26 dezembro 2011

Correia de Campos

Como escrever muitas
palavras sobre o acessório,

fugindo ao quesito essencial


Nenhuma dúvida de que Portugal tem futuro. O dr. Correia de Campos que, entre outros atributos, já era considerado um especialista em Administração Pública e em Saúde, em artigo hoje no Público sobre o caso EDP revela-se também um especialista em questões energéticas. Mas a minha inveja pessoal por esta capacidade de dominar as mais diferentes matérias não me impede de registar que este seu artigo é uma espécie de papel de tournesol sobre as posições e a política do PS. Com efeito, o dr. Correia de Campos consegue escrever 1072 palavras  e 6970 caracteres mas nelas e neles não encontramos a mais pequena dúvida ou reserva à privatização da parte minoritária que o Estado ainda detinha na EDP. Apenas e tão só reservas quanto à decisão do governo do PSD-CDS quanto ao concorrente escolhido. Reservas aliás acompanhadas da muito esclarecedora piada de que «ironia do destino, privatizamos a EDP [dr. Correia de Campos, olhe que o PS já tinha privatizado bastante da EDP] para ela passar para o sector público de uma grande potência», quando maior ironia do destino é que a China seja, por exemplo, o maior titular da dívida norte-americana. Por abissal diferença com o dr. Correia de Campos e com o PS, estão melhor de consciência os que nem têm de dar opiniões sobre ganhadores ou perdedores  de concurso, sejam eles quem forem, porque sempre se opuseram à privatização da EDP, ponto final, parágrafo.

3 comentários:

  1. Mas desses é proibido falar. Talvez haja, no entanto, quem se vá apropriando das suas palavras.

    Um beijo.

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  2. Esta privatização atira para o charco, julgo eu, toda a treta que andaram anos a fio a vender de que o Estado era incompetente para gerir empresas industriais. Pelo que se vê, o Estado chinês não o é! Como se explica? Estado é Estado. A explicação deve estar, pois, em quem o dirige. Afinal, dá-se é o caso de o Estado, dirigido pelo PSD, CDS e PS o ser. Dirigido por outros não!

    De forma parecida, também caiu a palermice de que não queriam o Estado na economia. Pelos vistos, para esses cavalheiros do PSD/CDS e PS isso só é válido para o Estado português. Se for um Estado estrangeiro, no caso, o chinês, então já pode.

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  3. Realmente esta malta da elite no Poder (incluindo a sua proteses politicas incluindo a governametal,,,) pasa a vida a mangar connosco com as bricandeiras levianas na esfera da comunicacao. E que eles acreditam mesmo que os outros - o ignaro Povo, os trabalhadores, em particular a chamada "classe media" (uiui) - nao se apercebe dos truques destes trapalhoes, deste mentirosos (desonestos intelectualmente, como eles gostam de finamente dizer...). FSilva

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