23 julho 2012

E depois de uma entrevista destas...

... segue-se o silêncio ?


O Público de hoje  inclui uma importante entrevista (sem link) com Vítor Veloso, Presidente do núcleo do Norte da Liga Portuguesa contra o Cancro cujo título no jornal, bem como o destaque inicial dado à sua afirmação de que «o que se está passar nesta área é perverso e perigoso», já fornece uma indicação precisa sobre o sentido geral das suas declarações.
Entre muitas outras, a entrevista inclui afirmações como a de que «a nível da acessibilidade há muitos problemas.As pessoas não têm dinheiro para pagar os transportes. Uma senhora contava-me que gastava todo o dinheiro que o Estado dá só no táxi da sua casa até ao transporte público que precisava  de apanhar até ao Porto. Isso é dramático. O governo  fixa a isenção na base do  mínimo mas, para as pessoas,  que têm rendimentos um pouco acima disso e que não estão isentas é muito difícil de aguentar. São muitas consultas e tratamentos.» Acrescenta também que «uma espera de um ano num serviço hospitalar de urologia para uma consulta,existindo já a suspeita de um diagnóstico de cancro na próstata não é aceitável». 
Face a isto e muito mais que é dito na entrevista, por estranho que pareça, não fico à espera de esclarecimentos de burocratas instalados no Ministério da Saúde nem do contabilista-mor que detém a pasta. Acho sim que uma entrevista com este conteúdo por alguém que ocupa um lugar responsável na Liga Portuguesa contra o Cancro devia abrir um vivo debate público sobre esta matéria e que os oncologistas que prestam serviço no SNS, antes de chegar Agosto, nos viessem dar também o seu testemunho.

2 comentários:

  1. Depois das afirmações do Secretário de Estado (que ainda não foi demitido)sobre os doentes oncológicos, nada admira.
    No Barreiro, por exemplo, está a ser posta em causa a continuidade do serviço de oncologia (http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=571771&tm=8&layout=123&visual=61).
    A política de saúde deste governo não se dirige aos cidadãos, muito menos aos doentes, assim como a política de educação esquece alunos e professores, a do trabalho é contra os trabalhadores, etc.
    Este governo não governa pelos e para os portugueses mas pela troika, para os patrões da troika.

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  2. Só há uma solução...repensar Jaime Serra e outros que de facto lutaram no terreno. Enquanto andarmos por aqui todos a pensar que somos os maiores mais situações de injustiça surgirão.
    O que se passou ontem com os sindicatos dos professores foi disso exemplo, são convocados para uma coisa e são colocados perante outa. Só faz sentido o que se passou se eles tiverem cientes que o espaço é todo deles e é.
    Uma coisa é certa,estão a gozar umas merecidas...ferias e o povão...

    Abraços

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