08 novembro 2012

E agora nos EUA ?

Lembram-se ?


(VER TIPO DE ABORDAGEM ENTÃO FEITA AQUI)

Nem no Público nem em qualquer outro jornal encontro qualquer manchete como esta que o Público deu à estampa em 9 de Outubro a respeito das eleições na Venezuela exclusivamente com base nos números eleitorais. E, no entanto, nos EUA, o resultado foi bastante mais apertado. Basta dizer que Chavez com cerca de 8 milhões de votos teve mais um milhão que Capriles e que, portanto, Obama, para equiparar Chavez, como teve  60 milhões de votos, devia ter tido 6 milhões de votos de vantagem sobre Romney e não 2,8 milhões. Ah, e como era de esperar, isto que previ aqui e se confirmou, não incomoda nem faz reflectir ninguém. The show must go on !

***
Entretanto, na nação tecnologicamente
mais avançada do mundo:

«(...) O próprio sistema de votação
electrónica também apresentou falhas.
Chegaram vídeos amadores ao Youtube,
amplamente difundidos pelas
televisões norte-americanas, de situações 
em que um eleitor carregava no ecrã
para votar em Barack Obama e a máquina
seleccionava Mitt Romney.
Outro factor que terá contribuido
para as longas filas de espera
é o facto de as eleições norte-americanas
serem à terça-feira, e não ao domingo
como é hábito noutros países.
Istp leva a que muitas pessoas se
desloquem para as assembleias de voto
até antes de estas abrirem, geralmente 
às 07h.00, para poderem voltar a
 tempo de chegar a horas ao trabalho.»

João Dias, no Público

***
Em The Nation, Kathrina vanden Heuvel
proclama que 
It's Time to End the Electoral College

5 comentários:

  1. Mas victor dias, convenhamos que existem mais diferenças reais entre os eleitores de chavez e capriles que entre os de obama e romney.

    romney e capriles são neandertais e obama fica talvez no primeiro terço do caminho ideológico que separa ambos os dois de chavez.

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  2. É verdade sim. Mas o probema é que, quando o Público fez aquela manchete se baseou UNICAMENTE NOS VOTOS. E aprova que não estou tão longe de si é que no meu post de então (para o qual agora não fiz link), escrevi:

    «Entendamo-nos para não haver equívocos: a mim não me repugnaria especialmente que, antes destas eleições na Venezuela ou há quatro ou mais anos alguém considerasse que a Venezuela estivesse «dividida ao meio», se o fundamento para essa afirmação fosse a existência de dois grandes blocos sociais (com as respectivas expressões políticas) em estado de viva confrontação e crispação. Isso seria uma coisa e outra, a meu ver, absolutamente artificial e não inocente, é vir dizê-lo por causa e a partir dos resultados eleitorais de passado domingo.

    Acaso chegam os mais seis pontos que Capriles teve em relação ao candidato da oposição em 2008 para justificar a afirmação ? Se o critério é o número de votos, alguma vez o Público escreveu depois da vitória de Cavaco Silva, ou de Obama (para não falar de um Bush eleito com menos votos que Al Gore) ou Hollande e por aí fora que tínhamos sucessivamente um Portugal, uns EUA ou uma França divididos ao meio ?»

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  3. São as lições de democracia que a "grande democracia" nos ensina.

    Um beijo.

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  4. Victor Dias, Em resposta ao seu comentário a propósito do meu que inaugura esta lista, não tenho nenhuma dúvida de que pensamos coisas muito próximas.

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