12 dezembro 2012

Indemnizações por despedimento

Eu volto a não ter medo de o dizer


Já aqui abordei este assunto várias vezes e, desde logo, quando esta intenção apareceu pela primeira vez. Mas é legítimo voltar a ele agora que o governo se apronta para concretizar mais este infamante retrocesso na legislação laboral e direitos dos trabalhadores que nenhumas fórmulas ou variações concretas poderão atenuar.
Entretanto, segundo a TSF, parece que o "PS acusa Governo de estar a criar «novo conflito social»", certamente esquecido de que esta medida estava na memorando que assinou e que a UGT, em sede concertação social, deu o seu acordo a esta alteração do fim de um mês de indemnização por cada ano de trabalho,  a pretexto de uma viciosa «harmonização».
E volto a repetir que esta é uma das muitas medidas que não justificaveis pela crise, que não têm qualquer influência sobre o défice e a dívida e nem sequer sobre a competitivade da economia portuguesa, apenas visando favorecer o patronato em detrimento clamoroso dos direitos dos trabalhadores e das suas condições para, por um tempo, enfrentar as sequelas do seu despedimento.
Calculo que haja democratas e pessoas de esquerda que, por medo de interpretações esquemáticas e ilegítimas, não sejam capazes de me acompanhar no lembrete que vem a seguir mas eu não tenho medo de insistir numa informação que não envolve nenhuma espécie de reabilitação do fascismo: é que juro que, no dia 24 de Abril de 1974, as indemnizações por despedimento já eram pelo menos de 15 dias por cada ano de antiguidade.
Isto não diz nada, repito, sobre qualquer bondade do fascismo mas diz muito sobre a dementada agressão aos trabalhadores a que desonrosamente se vinculam todos os que, de uma ou outra forma e descontadas coreografias verbais, apoiam esta punhalada de alto lá com ela.

Fala o governador da colónia ?

Si, porque no te callas ?


O senhor Selassie do FMI prossegue na atrevida senda de sucessivas declarações que, objectivamente, o transformam insuportavelmente num protagonista do debate político interno, o que poderá ter consequências que não sei se ele terá medido e, por isso, depois não se venha queixar do que levar em resposta. É certo que ele se deve sentir uma espécie de governador-geral da colónia mas faz mal em contar  que em Portugal todos vão interiorizar o comportamento de submissos e reverentes colonizados.

11 dezembro 2012

Privatização da TAP

Um filme já visto:
uns preparam, outros acabam



Para os poucos que forem capazes de estranhar que só se veja o PS, quanto à privatização da TAP, a discutir transparências, prazos e encaixes, recupero esta notícia de 2007 que ilustra que, quanto à questão de fundo, nenhuma divergência entre PS e PSD, só sobrando o velho campeonato sobre quem privatiza mais e "melhor".


E já agora outra maldade

Volta Sarkozy, estás
(quase) perdoado



Hollande e Merkel ontem em Oslo
(parcial de foto na pág. 2 do Público)

Sobre o mandato de Hollande,
 ler aqui esta opinião  na
Marianne.

A foto completa, que aliás entra 
na 1ª página de El País mostra os outros
 Chefes de Estado e de governo,
 sentadinhos, a aplaudir o par.

E assim foi possível que as imagens
 não retivessem para história
 apenas os titulares do poder formal na UE

(Rompuy, Barroso e Schultz) mas
também o poder de facto.

Em boas mãos

Sai uma maldade



10 dezembro 2012

Eu sei que o assunto é sério e grave...

... mas, por este andar, morre a expressão
«o último a sair que apague a luz»




Porque tristezas não resolvem crise...

... eles ficam felizes
com o (imerecido) Nobel


Em boa verdade, não se pode pedir aos mais altos responsáveis (responsáveis, sim, pelo que bem sabemos) europeus que mantenham invariavelmente ao longo de cada dia uma expressão séria e preocupada como a situação e os problemas existentes justificam. Por isso, aqui fica um gesto de compreensão por este seu momento de grande alegria a propósito de um Nobel cuja razão poucos perceberam. Que eles não possam ser acompanhados neste brinde alegre pelos milhões de desempregados e de pobres da União Europeia já é outro assunto, por favor não venham desconversar.

Rajoy e Bispos unidos

A velha Espanha
ainda mexe que se farta !




mais aqui

09 dezembro 2012

Para o seu domingo, a country de

Jamey Johnson & Alison Krauss



Aquela irresistível tentação

Louçã e a palavra de Belmiro


Em entrevista hoje ao Público, Francisco Louçã, embora referindo que vários partidos têm uma capacidade de actuação  que não é vulnerável à captação pelos sistema financeiro, não resiste a afirmar logo de seguida  (sublinhado meu): «Tenho muito orgulho em lembrar que Belmiro de Azevedo em entrevistas que deu dizia que já tinha financiado todos os partidos, excepto o BE».

Face a isto, cumpre-me  registar a grande devoção de Louçã pela palavra de Belmiro de Azevedo que, neste caso, é obviamente caluniosa para o PCP, ainda por cima numa matéria em que está na cara que o conhecido empresário tinha todo o interesse em não se ficar pelo financiamento do PS, do PSD e do CDS.

Passado tanto tempo, confesso que já não me lembro se na altura o PCP desmentiu a afirmação de Belmiro ou se lhe pagou justamente em desprezo. Mas lembro-me de, na Soeiro Pereira Gomes, em conversa de corredor ou em mesa de reunião, ter desabafado: «lá vamos ficar com a fama e nem sequer vimos a côr do dinheiro».