18 novembro 2011

Não se passa nada ...

... e reina a ordem nas ruas

no Público de hoje

O que nos está a fazer muita falta

Ontem, em Espanha, grandes manifestações
contra os cortes no ensino público


Oitenta anos depois...

Diego Rivera "volta" a Nova Iorque


O mural «Fondos Congelados»

Aqui, no El País, uma interessante peça sobre a exposição no MOMA de Nova Iorque de cinco dos oito murais «portáteis» que Diego Rivera pintou em Nova Iorque em 1931. Um extracto:
«(...)La fuerte carga crítica y social de todos ellos continúa siendo inquietantemente actual. En concreto el titulado Fondos congelados no podría ser más apropiado para describir el momento que hoy vive Estados Unidos. Bajo un paisaje de rascacielos imponentes se divisan una serie de grúas que subraya el boom de la construcción que vivió Nueva York mientras estaba sumido en los efectos de la crisis del 29. Frente a ellas, figuras anónimas de trabajadores esperando el tren. Justo debajo, Rivera pintó una especie de almacén en el que cientos de personas sin rostro duermen hacinadas y vigiladas por un policía, como símbolo de esa mano de obra despersonalizada que alimentó la economía durante aquella crisis o quizás a los sin techo. En el estrato inferior del cuadro hay un banco donde varias personas esperan turno, un policía vigila la puerta y una señora, al otro lado de una reja, cuenta sus riquezas.
El paralelismo con la crisis actual y con las denuncias contra la desigualdad económica que se lanzan desde el movimiento Ocupa Wall Street no se le escapó a Glenn Lowry, director del MoMA, quien durante la presentación de la muestra fue contundente: "Lo interesante de Rivera es lo clarividente que fue en sus observaciones sobre Nueva York hace 80 años. Con toda la prosperidad que se ha creado, con todos los cambios que se han producido, los problemas no se han resuelto aún. Por eso no puedo pensar en mejor metáfora de Ocupa Wall Street que la estratificación social que se revela en el mural Fondos congelados. Hasta que colectivamente, no solo en este país sino en muchos otros, no encontremos formas más efectivas de compartir la riqueza, este tipo de imágenes va a seguir siendo parte de nuestro mapa mental".(...)

17 novembro 2011

Já sabiamos...

...que os da troika, mais os seus capachos
nacionais,
estão cheios de sede de vingança
contra o património restante da
Revolução de Abril.

O nome de família impede-me de dizer mais

Eu sou ateu mas que Deus
me poupe a estas rectas finais da vida


Sabido por aqui esta manhã e com resposta aqui:
«O sociólogo Manuel Villaverde Cabral diz que o Governo deveria optar por acabar com os feriados do 1.º de Maio e do 1.º de Dezembro, por considerar que existem outros dois dias que fazem as mesmas celebrações. Para o investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, o 25 de Abril, que assinala o fim da ditadura em 1974, e o 1.º de Maio, que é o Dia do Trabalhador, “são a mesma coisa” e portanto defende que se acabe com um deles, sendo que, se a escolha fosse sua, optaria pelo segundo.» (Público online)

16 novembro 2011

Alterações ao OE para 2012

Alguma coisa a opôr ?


A ler proveitosamente aqui

Pluralismo versão TSF

Os ímpares podem
sempre estragar a festa !


Para nosso supremo descanso,
a TSF explica ainda que
«o bando dos quatro» chega à antena
«sem amarras partidárias», ó que
felicidade !

Relatório sobre o serviço público de informação

A montanha pariu um gato mal cheiroso

Estava-se mesmo a ver: uma comissão nomeada pelo governo para elaborar um relatório sobre o serviço público de informação, com a composição que lhe foi definida e presidida por um economista - João Duque - que deve perceber tanto de comunicação social como eu percebo de física quântica, descontado o paleio intercalar dfa ordem só podia chegar onde chegou: uma visão absolutamente neoliberal das questões da comunicaçao social, um mal disfarçada hostilidade a respondabilidades nesse domínio, a retirada de  publicidade à RTP (mas, ó senhores tão defensores do «mercado», se «os mercados» lá querem  anunciar porquê impedi-los disso ?), a entrega da RTP-Açores e RTP-Madeira aos respectivos governos regionais, a transformação da RTP/África e da RTP/Internacional num braço informativo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a redução drástica da componente de informação da RTP, a defesa da extinção da Entidade Reguladora da Comunicação Social (mas quem  lhes encomendou o sermão ?). Dito isto, honra para Felisbela Lopes, Saarsfield Cabral e João Amaral que se demitiram deste grupo de trabalho e shame para os que ficaram (entre os quais, com pena o digo, Manuel Villaverde Cabral).

P.S.: E, por fim, apenas a pensar nos cidadãos que possam porventura pensar que esta história começou há pouco tempo uma crónica minha de 23.5.2002 que, por sua vez, remetia para palavras ditas 3.1.1991.

 Alguém, há onze anos
No panorama das muitas abordagens e tomadas de posição que têm sido expressas em defesa do serviço público de televisão, muitos cidadãos terão encontrado, talvez pela primeira vez na vida, alusões à retirada à RTP, decidida por um governo do PSD em 1990, da propriedade e gestão da infra-estrutura técnica de transporte e difusão de sinal televisivo bem como às consequências financeiras dessa decisão.
Dado que alguns exaltados apoiantes da dementada política governamental que está em marcha, como é caso do director do «Público», até fazem gala de demonstrar a sua coerência exibindo citações do que escreveram ao longo de anos, também nós queremos lembrar um outro tipo de coerência e a pertinência de avisos oportunamente feitos.
De facto, no dia 3 de Janeiro de 1991, houve em Portugal alguém que disse, em conferência de imprensa, que aquela decisão «vem afinal viabilizar a existência de televisões à custa de vultuosos investimentos públicos e da alienação sem contrapartidas conhecidas de bens e recursos próprios da RTP» com «o risco (conhecida a prática do Governo do PSD nestas matérias) de evolução para o controlo privado de um bem de importância estratégica e que pertence inequivocamente ao domínio público do Estado».

Nesse dia, alguém disse que tal decisão «implica forçosamente a transferência por parte da RTP a favor da sociedade a criar de um vasto património constituído pela sua actual rede, em vias de alargamento e expansão à expensas da própria empresa» e advertiu que «não está salvaguardado» o «caracter efectivamente público» dessa nova sociedade.

Nesse dia, alguém disse que a RTP «vai ser forçada a enfrentar uma situação de concorrência em condições de grande fragilidade: não foram asseguradas contrapartidas face ao natural desaparecimento das receitas provenientes das taxas; não estão a ser pagas as indemnizações compensatórias devidas pela transmissão para as Regiões Autónomas; não está a ser feita a justa avaliação da parte do seu património em risco de ser transferido para outras entidades (...) a apresenta-se como inevitável uma sensível redução das receitas de publicidade. Tudo isto sem que da parte do Governo haja o compromisso solene de que o serviço público de televisão possa enfrentar em condições de igualdade a concorrência das televisões privadas».

Nesse dia, alguém disse premonitoriamente que «uma política que sacrifique o serviço público de televisão em nome da viabilização de quaisquer canais privados é condenável e é contrária aos interesses dos próprios telespectadores».

Esse alguém falava contra a política do PSD e dos Morais Sarmentos da época que então se davam pelo nome de Marques Mendes (sim, é o mesmo!). Esse alguém era o PCP
(in Avante!)

14 novembro 2011

Retrato do pessoal que nos desgverna

Moldura aqui e video aqui


Entretanto, estou certo que a esta hora,
no gabinete do super-ministro
Miguel Relvas já se prepara afanosamente
um projecto de decreto-lei,
a levar com urgência a Conselho de Ministros,
com o seguinte conteúdo essencial:

«Considerando a necessidade imperativa
de proceder a poupanças nas despesas públicas;
Considerando que é uma violência que
qualquer titular de cargos públicos
aufira remunerações contrárias aos seus juízos
e opiniões em matéria salarial:
Assim:
Nos termos da alínea a) do artº 198º
da Constituição,
o Governo decreta o seguinte:


Artigo 1.º e único:
O Secretário de Estado do Emprego,
Pedro Martins, passa a auferir,
pelo exercício do seu cargo,
o salário mínimo macional.»