04 abril 2014

Luther King foi assassinado há 46 anos

Recordando os
«Dez mistérios em Menphis»


King na varanda fatal, com o Rev Jesse Jackson, à sua direita
Quando se completam no dia de hoje 46 anos sobre o assassinato de Martin Luther King, talvez valha a pena republicar aqui a parte final  do longo artigo que Ruben de Carvalho publicou na Vida Mundial de Abril de 1998 e que depois veio a ser integralmente reproduido em 4.4.2007 na primeira série de «os papéis de alexandria» (hoje indisponível).

«1. Martin Luther King chegou a Mênfis no dia 3 de Abril de 1968, rodeado de um ambiente hostil. A imprensa local, antes da sua chegada,  criticou-o por tencionar alojar-se no Hotel Holliday Inn, propriedade de brancos, em vez do Motel Lorraine, propriedade de afro-americanos. King resolveu instalar-se no motel. O inquérito posterior revelou que os comentários  sobre a questão do hotel se baseavam num press release  distribuido pelo FBI onde o Motel Lorraine era claramente indicado.

2. No dia anterior ao da chegada de King, um individuo que se identificou como pertencendo à sua segurança pessoal   alterou a disposição de quartos que o hotel havia feito, indicando um quarto determinado onde King efectivamente se alojou, e à porta do qual foi alvejado mortalmente. O individuo nuca foi identificado.

3.  O então comandante da Polícia de Mênfis, Frank Holloman, ex-agente do FBI, onde fora seceretário de J. Edgar Hoover,  tomou medidas para diminuir a escolta policial de King de oito para dois homens. No dia do atentado,  um dos agentes de serviço no Motel Lorraine, Edward Reditt, negro, foi mandado retirar por haver úma ameaça contra a sua vida». Holloman igualmente providenciou que os únicos bombeiros negros do quartel situado frente ao Motel Lorraine fossem afastados nesse dia para outras instalações.

4. As investigações da polícia de Mênfis basearam-se em que o tiro mortal teria sido disparado de uma casa de banho de um prédio fronteiro ao do motel. Foi provado que as dimensões da casa de banho tornavam inteiramente impossível que alguém nela disparasse uma espingarda. Um fotógrafo de um jornal de Mênfis  tirou várias fotografias a partir da janela , revelando que ramos de árvores impediam completamente  a visibilidade para a varanda onde se encontrava King; no dia seguinte ao da publicação, o município de Mênfis ordenou o corte das árvores.

5. A janela de onde o tiro teria sido disparado encontrava-se sensivelmente à mesma altura da varanda fronteira. Entretanto, quer as testaemunhas quer a autópsia tornam claro que Luther King foi atingido por um tiro de cima para baixo.

6. A única testemunha que identificou James Earl Ray como autor do disparo assassino foi um individuo chamado Charles Stephens, alcoólico crónico que se encontrava completamente embriagado na altura.  Negou posteriormente as declarações, reiterando-as após ter recebido 30 mil dólares de requisições para restaurantes pagas pelo FBI.

7. James Earl Ray só foi preso, em Londres, em 8 de Junho,  depois de ter viajado de Mênfis para Toronto, daí para londres , Lisboa e novamente Londres.  Nestas viagens terá gasto um mínimo de 25 mil dólares, não se lhe conhecendo quaisquer fontes de rendimento.

8. Testemunhas afirmaram que Ray abandonou o local do crime num Ford Mustang branco e, passados poucos minutos, a polícia de Mênfis fazia apelo de reforços  para um confronto que se verificaria com um Mustang branco na estrada, a norte da cidade,; não só não se verificou aí qualquer qualquer recontro , como Ray saiu pela estrada para Sul.

9. Ray, admitindo ter estado envolvido no crime,sempre negou ter sido o autor do disparo mortal. A Comissão de Inquérito do Senado americano concluiu haver 95% de possibilidades de Luther King ter sido vítima de uma conspiração, mas reiterou que o tiro fora disparado  por Ray...

10. Todos os documento relacionados com o assassínio e as investigações concluidas em 1979 só poderão ser consultados 50 anos após essa data.»

1 comentário:

  1. Caraterístico dos grandes crimes que se cometem nos EU. Todos os dias..

    Um abraço.

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