04 maio 2013

As línguas trapalhonas ou...


No quadro daquela habilidade de dizer que a idade da reforma se mantém aos 65 anos (como se antes da recente proibição não fosse possível  uma pessoa reformar-se aos 63 sofrendo a respectiva penalização), o primeiro-ministro acrescentou ontem que o que irá acontecer é que só aos 66 anos se terá direito à «reforma por inteiro», sendo hoje larga e acriticamente secundado pela imprensa no uso dessa expressão. Ora  creio haver o sério risco de, sem pensarem muito no assunto, muitos portugueses associarem a ideia de «reforma por inteiro» ao salário completo que auferiam no activo. Por isso, o que o primeiro-ministro e a distraída imprensa deviam dizer é que só aos 66 anos se terá um reforma sem uma penalização adicional pela antecipação de um ano (dos 66 para os 65). É que hoje ninguém tem uma «reforma por inteiro» correspondente ao seu último salário, como é evidente além do mais por, sem a  transição temporal que tinha sido acordada e depois foi anulada unilateralmente pelo governo do PS, o cálculo das reformas ter passado a ser feito com base em toda a carreira contributiva.

Sem comentários:

Enviar um comentário