudesse querer negar ou confirmar a insinuação ou afirmação sobre a suas relações afectivas era a jornalista Maria José Oliveira. Mas então devia fazê-lo pelo seu punho ou voz e não através da direcção editorial do Público.
Escrevo isto mas palpita-me que o faço por ser velho e por pertencer a uma escola antiga.
25 maio 2012
Notícia na «Sábado» sobre Relvas-secretas
[Aqui, Adenda de hoje ao post «o feliz casamento da água e do fogo»]
Os adjuntos são sempre os primeiros a cair
Os adjuntos são sempre os primeiros a cair
Notícia SÁBADO:
Adjunto de Miguel Relvas demite-se
25-05-2012
Por António José Vilela
Nos telemóveis de Jorge Silva Carvalho, o Ministério Público (MP) encontrou
mensagens trocadas com o ex-jornalista Adelino Cunha, adjunto do gabinete do
ministro Miguel Relvas. Entre 8 e 15 de Setembro de 2011, o adjunto e o
ex-espião combinam falar através de um telefone fixo, é referida uma ligação
através dos telefones da Presidência do Conselho de Ministros e concordam em
encontrar-se para beberem um café no Hotel Tivoli
Após ter sido
questionado pela SÁBADO, o adjunto do ministro anunciou a demissão – “Apresentei
o pedido de demissão, que o Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares
aceitou”.
Já sobre as mensagens trocadas com o espião, o adjunto esclarece:
“Conheci o Dr. Jorge Silva Carvalho antes de ter sido nomeado adjunto político
do Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares e mantive, por minha
iniciativa, contactos durante o período em que exerci funções”.
Adelino
Cunha especifica ainda porque é que falou e se encontrou com o ex-espião – “Em
Setembro de 2011, o Dr. Jorge Silva Carvalho manifestou a sua indignação pelo
facto de um envelope que lhe fora enviado pela Assembleia da República ter sido
alegadamente violado. A título pessoal, contactei antigos colegas jornalistas
alertando-os para esse facto. Informei-o também sobre os rumores que corriam na
Assembleia da República sobre o alegado conteúdo dos documentos”.
E
conclui: “Ao longo de 20 anos de carreira como jornalista e como historiador
trabalhei por diversas vezes matérias relacionadas com Serviços de Informações e
Defesa Nacional em artigos de jornais, revistas e nos livros que
publiquei”.
O jantar do
ministro
5 de Agosto, 20h 51m e 44s. Jorge Carvalho mandou um sms ao
assessor de Imprensa da Ongoing, o ex-jornalista Ricardo Santos Ferreira. A
confusão já estava instalada nas secretas com as primeiras notícias publicadas
que o apontavam como suspeito na passagem de informações para o grupo
empresarial de Nuno Vasconcellos. O assessor estaria preocupado e Jorge Carvalho
recomendou-lhe tranquilidade, elogiou-o e mandou-o repousar. O conselho foi que
ignorasse o que se dizia, pelo menos até ao dia seguinte quando saisse o jornal
Expresso.
Nessa altura, sim, se assim o decidisse Nuno Morais Sarmento,
o ainda hoje seu advogado e ex-ministro da Presidência dos Governos de Durão
Braroso e Santana Lopes. Nessa noite, não, porque o ex-espião dizia estar na
Quinta do Lago, a jantar no restaurante Gigi. E Jorge Silva Carvalho gabou-se
que estava a comer com Rafael Mora, o patrão e o número dois do grupo Ongoing, e
ainda Miguel Relvas, que há cerca de mês e meio fora empossado ministro-adjunto
e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo liderado por Pedro Passos
Coelho.
Miguel Relvas já confirmou na Comissão parlamentar de Assuntos
Constitucionais ter recebido emails e sms de Jorge Silva Carvalho. “Conheci
Jorge Silva Carvalho num acontecimento público em abril” (2010), disse e
assegurou: “Nem ele me fez perguntas sobre o PSD, nem eu lhe fiz perguntas sobre
os serviços secretos”. E garantiu que não voltou a falar com o ex-espião depois
de ter assumido o cargo de ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares.
A SÁBADO fez várias questões ao ministro Miguel Relvas, sobretudo sobre
o alegado jantar na Quinta do Lago. A resposta foi sucinta: “Os esclarecimentos
sobre este assunto foram oportunamente prestados na 1ª Comissão
Parlamentar.Nessa altura afirmei que me tinha cruzado com o Dr. Jorge Silva
Carvalho numa festa de aniversário, no Algarve, em Agosto de 2011”.
Já
sobre a intervenção do seu adjunto, Miguel Relvas diz: “Quanto às sms’s do meu
Adjunto, Dr. Adelino Cunha, nada mais tenho a acrescentar ao que foi dito pelo
próprio”.
Para o Ministério Público (MP), a referência às relações entre
Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas estão no processo crime para demonstrar que
o espião se relacionava bem com novo poder político saído das eleições
legislativas que derrotaram José Sócrates, a 5 de Junho de 2011 (a tomada de
posse do novo Governo foi a 21 de Junho). E também para explicar que, depois de
Jorge Silva Carvalho se demitir em Novembro de 2010 da direcção do Serviço de
Informações Estratégicas de Defesa (SIED), sempre tivera a intenção de regressar
aos serviços secretos como secretário-geral do Serviço de Informações da
República Portuguesa (SIRP). E que, para isso, manteve uma teia de influência
dentro e fora dos serviços secretos.
Na relação com Miguel Relvas, apesar
de se tratarem com algum formalismo nas mensagens que trocaram, a relação do
ex-espião com o actual ministro já seria bem anterior ao alegado jantar da
Quinta do Lago. No processo constam também mensagens enviadas a Miguel Relvas a
10, 12 e 18 de Novembro de 2010, no mês em que o ainda superespião negociou com
Nuno Vasconcellos a entrada como administrador no grupo Ongoing – no inquérito
estão também várias respostas evasivas de Miguel Relvas. Um delas foi enviada a
16 de Abril de 2010, com o então braço direito de Passos Coelho no PSD a
prometer ao espião a satisfação de um pedido (processo não diz qual). Já a 18 de
Novembro, o tema do sms é o jornalista Nuno Simas – sem qualquer outra
referência que permita perceber do que se tratava.
Mas se existia
formalismo no trato entre Jorge Silva Carvalho e Miguel Relvas, também se
percebe – sobretudo pelo tipo de mensagens enviadas por Silva Carvalho - que a
relação entre ambos permitiu que o ex-espião lhe dissesse que deveria ser o
futuro secretário-geral do SIRP. E, já agora, quem seriam os outros nomes que
deveriam ocupar as direcções do SIED: João Bicho e a adjunta F.T (ex-PJ que fez
a auditoria interna ao SIED, que consta no processo crime, e onde não ficou
sequer provado quem nos serviços teria tido acesso à facturação telefónica do
jornalista Nuno Simas). E do SIS: Luís Neves, ainda hoje director
nacional-adjunto da PJ para a área do Terrorismo (Jorge Carvalho já convidara no
passado para ser o seu número dois no SIED, mas Luís Neves recusou) e a espia
P.M. A indicação foi dada a Miguel Relvas a 19 de Maio de 2011, às 21h
37m.
Nessa altura, Silva Carvalho também alertou Miguel Relvas, com
alguma ironia à mistura, para as movimentações que estariam a acontecer por
parte de Ângelo Correia, um militante histórico do PSD e ex-patrão de Pedro
Passos Coelho no sector privado – Silva Carvalho revelou que Ângelo Correia
estaria a manobrar nos bastidores para afastar do SIS um velho rival do
superespião, o também espião G.V.
Segundo Silva Carvalho, o rival já
teria até o caminho traçado para o sector privado: seria colocado no Millenium
BCP. A manobra de afastamento dos serviços era vista como necessária para o
histórico do PSD colocar na liderança do SIS a mulher de G.V., a espia H.R. –
qualificada como meia louca por Jorge Carvalho.
Dias depois, a 6 de
Junho, o espião repetiu tudo isto numa mensagem que enviou ao director nacional
adjunto Luís Neves. O director nacional da PJ disse à SÁBADO que Silva Carvalho
nunca lhe disse sequer que teria enviado o seu nome a Miguel Relvas sugerindo-o
para a direcção do SIS. “A minha vontade é que manda: esse nunca foi o meu
caminho”, diz peremptório. A SÁBADO ainda não conseguiu contactar Ângelo
Correia. »
24 maio 2012
O caso Público - Relvas
Acredite quem
quiser ou o que não houve
quiser ou o que não houve
Depois disto, quem acompanha este assunto ou acredita que três jornalistas do «Público» - Maria José Oliveira, Leonete Botelho e Bárbara Reis ( directora) - se mancomunaram e conspiraram infamemente para inventar a ameaça de Relvas de divulgação de aspectos da vida privada da primeira ou então, como eu, acha que se nesta história tem entrado em cena um gravador, o que seria - sublinho - uma grave e indesejável quebra ética, a esta hora Miguel Relvas já não seria Ministro.
A tempo de apontar na agenda
Uma homenagem a
Urbano Tavares Rodrigues
Quarta-feira, dia 30 de Maio, às 18 hs. no Anfiteatro IV da Faculdade de Letras de Lisboa, uma justa e merecida e oportuna homenagem a Urbano Tavares Rodrigues, escritor de mérito, intelectual lúcido e comprometido, exemplo grande de humanismo, verticalidade, coragem e dignidade, meu estimado camarada e meu querido amigo.
23 maio 2012
O suave milagre do PS, do PSD e do CDS
O feliz casamento
do fogo com a água
do fogo com a água
Adenda em 25/5:
Infelizmente parece que o arquivo de videos da Quadratura do Círculo parou em 29.4.2011. Se assim não fosse, os leitores poderiam agora estar as assistir a uns momentos memoráveis no final do programa de ontem. Aconteceu apenas que, depois de António Costa ter celebrado o êxito do PS em conseguir o apoio do do PSD e do CDS para o seu «adicional» para «o crescimento e o emprego», José Pacheco Pereira, em termos absolutamente devastadores, veio lembrar que, no essencial, a política que tem estado a ser seguida é a avalizada pelo PS no memorando da troika, lembrou o voto do PS a favor do tratado orçamento, lembrou o voto do PS sobre a legislação laboral (bem mais estruturante, disse ele) e encafuou a questão da adenda ou adicional para o crescimento apresentado pelo PS (aliás vastamente expurgado pelo PSD e CDS) no reino das «words ,words, words».
A história de uma conveniência
Y punto mas só para a Real Academia
de la Historia e para os herdeiros do franquismo
capa da revista norte-americana Time
E como acabar este post ?
Talvez com Ana Belén cantando
"Homenage a Julian Grimau",
o dirigente comunista executado em 1963,
o último espanhol a ser assassinado a pretexto
de acontecimentos na Guerra Civil.
de la Historia e para os herdeiros do franquismo
mais aqui
em 21 de Janeiro de 1966
E como acabar este post ?
Talvez com Ana Belén cantando
"Homenage a Julian Grimau",
o dirigente comunista executado em 1963,
o último espanhol a ser assassinado a pretexto
de acontecimentos na Guerra Civil.
Se eles repetem a fraude...
... então também me posso repetir !
(numa intervenção hoje no Fórum da TSF,
Octávio Teixeira, com a habitual clareza e
lucidez, pôs esta questão em pratos limpos)
(numa intervenção hoje no Fórum da TSF,
Octávio Teixeira, com a habitual clareza e
lucidez, pôs esta questão em pratos limpos)
A verdade dois dias depois
Bem me parecia...
e onde se pode ler o seguinte (sublinhados meus): «Apesar de os medicamentos estarem cada vez mais baratos, os encargos dos cidadãos com com remédios voltaram a aumentar no primeiro trimestre deste ano. Em Março, a taxa média de comparticipação estatal era de 62,79% , a mais reduzida de dos últimos anos (...). O aumento com a factura com medicamentos explica-se por dois factores. Em primeiro lugar, porque o anterior governo reduziu as taxas de comparticipação em diversos escalões em vários escalões e em diversos medicamentos, alguns dos mais vendidos no país (...). em segundo lugar porque à medida que os preços dos fármacos vão descendo, "se não houver alteração da prescrição para medicamentos com preço abaixo do preço de referência [ que serve de base para a comparticipação]" são os utentes que pagam a diferença", justifica o Infarmed, em resposta ao escrita enviada ao Público».
Na passada segunda-feira era esta a manchete do Público (que deve ter deixado muita gente de boca aberta) a que se seguiam duas páginas inteiras sobre o assunto. Hoje, quarta-feira, na página 12 do mesmo jornal, há uma notícia a uma coluna assim titulada
e onde se pode ler o seguinte (sublinhados meus): «Apesar de os medicamentos estarem cada vez mais baratos, os encargos dos cidadãos com com remédios voltaram a aumentar no primeiro trimestre deste ano. Em Março, a taxa média de comparticipação estatal era de 62,79% , a mais reduzida de dos últimos anos (...). O aumento com a factura com medicamentos explica-se por dois factores. Em primeiro lugar, porque o anterior governo reduziu as taxas de comparticipação em diversos escalões em vários escalões e em diversos medicamentos, alguns dos mais vendidos no país (...). em segundo lugar porque à medida que os preços dos fármacos vão descendo, "se não houver alteração da prescrição para medicamentos com preço abaixo do preço de referência [ que serve de base para a comparticipação]" são os utentes que pagam a diferença", justifica o Infarmed, em resposta ao escrita enviada ao Público».
Falta agora saber se um título na pág. 12 de hoje pode vencer o equivoco causado pela manchete de segunda-feira passada.
22 maio 2012
Mais uma prova de que...
... estes só sabem dizer mal
e nunca propõem nada !
ouvir na íntegra aqui
Conclusões das
JORNADAS PARLAMENTARES DO PCP
JORNADAS PARLAMENTARES DO PCP
«(...) O problema não é a falta de um protocolo adicional; o problema é mesmo o
tratado orçamental, o pacto de estabilidade e toda a política neoliberal e
monetarista ao nível da União Europeia, aprovada e aplicada por PS, PSD e
CDS.
Aos que dizem que é preciso adicionar um protocolo ao tratado orçamental, nós
dizemos que o que é preciso é renegociar a dívida.
Assim, a par da apresentação de um novo projeto de resolução sobre a questão,
o PCP vai requerer um debate de urgência potestativo sobre a questão da
renegociação da dívida, elemento fulcral para a recuperação económica e social
do país.
(...).
Sobre problema das rendas/lucros excessivos das
principais empresas electroprodutoras (EDP, IBERDROLA, ENDESA, etc) o PCP tomará
as iniciativas parlamentares necessárias que assegurem uma efectiva baixa da
factura de electricidade para consumidores domésticos e pequenas empresas. Não
só devem ser devolvidas as rendas excessivas cobradas até 2011 (cerca de 1 500
milhões de euros) como devem ser eliminadas as previstas de2012 a 2020 (cerca de
2 500 milhões). No mesmo sentido, continuaremos a intervir, para redução das
tarifas de gás natural, de tão relevante importância para a competitividade de
muitas das empresas instaladas neste distrito. (...)
Dos encontros e visitas realizadas vimos reforçadas as nossas preocupações
com a taxa do IVA da restauração a 23%, com o anúncio do encerramento de muitos
restaurantes, cafés e outras pequenas empresas do ramo e a correspondente perda
de postos de trabalho. Razão para que o GP vá propor o imediato agendamento do
seu Projecto de lei.
O GP do PCP apresentará também nos próximos dias um PJR recomendando ao
Governo um “programa de emergência para a construção civil e obras públicas. Só
no distrito de Leiria desapareceram, de Setembro de 2011 a Março de 2012, 900
postos de trabalho.
Tendo em conta que o país enfrenta um brutal aumento do número de
trabalhadores desempregados e tendo em conta que, dos mais de 1 milhão e 200 mil
desempregados, apenas cerca de 350 mil trabalhadores recebem subsídio de
desemprego, o PCP, no âmbito do processo de apreciação parlamentar ainda em
discussão na Assembleia da República, apresentou propostas que visam corrigir as
nefastas alterações do regime do subsídio de desemprego introduzidas pelo
Governo PSD/CDS. Na verdade, entre as propostas que o PCP apresentou, importa
destacar a eliminação dos artigos que reduzem o prazo de atribuição. Numa altura
em que o desemprego alastra de forma dramática reduzir o prazo de atribuição do
subsídio de desemprego é inaceitável e terá gravíssimas consequências sociais. O
PCP reafirma a necessidade de melhorar as regras de atribuição do subsídio de
desemprego e não deixará de responsabilizar PSD e CDS por agravar ainda mais as
condições de vida dos trabalhadores desempregados.
A perda da habitação é hoje um dos maiores dramas e uma das maiores ameaças
para muitos milhares de famílias, com o aumento do desemprego, dos salários em
atraso, com o roubo de salários e de pensões.
Nesta situação é indispensável tomar medidas que
tenham como prioridade e objetivo principal a manutenção das casas, evitando
situações ainda mais dramáticas. É por isso que amos apresentar um projeto de
lei que consagre a possibilidade de recorrer a uma moratória parcial ou total do
pagamento das prestações da casa, nos casos de desemprego ou quebra acentuada do
rendimento, sem necessidade de acordo do banco e sem alteração das condições do
contrato.v (...).
O Governo pretende
arrecadar cerca de 130 milhões de euros à custa das autarquias, mesmo quando a
Lei das Finanças Locais estabelece que o IMI é uma receita municipal e quando os
próprios meios e recursos municipais são usados neste processo.
Neste sentido, o PCP irá avançar com uma iniciativa legislativa que garanta a
devolução aos municípios a totalidade das receitas do IMI, impossibilitando a
retenção dos 5%, repondo o IMI como receita municipal.
OCDE e Portugal - três notícias
Barranco de cegos
e vai uma
"Deixai-os: cegos são e
condutores de cegos; e se um
cego guia a outro cego,
ambos vêm a cair no barranco".
S. MATEUS
Na TSF, três notícias esta manhã sobre estudos da OCDE relativamente a Portugal, aqui por uma ordem propositadamente diferente da sua cronologia online.
e vai uma
e vão duas
e vão três !
"Deixai-os: cegos são e
condutores de cegos; e se um
cego guia a outro cego,
ambos vêm a cair no barranco".
S. MATEUS
Já que tanto se fala do termo, vamos a ele
Em torno do conceito
de produtividade
de produtividade
Os leitores podem encontrar aqui ,em «os papéis de Alexandria», um interessante
artigo do eng. Daniel Vaz de
Carvalho publicado no boletim
da Confederação dos Quadros Técnicos.
artigo do eng. Daniel Vaz de
Carvalho publicado no boletim
da Confederação dos Quadros Técnicos.